Este mixer com monitor ou pequena mesa de som é ideal para a edição de fitas antigas que devam ser passadas para outras mídias ou ainda para trabalhos de estúdios e emissoras experimentais. A presença de um monitor é muito importante quando este aparelho é usado em shows, apresentações de conjuntos musicais. O circuito apresentado é muito eficiente dado o uso de um bom circuito integrado e, além disso, usa poucos componentes de baixo custo. Sua alimentação pode ser alimentado por pilhas comuns ou fonte.
Uma mesa de som ou de mixagem é um dos equipamentos que os leitores que editam fitas, fazem shows ou apresentações mais cobiçam.
Destinado a misturar os sinais de diversas fontes de áudio como, por exemplo, colocara palavras com fundo musical, ou ainda um instrumento com nível mais elevado junto de outro com nível menor e finalmente fazer a transição suave de duas músicas, os mixer são de extrema utilidade nos estúdios de edição de sons.
O mixer ou pequena mesa de som que descrevemos neste artigo se caracteriza pelo seu circuito de alto ganho e elevada impedância de entrada que permite a operação com a maioria das fontes de sinal, inclusive as de pequena intensidade como microfones e cápsulas de um toca-discos.
Este mixer incorpora ainda um amplificador de monitora para a ligação de um fone de ouvido. Através do fone podemos acompanhar o que ocorre com o sinal de saída para uma gravação em nova mídia, distribuição ou ainda reprodução.
O baixo consumo de todo o circuito permite a alimentação com pilhas comuns o que é um fator importante quando se pensa em roncos e ruídos que uma fonte convencional pode introduzir.
A utilização de pilhas também torna o aparelho totalmente portátil e mais fácil de usar.
A saída de baixa e média impedância comum nível de sinal superior a 1Vpp permite a excitação da maioria dos amplificadores comuns, transmissores e entradas de mídias digitais sem problemas.
Com um pouco de habilidade na elaboração da caixa, podemos ter uma montagem com aspecto profissional que nada deixará a dever a um aparelho semelhante encontrado no mercado.
Características
Tensão de alimentação: 3+3 V (6 pilhas pequenas ou médias)
Consumo sem carga por monitor: 15 mA
Potência máxima de áudio no monitor em 32Ω: 100 mW
Impedância de entrada: 100k por canal
Número de canais: 3 + 3 (estéreo)
Ganho de tensão por canal: 100
Impedância de saída: 8 k Ω (tip.)
Como Funciona
A base do setor de mixagem é um quádruplo amplificador operacional de transcondutância LM3900. Neste dispositivo, a tensão de saída é proporcional à diferença de corrente nas entradas.
Os quatro amplificadores do LM3900 servem para a elaboração de um excelente mixer, onde o ganho de cada etapa dependerá da relação entre o resistor de realimentação (10 M) e o resistor de entrada (100 k).
São usados então três amplificadores, um para cada Ca canal, com os sinais a serem amplificados controlados pelos potenciômetros P1 a P3.
Para cortar os sinais de modo decisivo, são utilizadas chaves na entrada não inversora (S1 a S3). Estas chaves permitem a desativação dos canais correspondentes, o que é um recurso interessante no trabalho com diversos microfones.
Os sinais dos três amplificadores são aplicados ao quarto amplificador do CI que serve como driver de saída.
O ganho desta etapa é dado pela relação entreR12 e os resistores de entrada.
A saída de sinal dessa etapa é a saída do mixer que será levada a dois pontos do circuito. Um deles é o próprio jaque de saída de um dos canais, já que o sistema é estéreo.
O outro é a entrada de um amplificador de áudio do tipo TDA7050. Podem ser usados outros integrados ou mesmo um segundo amplificador externo.
Este integrado foi projetado especialmente para excitar fones de ouvido em sons portáteis apresentando um excelente ganho mesmo quando alimentado com apenas 3 V.
Para controlar o nível de sinal monitorado temos um potenciômetro em cada canal, já que o circuito é estéreo.
O fone de ouvido usado neste circuito deve ser de baixa impedância com pelo menos 16 Ω.
Com a utilização de integrados com múltiplas funções, o circuito torna-se simples sem perder a qualidade. Desta forma, para a mixagem dos 6 canais (3 + 3 num sistema estéreo) e monitoria dos dois canais, utilizamos apenas três circuitos integrados.
A alimentação é feita com dois conjuntos de 2 pilhas com baixo consumo, o que garante uma boa autonomia para a fonte de alimentação.
Montagem
Na figura 1 temos o diagrama do mixer, observando-se um canal das etapas de mixagem com3 entradas e os dois canais da etapa de monitoria.
Uma segunda etapa de mixagem, com outro LM3900, deve ser utilizada para o sistema estéreo. A placa de circuito impresso é mostrada na figura 2.
Os fios de entrada e de saída de sinais devem ser blindados com a malha ligada ao terra do circuito.Se a caixa puder ser metálica, o terra deve ser ligado à sua estrutura de modo que ela sirva de blindagem.
Os jaques de entrada e de saída devem ser de acordo com os cabos e plugues que o leitor for usar em seu trabalho.
Podemos utilizar potenciômetros deslizantes ou rotativos de acordo com a disponibilidade de cada um. Entretanto, os tipos deslizantes (slide) resultam numa montagem com aparência mais profissional.
Para as pilhas, devemos usar suporte apropriados observando a polaridade.
Os resistores são todos de 1/8 ou ¼ W com 5 a 20% de tolerância e os capacitores menores podem ser tanto de poliéster como cerâmicos.
Os capacitores eletrolíticos são para6 V ou mais de tensão de trabalho.
A placa será fixada na caixa através de parafusos com separadores.
Um terceiro LM3900 poderá ser utilizado para expandir o número de entradas para 5. Uma placa separada poderá ser utilizada para esta finalidade.
Prova e Uso
Para provar (e usar) o aparelho devemos ligá-lo à entrada de um amplificador de áudio ou outro equipamento que permita a monitoria do som, já que testamos o próprio monitor do aparelho, conforme mostra a figura 3.
Os potenciômetros de entrada devem estar todos na posição de mínima intensidade de sinal e as chaves de inibição de sinal (S1 a S3) devem estar abertas.
Ligamos nas entradas fontes de sinais como gravadores, MP3, rádios, microfone, etc. e na saída um fone de ouvido.
Abrindo vagarosamente os potenciômetros de controle de sinal (P1 a P3) devemos ter a produção do sinal no monitor e no amplificador usado como prova.
Os potenciômetros devem ser abertos até o ponto em que temos a máxima intensidade de som sem distorção.
Observe que S4 liga o mixer e S5 liga o amplificador monitor.
No diagrama M1 e M2 são representados como jaques de saídas separados, mas pode ser usado um jaque único para fone estéreo. Se o leitor for trabalhar com fontes de sinais fortes e desejar reduzir o ganho para uma das entradas, pode reduzir o valor de R13, R14 ou R15.
Uma possibilidade a ser estudada consiste no uso de trimpots em lugar desses resistores, para podermos trabalhar com ganhos ajustáveis para as entradas.
Para usar o aparelho, leve em conta as intensidades dos sinais das entradas e também que os potenciômetros devem ser abertos até o ponto em que se obtém máxima saída sem distorção.
A inibição de qualquer entrada é feita através das chaves de S1 a S3. Se ocorrerem roncos no no funcionamento, verifique as blindagens dos cabos.
(um canal)
CI-1 – LM3900 – circuito integrado
CI-2 – TDA7050 – circuito integrado
P1, P2.P3 – 100 k – potenciômetros lineares
P4, P4 – 22 k ou 47 k potenciômetros lineares
S1 a S5 – Interruptores simples
B1, B2 – 3 V – duas pilhas pequenas ou médias
R1, R3, R5 – 100 k x 1/8 W– resistores (marrom, preto, amarelo)
R2, R4, R6 e R12 – 10 M Ω x 1/8 W – resistores – marrom, preto, azul
R7, R8 e R9 – 100k Ω x 1/8 W – resistores (marrom, preto, amarelo)
R10, R11 – 10 k x 1/8 W – resistores (marrom, preto, laranja)
R13, R14, R15 e R16 – 10 M x 1/8 W – resistores – (marrom preto, azul)
C1, C2,C3, C4, C6 e C1 – 100 nF – capacitores cerâmicos ou poliéster
C5 e C9 – 100 µF x 6 V – capacitores eletrolíticos
C11 e C12 – 47 µF x 6 V – capacitores eletrolíticos
Diversos:
Placa de circuito impresso, caixa para montagem suportes de pilhas, botões para os potenciômetros, jaques de entrada e saída, fios blindados, fios, etc.