Neste artigo apresentamos ao leitor um instrumento para bancada. Trata-se de uma fonte que fornece tensões de 1,2 V até 12 V com cor- rente de 500 mA. É uma montagem simples e de fácil realização, sendo uma ótima opção para quem está montando sua própria bancada.
Nota: Artigo publicado na revista Eletrônica Total 139 de 2009
Muitos equipamentos de bancada são caros e o leitor iniciante, na maioria adolescentes e crianças, não podem adquiri-los. Por esse motivo, propomos a montagem de uma fonte que pode fornecer 1,2 V até 12 V de tensão contínua com uma corrente de no máximo 500 mA. Com este equipamento o leitor poderá montar seus circuitos básicos sem se preocupar em gastos com pilhas e baterias.
O circuito
O circuito do projeto é dado na figura 1, esse é um circuito que utiliza um transformador 12 V/500 mA que possui apenas dois fios no seu secundário. Sua retificação é feita por um retificador de onda completa em ponte.

Todo o processo de regulagem da tensão é feita pelo CI, que é um regulador de tensão de 1,2 V até 37 V e corrente de até 1,5 A. Esse regulador é fácil de ser encontrado no mercado e para o leitor definir qual será a tensão inicial de saída deverá utilizar a seguinte expressão matemática:
Fazer a expressão certa!
Os capacitores C1, C2, C3 e C4 são filtros que servem para remover transientes e oscilações deixados pelo transformador, P1 é um potenciômetro linear usado para regular a tensão da fonte.
Os diodos da retificação são todos 1N4007 e R, é um resistor limitador de tensão utilizado para proteger o LED, que serve para indicar que a fonte está ligada.
Obs.: Chamamos a atenção do leitor para que esse resistor seja de 3 W ou 5 W, um resistor de 1,4 W irá sobreaquecer e danificar-se.
Montagem em PCI
A montagem em placa de circuito impresso é dada na figura 2. Ela é de face simples e possui 7 cm x 8 cm. Esse tamanho foi adotado para que a placa coubesse dentro da caixa plástica, mas o leitor pode utilizar outro tipo de caixa plástica. Preste atenção aos componentes polarizados principalmente os capacitores eletrolíticos que, nessa aplicação, podem estourar especialmente o C3.

Os diodos também são polarizados e para os fusíveis utilizamos soquetes para PCI. Outra opção é empregar soquetes como, por exemplo, os externo fixo; o transformador também é fixo na placa por parafusos; já as chaves S, e S2 são soldadas por fios e presas na estrutura da caixa. P1 e LED1 também são presos na estrutura da caixa sendo soldados à placa por fios.
Montagem mecânica
A montagem mecânica da fonte foi feita a partir de uma caixa plástica da Patola, a CF-125. Ela é apropriada para fontes onde o leitor vai se preocupar apenas em fazer os furos dos bornes e de P1, pois ela já possui encaixe para chaves liga/desliga e de seleção; também há o furo do LED, mas o leitor pode optar por uma montagem diferente. O que vale é a imaginação!
Para a montagem mecânica, acompanhe as figuras 3, 4 e 5.



Como usar
Antes de usar a fonte, verifique se a montagem foi realizada com sucesso e, se não existem falhas ou defeitos na montagem. Caso esteja tudo em ordem, selecione a fonte para funcionar de acordo com a tensão local.
Em seguida ligue a fonte, o LED, deve acender. Com um multímetro, meça a tensão nos bornes da fonte, regule o potenciômetro desde 1,2 V até o final e veja se a tensão máxima está entre 11 V e 13 V.
Dessa maneira, o leitor já possuirá em sua bancada um equipamento de precisão para ajudá-lo em seus projetos.
Para que possa usar a fonte, deverá utilizar um multímetro para selecionar a tensão exata de trabalho requerida para o projeto.
Conclusão
Neste artigo apresentamos um equipamento que irá auxiliar o leitor em seus projetos e montagem simples, onde o uso de pilhas e baterias não será necessário, uma vez que o assunto é testar circuitos. Esperamos que o leitor faça bom proveito do projeto proposto! T
Programação em BASIC para o PIC
Parte II
Vitor Amadeu Souza
Neste artigo, o leitor verá os passos para o desenvolvimento de uma minuteria com o microcontrolador PIC18F1220 e o mikroBASIC. Para isso, mostradas como utilizar as funções de retardo disponíveis na linguagem.
A função de uma minuteria é manter ligada uma saída durante um intervalo de tempo. Nos dias de hoje, nos quais a demanda por energia elétrica é alta, obter formas de economizá-la é uma das aplicações nas quais um microcontrolador pode ser utilizado. Normalmente a minuteria é utilizada em corredores ou garagens, por exemplo, e ao detectar a presença humana, a iluminação é acionada por um período de tempo e logo em seguida desligada automaticamente.
Os sensores que informam ao circuito de controle a presença de uma pessoa são chamados de sensores de infravermelho PIR, como pode ser observado na figura 1.
Na parte interna desses sensores, já fica instalado o circuito de minute- ria e o tempo em que o mesmo ficará acionado após receber o sinal de presença é ajustado através de um trimpot. Apesar deste projeto poder ser desenvolvido por um microcontrolador e nada impede a utilização lógica discreta para o desenvolvimento deste circuito. Esta é mais uma aplicação onde o microcontrolador pode ser utilizado.
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Recursos de Hardware
Para o desenvolvimento deste projeto, utilizaremos a placa didática PICLAB18F1220 desenvolvido pela Cerne Tecnologia (www.cerne-tec. com.br). Para simular o sensor de infravermelho, usaremos um botão e para simular a saída de um relé o LED que fica instalado na própria placa. O circuito elétrico pode ser observado na figura 2.
Carta de Tempos
O exemplo funcionará da seguinte forma: Quando for detectado a presença de uma pessoa (ao pressionar o botão, no nosso caso) a saída ficará acionada durante o intervalo de 10 segundos. Este tempo pode ser alterado através de parâmetros de software como será visto em breve. Desta forma, a carta de tempos do nosso exemplo será a apresentada na figura 3.
Fluxograma
O fluxograma que irá reger o funcionamento deste software pode ser apreciado na figura 4. Note que enquanto não é verificada nenhuma presença o sistema fica preso em loop, testando ciclicamente a entrada do sensor. No entanto assim que este estado se altera, a saída é ligada e logo em seguida entra em uma rotina que faz com fique durante o intervalo de 10 segundos neste estado. A seguir a mesma é desligada e volta-se a verificar a entrada do sensor.
Recursos de Software
Para execução deste exemplo, precisaremos de uma função que permita um retardo no programa. Para isso, utilizaremos a função da linguagem BASIC chamada delay_ms(parâmetro). Esta função faz com que o programa fique parado durante um intervalo de tempo em função de parâmetro. Desta forma, se chamarmos delay_ms(1000), o pro- grama ficará "preso" durante o intervalo de 1 segundo nesta rotina, causando o retardo necessário que precisamos. É importante salientar que o parâmetro máximo que pode ser passado para esta função é de 65535.
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Software
O software final, que permitirá que construamos a nossa minuteria pode ser observado no box 1. Observe que o leitor deve criar antes um projeto, de acordo com o primeiro artigo desta série e então digitar o código abaixo.
Vamos agora analisar melhor o código-exemplo. Primeiramente, o nome do programa é informado através de program Minuteria. Note que neste caso o projeto foi chamado de minuteria. Logo em seguida o programa começa através do label main.
Na próxima linha encontramos a declaração adcon1=%01111111. Isto foi feito pois os pinos RAO, RA1, RA2, RA3, RB0, RB1e RB4 ficam configura- dos automaticamente como pinos de função analógica e como no exemplo proposto esta função não é utilizada, foi necessário desligá-la através deste comando. Mais detalhes sobre os pinos de função analógica serão explorados nos próximos artigos. O comando trisb=%00000001 faz com que o pino RBO fique configurado como entrada e o restante como saída (observe o esquema elétrico na figura 2). Após estas configurações, inicia-se o teste do pino RBO e caso o mesmo fique ativo (neste caso em nível lógico 0) o LED conectado na saída RB3 será acionado e ficará neste estado durante o intervalo de 10 s através da função delay_ms(10000). Passado este intervalo, o LED é desligado e o sistema volta a testar o sensor (botão) a fim de detectar algum evento e acionar novamente a saída. Observe que ao lado de alguns comandos do programa, existe um texto explicativo que inicia-se por (apóstrofo). Todo o texto que é iniciado por este caractere é chamado de comentário e o compilador, no momento da compilação, não trata este texto, tornando o seu uso livre.
Após o desenvolvimento deste pro- grama, compile-o e transfira o arquivo hex para a placa didática para validar o exercício.
Conclusão
Os microcontroladores são encontrados hoje em diversos encapsula- mentos e apresentam preços muito baixos. A Microchip, por exemplo, lançou recentemente a família PIC10 que possui 6 pinos e é excelente para aplicações como esta, na qual não é necessário grande poder de processamento.
Informo mais uma vez aos leitores que tiverem alguma dúvida, sugestão ou crítica que podem entrar em contato comigo pelo e-mail vitor@cerne-tec. com.br.
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