Diversos são os circuitos eletrônicos que podem ser alimentados por apenas uma pilha simples e alguns deles podem ser muito interessantes pelo seu funcionamento, aplicação ou apenas para entretenimento e aprendizado de circuitos usados na eletrônica. Apresentaremos alguns circuitos muito simples de montar e de funcionamento imediato, sendo uns mais fáceis e outros mais difíceis de ajustar, mas nada impossível. 

Nota: Artigo publicado na revista Eletrônica Total 118 de 2006.

 

O interessante de alimentar os circuitos com apenas uma pilha consiste no fato de que eventuais enganos nas montagens, troca de transistor, inversão de polaridade, etc., reduzem o perigo e as chances de danificar os componentes. Dessa vontade, logicamente, com certo limite.

 

 

1- Transmissor de FM

 

Nosso primeiro circuito é um pequeno transmissor de FM, capaz de levar os seus sinais a pequenas distâncias (de no máximo uns 50 m), dependendo do alcance do receptor. Os componentes são todos comuns, não trazendo qualquer tipo de problema para o montador menos experiente. A bobina consiste em seis voltas de fio comum, de ligação, possuindo uma :ornada ou derivação na terceira espira, ou seja, bem no centro. A mesma pode ser enrolada em torno de um lápis comum e possui núcleo de ar. A figura 1 mostra o circuito do nosso pequeno transmissor, cuja montagem final fica extremamente pequena.

 


 

 

 

 

2 - Outro transmissor de FM

 

Nosso circuito seguinte consiste em um outro transmissor de FM (figura 2), tendo um alcance um pouco maior. Aqui, os componentes são corriqueiros, devendo-se observar apenas a ligação do transistor e do microfone de eletreto. A bobina é formada por quatro voltas de fio comum em núcleo de ferrite. Como no circuito anterior, o comprimento da antena pode ficar entre 1 e 20 cm e o fio usado pode ser qualquer, desde que se auto sustente. Podem ser utilizadas pilhas-botão, o que confere à montagem um tamanho final bastante reduzido.

 


 

 

 

 

3 - Receptor para a faixa de ondas médias

 

O terceiro circuito é um receptor para a faixa de ondas médias. Novamente, os componentes são todos comuns, a bobina compõe-se de 100 voltas de fio bem fino, enroladas sobre um bastão de ferrite de cerca de 10 a 30 cm, tendo uma tomada na sua décima espira. Observe atentamente as ligações do capacitor variável e da bobina no circuito.

Testes podem ser feitos, deslocando-se a tomada de derivação para cima, no sentido de melhorar a sensibilidade, porém isso piora a seletividade, mas poderá ser feito conforme a necessidade do leitor. Caso necessário, é possível adicionar uma antena, por meio de um capacitor de cerca de 10 a 100 pF na centésima espira da bobina, ou seja, no lado oposto ao do terra.

Nesse circuito (figura 3), o fio terra não é necessário, mas em certos casos, melhora a recepção. Pode ser usado um fone de ouvido ou até mesmo, um falante pequeno, conforme o caso. O diodo de germânio admite diversos equivalentes

 


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4 - Transceptor para a faixa de radioamadores

 

Como quarto circuito, temos um transceptor para a faixa de radioamadores, que opera na banda de 40 m (7 MHz), dependendo do cristal usado (figura 4). Os componentes não são críticos, porém, os do circuito tanque (os ligados ao coletor do BD139) são os únicos de valores críticos, pois irão suprimir as harmônicas durante a transmissão. O fone é do tipo comum, assim como os demais componentes, dispensando maiores comentários.

 


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O oscilador é do tipo Colpitts, controlado a cristal. Outras frequências podem ser experimentadas, desde que sejam trocados o cristal e os componentes do circuito tanque. Por exemplo, para a faixa de 80 m (3,58 MHz), no lugar dos capacitores de 470 pF são colocados valores de 820 pF e o indutor de 1,5 µH, é substituído por um de 2,2 µH. O trimpot ligado a base do BD139 serve para controlar sua polarização, aumentando o sinal na saída, que deverá ter uma carga adequada (antena, ou máximo brilho na lâmpada para ajustes) de 50 ohms. O fone e o manipulador podem ser ligados por meio de jacks. A potência conseguida com esse circuito gira em torno de 20 mW, mesmo alimentado com uma simples pilha.

Soltando o manipulador, o circuito fica habilitado para receber sinais e, quando o manipulador é pressionado, o circuito passa a transmitir os sinais. Tal disposição de circuito é pouco conhecida pela maioria dos leitores e foi baseada em um famoso circuito da Internet, o chamado "PIXIE2 transceiver". Existe uma infinidade de sites mostrando esse fabuloso circuito, extremamente enxugado e que funciona muito bem.

Evidentemente, é necessário usar uma antena adequada, dessas utilizadas pelos radioamadores. O único componente mais difícil de achar no comércio é justamente o cristal, havendo algumas possibilidades: mandar cortar o cristal para a frequência desejada ou adquirir um já pronto no comércio (7,121222 MHz).

 

 

5 - Transceptor para a faixa de 144MHz

 

Este transceptor também é de baixa potência, só que dessa vez, o mesmo é capaz de gerar sinais na faixa de 144 MHz. No caso dessa frequência, os cristais devem ser submúltiplos da mesma. Por exemplo: usando um cristal de 24 MHz, a sexta harmônica irá cair em 144 MHz e, assim por diante. O que se faz é sempre sintonizar o circuito tanque (bobina e capacitor) nessa frequência. O princípio de funcionamento é semelhante ao do circuito anterior e permite uma ampla gama de experimentos, sem risco de queimar nem danificar os componentes. Contatos podem ser tentados com outras estações de radioamador. Observe a figura 5.

 


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6 - Eletroscópio

 

Finalmente, nosso último circuito (figura 6) consiste em um eletroscópio, ou seja, um detector rudimentar de cargas elétricas, dessas que se obtêm ao friccionar um pente ou régua de plástico contra roupas ou cabelo. O aparelho detectará as cargas pela variação do tom emitido por um oscilador de baixa frequência. Caso o leitor queira, poderá alimentar o circuito com 3 V e, no lugar do oscilador, colocar um LED. O oscilador, assim como o LED, funciona como carga para o terceiro transistor BC548 colocado em cascata.

 


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Os circuitos mostrados aqui têm o objetivo de levar aos leitores menos experientes, algumas montagens simples, usando uma única pilha e, que proporcionam resultados satisfatórios. O baixo risco de danificar os componentes mediante eventuais enganos, a simplicidade, o baixo custo dos componentes e o aprendizado na montagem são as principais características dos circuitos apresentados

 

 


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