Num condutor eletrizado, as cargas tendem a distribuir-se de tal modo a haver um acúmulo maior nas regiões de maior curvatura, ou seja, nas “pontas”. Assim, para o condutor da figura 1, as cargas acumulam-se em maior quantidade na parte mais “pontuda”, e se sua curvatura for muito grande, ou seja, se esta ponta for aguçada, o acúmulo será tal que pode ocorrer uma fuga ou escape das cargas elétricas.
Eletrizando-se um corpo dotado de uma ponta com uma carga de grande valor ( sob potencial muito alto) pode-se observar a fuga das cargas sob a forma de um “vento” que em alguns casos ioniza o ar aparecendo sob a forma de pequena chama azulada.
O torniquete elétrico, mostrado na figura 2 aproveita este efeito. Trata-se de uma pequena hélice de pontas aguçadas, a qual colocada em contacto com um corpo carregado gira com força e velocidade que dependem da carga fornecida pelo corpo. O que ocorre é que a fuga das cargas pelas suas pontas faz com que surja uma força capaz de impulsioná-la.
O Motor Iônico funciona segundo o mesmo princípio. Uma alta tensão é gerada e aplicada a um eletrodo em forma de ponta num ambiente em que se injetá gás. O gás é carregado e repelido em alta velocidade propulsionando o foguete.