Com a entrada no ar de novas estações em µHF, e mesmo a existência de retransmissoras nesta faixa em todo o interior, é importante que o técnico reparador e instalador de antenas possua um gerador de sinais capaz de operar em *freqüências entre 470 e 890 MHz. O gerador ultra simples que descrevemos neste artigo pode constituir-se numa ferramenta de. grande utilidade para estes leitores.

Obs. Este artigo é de 1990, quando emissoras em µHF começaram a entrar em funcionamento em diversas localidades.

Com as novas estações operando na faixa de µHF em São Paulo, a procura por receptores, conversores e sistemas de antenas para freqüências elevadas dos novos canais aumentou.

O técnico reparador e o instalador de antena se vêm então diante da necessidade de trabalhar com equipamentos que muitos ainda não tem condições de adquirir.

Como saber se um conversor para a faixa de µHF está operando? Como testar um sistema de antenas fora dos horários em que as estações existentes funcionam, ou sob condições em que seus sinais não servem de base para qualquer avaliação?

Como gerar sinais de µHF para testar um seletor de um televisor que possui esta faixa?

Tudo isso nos leva a um gerador que produza sinais na faixa de altas freqüências do µHF, e que descrevemos neste artigo.

O simples circuito descrito produz barras horizontais com separação e larguras ajustáveis em freqüências entre 470 e 890 MHz.

Alimentado por pilhas, ele irradia o sinal gerado para o receptor não havendo necessidade de conexões por meio de fios ou outros elementos.

Isso permite também que os sinais sejam irradiados para um sistema de antena que deva ser testado a uma distância de até uns 20 metros.

Como se trata de circuito de freqüência muito alta de operação, o único ponto crítico a ser observado em relação à montagem é com L1 e CV que precisam seguir as dimensões que damos no decorrer do artigo.

 

COMO FUNCIONA

Para gerar o sinal na faixa de µHF utilizamos um transistor de alta freqüência que normalmente é empregado em seletores de canais de televisores de µHF.

O tipo original é o BF689 mas outros da mesma família que podem ser encontrados com facilidade em nosso comércio também servem como o BF970 e BF979.

No nosso circuito L1 e Cv determinam a freqüência de operação, observando-se que a bobina, na verdade consiste em 1/2 espira gravada na própria placa de circuito impresso.

A realimentação que mantém as oscilações é feita por C4 que é um capacitor de valor bastante baixo que até pode ser improvisado com dois pedaços de fio trançado. para produzir as barras, geramos um sinal de áudio que é aplicado no emissor do transistor.

A produção do sinal é feita a partir de um circuito integrado CMOS do tipo 4093 que consta de 4 portas disparadoras CMOS.

Uma das portas opera como osciladora onde a freqüência é dada por C1, R1 e P1. P1 ajusta esta freqüência entre, aproximadamente 200 Hz e 2000 Hz o que determina a largura e separação entre as barras que vão ser produzidas.

O leitor poderá alterar C1 se quiser modificar o padrão de barras horizontais gerado.

As outras três portas são usadas como buffer de modo a isolar o circuito oscilador da etapa de alta freqüência.

A alimentação do circuito é feita com 6 V obtidos de 4 pilhas pequenas. Como o consumo de corrente é muito baixo, a durabilidade das pilhas é bastante grande.

 

MONTAGEM

O diagrama completo do aparelho é mostrado na figura 1.

 

   Figura 1 - Diagrama do aparelho
Figura 1 - Diagrama do aparelho

 

A disposição dos componentes na placa de circuito impresso é mostrada na figura 2.

 

Figura 2 – Placa para a montagem
Figura 2 – Placa para a montagem

 

A bobina L1 é gravada na própria placa de circuito impresso e o trimmer deve ser do tipo rotativo (placas que giram e não se afastam) com capacitância mínima de 1 pF (1-10 pF, por exemplo).

Os capacitores C2 e C3 devem ser cerâmicos, assim como C4, Para C4 existe a possibilidade de usarmos um par de fios trançados de aproximadamente 1,5 cm, conforme mostra a figura 3.

 

Figura 3 – Montando C4
Figura 3 – Montando C4

 

Para o integrado sugerimos a utilização de um soquete, e o trimpot pode ser do tipo comum para montagem horizontal ou vertical em placa de circuito impresso. Os resistores são de 1/8 ou ¼ W.

As pilhas são instaladas em suporte apropriado e todo o conjunto instalado em caixa plástica conforme mostra a figura 4.

 

   Figura 4 – Sugestão de caixa
Figura 4 – Sugestão de caixa

 

 

PROVA E USO

Para provar o aparelho, basta ligar nas proximidades um televisor que possua a faixa de µHF sintonizando na faixa mais baixa, ou seja, entre os canais 14 e 20.

Ajustando com muito cuidado o trimmer CV, usando para isso uma chave não metálica, deve ser captado em determinado instante o sinal do aparelho com o aparecimento de barras horizontais na tela.

Retoque a sintoniza do receptor para obter barras bem definidas.

Ajuste P1 para alterar a largura das barras.

Na figura 5 damos as disposições de terminais de alguns transistores que podem ser usados neste projeto já que os BF de seletores de µHF normalmente aparecem em dois tipos de encapsulamentos.

 

   Figura 5 – Padrão gerado e transistores
Figura 5 – Padrão gerado e transistores

 

Comprovado o funcionamento é só usar o aparelho como uma excelente fonte de sinais para a faixa de µHF.

 

IC1 - 4093B - circuito integrado CMOS

Q1 - BF689 - transistor de µHF

L1 - ver texto

S1 - Interruptor simples

B1 – 6 V - 4 pilhas pequenas

Cv - trimmer 1-10 pF

P1- 100 k - trimpot

R1 – 10 k - resistor (marrom, preto, laranja)

R2 – 47 k - resistor (amarelo, violeta, laranja)

R3 – 22 k - resistor (vermelho, vermelho, laranja)

R4 - 330 Ω - resistor (laranja, laranja, marrom)

C1 - 22 nF - capacitor cerâmico ou poliéster

C2 - 10 nF - capacitor cerâmico

C3 - 4n7 - capacitor cerâmico

C4 - capacitor - ver texto

C5 - 100 nF - capacitor cerâmico

Diversos: placa de circuito impresso, suporte de pilhas, caixa para montagem, soquete para o integrado, fios, solda, etc.