Eis um efeito interessante de som para instrumentos musicais: um circuito que produz um tom uma oitava cima do tocado e o mistura ao original para posterior amplificação e reprodução. Os resultados só podem ser avaliados por quem experimentar esta montagem.

Na verdade a elevação de uma oitava de um sinal gerado por um instrumento musical quer seja por meio de amplificadores operacionais acoplados a ponte de diodos ou mesmo de forma passiva com simples pontes de diodos tem sido explorada em muitas publicações técnicas.

O circuito que apresentamos não pretende ser muito diferente do que mais simples se pode fazer para este efeito de som, tendo apenas como requinte a ser lembrado a soma do sinal gerado com o sinal original com uma mixagem que melhora a reprodução final.

Assim, se o leitor não conhece os efeitos da elevação de oitava não custa experimentar esta versão com amplificador operacional.

Para os que não sabem, o elevador de oitava consiste num circuito que dobra a freqüência da nota que está sendo executada, levando-a para a oitava imediatamente superior da escala musical.

O resultado é um som mais agudo que o original se o som dobrado for reproduzido sozinho.

Se o somarmos ao original teremos uma espécie de acompanhamento de um segundo instrumento, tocando a mesma nota porém em oitava diferente.

Nosso circuito é intercalado entre o instrumento musical e o amplificador e pode ser alimentado com tensões de 9 a 12 V de uma fonte simétrica.

Isso significa que tanto podemos usar uma fonte a partir da rede local como 2 baterias de 9 V pequenas já que o consumo de corrente é muito baixo.

 

Características

Tensão de alimentação: 9 a 12 V (simétrica)

Consumo: 5mA (tip.)

Impedância de entrada: 1 M (tip.)

Ganho: ajustável entre 10 e 200

 

COMO FUNCIONA

O TL072 (Texas) é um duplo amplificador operacional com transistores de efeito de campo que se caracteriza pelo funcionamento com tensões muito baixas e elevadíssima impedância de entrada.

O primeiro amplificador é usado como um pré-excitador com o ganho ajustável em P1 que controla a realimentação do integrado.

A impedância é dada basicamente por R3 e a resposta de freqüência pode ser sensivelmente modificada pela alteração de C1.

A saída de sinal deste amplificador é dividida em dois ramos. O primeiro que passa por C5 é levado diretamente a saída, onde é feita sua mixagem com o sinal que vai ter sua oitava elevada.

O segundo ramo é levado à entrada do segundo amplificador, mas passando por um par de diodos que funciona como um dobrador de freqüência para então aplicar o sinal nas entradas inversora e não inversora.

O ganho desta etapa é determinado por R6 e a saída é levada ao misturador que consta de R8, Rio, C6 e do controle P2.

A fonte de alimentação deve ser simétrica, podendo ser usada a mostrada na figura 1.

 

Figura 1 – Fonte para o circuito
Figura 1 – Fonte para o circuito

 

 

MONTAGEM

Na figura 2 temos o diagrama completo do elevador de oitava.

 

Figura 2 – Diagrama completo do aparelho
Figura 2 – Diagrama completo do aparelho

 

Na figura 3 temos a nossa sugestão de placa de circuito impresso.

 

Figura 3 – Placa para a montagem
Figura 3 – Placa para a montagem

 

Os resistores são todos de 1/8 ou ¼ W com 5 a 20% de tolerância.

Os capacitores podem ser tanto cerâmicos como de poliéster e P1 e P2 são potenciômetros comuns ou trimpots caso o leitor queira uma montagem mais econômica sem precisar mexer muito em controles.

Os diodos são de silício de uso geral como o 1N4148 ou 1N914. Os jaques de entrada e saída devem ser de acordo com os plugues e cabos do instrumento e amplificador .

O conjunto deve ser montado em caixa metálica para se evitar a captação de zumbidos.

O cabo de entrada de sinal deve ser blindado assim como o de saída.

 

PROVA E USO

Observamos que este circuito trabalha com sinais de baixa intensidade como os obtidos da saída de transdutores de instrumentos musicais, tais como: guitarras, violões, etc.

Não devemos ligar o circuito na saída de amplificadores ou outros circuitos de potência. (fig. 4)

 

Figura 4 – Modo de usar
Figura 4 – Modo de usar

 

O aparelho é intercalado entre a fonte de sinal e o amplificador final sendo o ajuste de ganho e mixagem feitos em P1 e P2 de modo a se obter a melhor excitação.

Comprovado o funcionamento é só usar. Se ocorrerem roncos ou realimentações, verifique as blindagens dos fios e o próprio aterramento da caixa.

 

CI-1 - TLO72 ou equivalente - amplificador operacional com FET

P1 - 2M2 - trimpot ou potenciômetro

P2 – 10 k - trimpot ou potenciômetro

J 1 e J2 - jaques de entrada e saída - ver texto

R1, R8, R9, R10 e R11 – 12 k x 1/8 W - resistores (marrom, vermelho, laranja)

R2 – 100 k x 1/8 W - resistor (marrom, preto, amarelo)

R3 - 1M x 1/8 W - resistor (marrom, preto, verde)

R4 – 220 k x 1/8 W - resistor (vermelho, vermelho, amarelo)

R5 – 82 k x 1/8 W - resistor (cinza, vermelho, laranja)

R6 – 180 k x 1/8 W - resistor (marrom, cinza, amarelo)

R7 – 270 k x 1/8 W - resistor (vermelho, violeta, amarelo)

C1 e C6 - 470 nF - capacitor cerâmico ou poliéster

C2 e C4 - 220 nF - capacitor cerâmico ou poliéster

C3 - 10 pF - capacitor cerâmico

C5 - 100 nF - capacitor cerâmico ou poliéster

Diversos: placa de circuito impresso, fios blindados, caixa para montagem, fonte de alimentação, botões para os potenciômetros (se usados), fios, solda, etc.