Este controle remoto é especialmente projetado para operar com caixas de redução e motores de corrente contínua em projetos de robótica, mecatrônica e automação. Com eles, via rádio podemos fazer o acionamento de dois motores ou mais a uma distância de várias dezenas de metros.
A vantagem do controle por rádio-frequência que descrevemos, em relação aos controles que utilizam infravermelhos, é que não precisamos ter a linha direta entre o transmissor e o receptor.
Para os sinais de rádio, obstáculos como paredes e muros podem ser superados sem problemas.
O circuito, por outro lado tem a desvantagem de estar sujeitos a interferência e ruídos operando bem apenas em ambientes em que eles não estejam presentes.
Na versão básica podemos ligar ou desligar dois motores e com alterações também fazer inversões do sentido de rotação.
O transmissor opera com modulação por tom e utiliza três transistores.
O receptor utiliza circuitos integrados e transistores e é alimentado por 4 pilhas (6 V).
Analisemos o princípio de funcionamento dos dois.
Como Funciona
Na figura 1 temos o diagrama de blocos do transmissor que opera entre 60 e 90 MHz, dependendo da bobina e do ajuste.
O transmissor possui um multivibrador estável formado por Q1 e Q2, responsável pela produção de um sinal de áudio para modulação da alta frequência.
Este sinal de áudio tem sua frequência determinada pelos capacitores C1 e C2.
O sinal gerado por este circuito modula a alta frequência gerada por Q3, que consiste num oscilador cujo ponto de operação é determinado pela bobina e pelo ajuste de CV.
Temos então a emissão dos sinais modulados através de uma antena, chegando a uma distância de algumas dezenas de metros em condições normais de propagação.
A posição da antena em sua conexão a bobina pode ser alterada, conforme mostra a figura 2, para se obter maior estabilidade de funcionamento.
O receptor tem seu diagrama de bloco mostrado na figura 3.
O bloco de entrada, por onde chegam os sinais captados pela antena é um detector super-regenerativo com um transistor.
A frequência, determinada por L1 e CV deve ser ajustada para coincidir coma frequência do transmissor.
O sinal de áudio obtido nesta etapa é o sinal de modulação do transmissor, consistindo em pulsos que são produzidos quando se pressiona o interruptor do transmissor, conforme mostra a figura 4.
Estes sinais são aplicados a um monoestável que produz pulsos para um contador com o 4017.
Este contador tem um conjunto de diodos que faz a decodificação dos pulsos aplicados conforme o seu número, acionando então o último bloco.
Assim, conforme mostra a figura 5, quando a primeira saída é acionada (1 pulso no transmissor, o primeiro relé é acionado.
Quando a segunda saída é acionada temos o acionamento do segundo relé (dois pulsos no transmissor).
Quando produzimos três pulsos no transmissor, a saída 3 do 4017 é acionada e com isso, temos dois diodos no circuito, com o acionamento de dois relés.
Podemos usar as outras saídas para acionar, por exemplo, um relé que inverte a rotação dos motores, conforme mostra a figura 6.
Em outras palavras, o controle é obtido pelo número de pulsos que produzimos no transmissor.
A operação deste circuito exige, portanto, habilidade não sendo recomendado seu uso com veículos rápidos como aeromodelos, drones ou outros.
Montagem
Na figura 7 temos o circuito completo do transmissor.
A placa de circuito impresso para o transmissor é mostrada na figura 8.
Na montagem, observe que a maioria dos capacitores deve ser de cerâmica de boa qualidade.
As posições dos transistores devem ser observadas e os resistores são de 1/8 W com qualquer tolerância.
A bobina consta de 4 espiras de fio telefônico comum sólido ou esmaltado 26 ou 28 com 1 cm de diâmetro sem núcleo.
O trimmer pode ser do tipo antigo de porcelana, ou moderno de plástico tubular, caso em que a placa deve ser alterada para o formato deste componente.
O valor pode ficar entre 20 e 40 pF de capacitância máxima.
A antena pode ser telescópica ou um fio rígido de 20 a 40 cm de comprimento.
Para o receptor temos o diagrama completo na figura 9.
A montagem pode ser feita numa matriz de contactos ou ainda numa placa universal com o mesmo padrão, conforme mostra a figura 10.
A bobina e o trimmer são iguais ao do transmissor, e a antena pode ser um pedaço de fio rígido ou telescópica de 30 a 60 cm de comprimento.
Na montagem, observe as posições dos circuitos integrados e transistores, assim como a polaridade de diodos e capacitores eletrolíticos.
Os resistores são de 1/8 W com qualquer tolerância e os capacitores eletrolíticos para 6 V ou mais.
XRF pode ser elaborado enrolando-se 40 a 50 espiras de fio bem fino (32) num palito de dentes ou resistor de 1 M x ½ W.
Os relés são do tipo sensível com base DIL e no diagrama original temos a função de acionamento e reversão, mas podem ser feitas alterações.
Para ajustar o circuito utilize um fone ou amplificador para detectar o sinal de áudio de modulação, conforme mostra a figura 11.
Inicialmente ajuste CV do receptor e P1 para não captar nenhum sinal de estação, apenas o chiado do canal livre.
Depois, atuando sobre o transmissor, atue sobre CV para captar o tom mais forte.
Conseguido o tom mais forte, ajuste P1 para que a cada vez que você pressionar o interruptor do transmissor haja a comutação dos relés.
Transmissor
Q1, Q – BC548 – transistores NPN de uso geral
Q3 – BF494- transistor NPN de RF
L1 – bobina – ver texto
CV – trimmer – ver texto
A – antena – ver texto
S1 – Interruptor de pressão NA
B1 – 6 V – 4 pilhas AAA ou AA
C1, C2 – 22 nF – capacitores cerâmicos ou poliéster
C3 – 1n5 – capacitor cerâmico
C4 – 10 pF – capacitor cerâmico
C5 – 100 nF – capacitor cerâmico
R1 – 4k7 Ω – resistor – amarelo, violeta, vermelho
R2, R3 R4 – 22 k Ω – resistores – vermelho, vermelho, laranja
R5 – 82 k Ω – resistor – vermelho, vermelho, laranja
R6 – 100 Ω – resistor – marrom, preto, marrom
Diversos:
Placa de circuito impresso, suporte de pilhas, caixa para montagem, fios, solda, etc.
Receptor
CI-1 – 555 – circuito integrado
CI-2 – 4017 – circuito integrado
Q1- BF494 – transistor NPN de RF
Q2 a Q5 – BC548 – transistores NPN de uso geral
D1 a D4 – 1N34 – diodos de germânio
D5, D6 – 1N4148 – diodos de uso geral de silício
LED – LED comum de qualquer cor
K1, K2 – Relés DIL de 6 V até 100 mA
S1 – Interruptor simples
B1 – 6 V – 4 pilhas pequenas
B2 – 6 V – 4 pilhas grandes ou bateria
L1 – Bobina – ver texto
CV – Trimmer – ver texto
P1, P2 – 10 k Ω – trimmers
XRF – 100 µH – micro choque
R1, R8, R9 – 47k Ω – resistores – amarelo, violeta, laranja
R2 – 10 k Ω – resistor – marrom, preto, laranja
R3 – 4k7 Ω – resistor – amarelo, violeta, vermelho
R4, R11, R12 – 2k2 Ω – resistores – vermelho, vermelho, vermelho
R5 – 22 k Ω – resistor – vermelho, vermelho, laranja
R6 – 3M3 – resistor – laranja, laranja, verde
R7 – 330 k Ω – resistor – laranja, laranja, amarelo
R10 – 1 k Ω – resistor – marrom, preto, vermelho
C1- 22 µF – capacitor eletrolítico
C2 – 1n2 – capacitor cerâmico
C3 – 4p7 – capacitor cerâmico
C4 – 2n2 – capacitor cerâmico
C5 – 22 nF – capacitor cerâmico ou poliéster
C6 – 100 nF – capacitor cerâmico ou poliéster
C7 – 4,7 µF – capacitor eletrolítico
C8 – 2,2 µF – capacitor eletrolítico
C9 – 220 µF – capacitor eletrolítico
C10 – 1 000 µF – capacitor eletrolítico
M – motor ou caixa de redução
Diversos:
Matriz de contatos ou placa de circuito impresso, suportes de pilhas, caixa para montagem, fios, solda, etc.