Este artigo faz parte do livro Transmissores e Geradores de RF de Apollon Fanzeres de 1985 que reproduzimos na totalidade para download neste site, pois a parte teórica ainda é atual e alguns circuitos ainda podem ser reproduzidos com facilidade.
Saída Simples
A saída simples de um gerador ou transmissor é constituída, quando se trata de válvulas, por uma só unidade ou várias, em paralelo. A designação simples é para diferenciar da saída simétrica (push-pull). Na figura 23 temos um circuito de saída de RF simples, utilizando uma válvula QV06-20 e, na figura 24, temos outro circuito de saída simples utilizando um triodo de potência 833A.

Estes circuitos, publicados por cortesia da Radio Society of Great Britain e da American Radio Relay League, são apenas ilustrativos e não recomendaríamos aos nossos leitores tentar construir por duas razões: o problema legal já apontado e ainda porque, naturalmente sem prática, teriam dificuldades em construir os circuitos complementares de oscilador, separador, fonte de alimentação e modulação. Mais adiante os leitores encontraram circuitos completos, mais simples.
Saída Simétrica
A saída simétrica ou push-pull se constitui de duas ou mais válvulas (sempre em números pares) dispostas de modo a funcionar em oposição. O mesmo se aplica ao circuito transistorizado. Na figura 26 temos um circuito simétrico a válvula e, na figura 27, um circuito simétrico a transistor.
A bobina de placa (quando o circuito é valvular) ou no coletor do circuito transistorizado é a responsável pela transferência do estágio final para a linha de transmissão e para o irradiador ou antena. Esta bobina era denominada antigamente (e ainda persiste a designação) de bobina tanque.
Bobina Tanque
Do bom projeto e do cuidado na construção dependem em grande porcentagem o êxito do transmissor ou gerador de RF. A bobina de tanque, seja ela com núcleo de ar ou com núcleo de ferrite deve ter uma relação L-C adequada para o fator Q ou figura de mérito. Um valor entre 10 e 20 é satisfatório. Se o valor do fator Q for inferior a 10 haverá grande produção de harmônicos e dificuldade de acoplamento indutivo para o circuito irradiante ou antena. Por outro lado, um valor de Q muito acima de 20 ocasionará uma alta corrente no circuito e aumento de perdas na bobina. Aos leitores interessados nos aspectos técnicos, detalhados, recomendamos a leitura do Radio Amateurs Handbook da ARRL, últimas edições.
Acoplamento Indutivo
Um sistema indutivo pode ser apreciado na figura 28. A bobina captadora, também denominada de link, pode ter sua aproximação regulável ou então ser instalado um condensador variável (Cl na figura 28). Porém em equipamentos amadores utilizam-se redes de acoplamentos mais flexíveis, tais como a disposição pi, porque a configuração dos dois capacitores e bobina assemelham-se a letra grega, daquela denominação (figura 29).
Capacitores Circuito Tanque
Nos circuitos do tanque deve-se evitar o uso de capacitores inadequados, isto com respeito ao dielétrico. Em pequenas potências, onde a saída é resistiva e a potência não excede 1 kW de potência de entrada (pico-a-pico), pode-se utilizar capacitores com dielétrico de ar, tipo recepção. Para valores de potência mais elevados os capacitores devem ser com dielétrico de ar, porém do tipo para transmissão. Deve-se evitar capacitores de mica ou cerâmica para potências superiores a 40 watts. Mas uma boa prática é utilizar, sempre que possível nos circuitos tanques, capacitores com dielétrico de ar.