Antigamente, o principal meio de se enviar dados através de fios elétricos era o telégrafo. Um operador manipulava uma chave produzindo pulsos elétricos que atuavam sobre uma campainha ou receptor do outro lado da linha produzindo estalidos ou toques. Um toque curto era interpretado como um ponto e um toque longo como um traço. Traços e pontos (que poderiam ser associados aos zeros e uns da comunicação digital) formavam então as letras, números, e outros símbolos.
A recepção da mensagem dependia principalmente do bom ouvido de quem deveria anotar os cliques curtos e longos correspondentes aos pontos e traços.
O operador, por outro lado deveria ter a capacidade de enviar estes impulsos com grande velocidade.  Um francês denominado J. M. Emile. Baudot foi o primeiro que criou uma maneira de se medir a velocidade das transmissões telegráficas dando origem a unidade denominada Baud e que inventou o teletipo. Quando o telegrafista toca no manipulador ele produz uma transição de sinal na linha em que a tensão passa de 0 a 12 Volts, por exemplo tantas vezes quantas ele atue sobre o manipulador. Cada vez que ele aciona o manipulador dizemos que um baud é transmitido. Indo além, e passando para a era digital em que não transmitimos pontos e traços mas zeros e uns para formar os bytes, podemos associar uma tensão de -12 V ao bit 0 e uma tensão de +12 V a um bit 1. Assim, se quisermos transmitir uma sequência de dados na forma digital como 11001101 a tensão no fio vai sofrer o mesmo número de transições quantos sejam os bits transmitidos.
Dizemos então que a quantidade de bits por segundo ou bps que transmitimos neste caso é igual a velocidade de transmissão em bauds.

 


QUANDO BAUD E BPS SÃO DIFERENTES
Tudo seria muito simples e haveria uma equivalência entre o baud e o bps se as linhas telefônicas não tivessem uma séria limitação de velocidade. A frequência máxima que uma linha telefônica pode transmitir é da ordem de 3000 Hz, o que significa que fica muito difícil tentarmos "empurrar" da forma indicada por uma linha bits numa velocidade maior que isso. Na prática, esta velocidade está limitada a 2400 bauds.  Para poder comprimir mais dados pela linha a solução usada é muito engenhosa.  Por que não usar a transição de -12 a +12 V para transmitir não apenas os bits 0 ou 1 mas, para transmitir mais bits.  Podemos, por exemplo, associar ao valor -12 V o grupo de bits 00, ao valor -6 V o grupo 01, ao valor +6 V o grupo 10 e ao valor +12 o grupo 11, conforme mostra a tabela abaixo.


Tensão = Dado
- 12 V = 00
- 6 V = 01
+ 6 V = 10
+ 12 V = 11

Veja então que, com 2  bauds na verdade podemos transmitir 4 bits diferentes, dobrando assim a velocidade. Assim, uma velocidade de 2 400 bauds pode perfeitamente, usando esta técnica transmitir 4 800 bps. Na prática é justamente isso que os modems fazem. Mantendo a velocidade em bauds eles utilizam diversos tipos de modulação do sinal de modo a poder "enfiar" mais bits por transição. Eles podem utilizar mais de 4 amplitudes do sinal para multiplicar o número de bits, utilizar alterações de fase do sinal, etc. Assim, um modem de 2 400 bauds que aproveite 6 estados da transição do sinal, ou seja, pode enviar 6 bits por baud pode ter uma velocidade de 14 400 bps.
Um modem de 28 800 bps pode ser obtida com um modem de 3 200 bauds que utilize 9 bits por baud.  Com exceção dos modems de 56k os modems comuns operam em velocidades de 2 400, 3 000 ou 3 200 bauds quando conectados às linhas telefônicas. Os modems de 56 k podem usar velocidades maiores em bauds quando a linha admite mas em geral eles "ajustam" sua velocidade para valores menores dependendo das condições locais da linha de modo a conseguir uma operação segura, sem perdas de dados.  Existem ainda os moderms para a porta serial que operam em velocidades maiores como 19,2 , 28,8, 33,6 , 57,6 e 115,2 k bps e em alguns casos valores de 230,5 k bps são possíveis.

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