Este circuito produz lampejos alternados em duas lâmpadas de 12V servindo para sinalização de emergência, em veículos e outras aplicações similares. O sistema tem por base dois SCRs e um transistor unijunção, havendo um preciso controle de frequência das piscadas. Lâmpadas até 500 mA podem ser utilizadas o que corresponde a uma potência de 6 watts.
Sinalizadores de emergência encontram utilidades em locais públicos sujeitos a cortes de energia, em veículos que trafegam à noite e até mesmo em obras rodoviárias. Os sinalizadores que levamos ao leitor através deste artigo, opera com uma tensão de 12V, o que significa que podemos alimentá-lo com baterias de carro. Por outro lado, lâmpadas de até 500 mA podem ser utilizadas o que significa uma boa potência luminosa. As piscadas podem ser controladas numa ampla faixa de frequências através de um potenciômetro.
Como Funciona
Um transistor unijunção(Q1) produz pulsos numa frequência que depende da velocidade de carga de C1 através de R1 e P1. P1 permite que se ajuste a frequência desde um pulso a cada 10 ou 20 segundos até alguns pulsos por segundo conforme a aplicação do sistema. Os pulsos de descarga do capacitar através do transistor unijunção aparecem em R3 servindo para comutar um biestável formado por dois SCRs. Os pulsos são aplicados às comportas dos SCRs através dos capacitores C4 e C5, enquanto C2 e C3 formam um circuito de realimentação que impede que ambos conduzam ao mesmo tempo.
Isso significa que, se SCR1 for disparado antes do SCR2, os capacitores C2 e C3 curto-circuitarão o anodo com o catado de SCR2 evitando seu disparo ou desligando-o se ele estiver no estado de condução. O processo é bilateral, o que significa que o disparo de um SCR sempre provoca o desligamento do outro.

Nos ciclos de disparo e desligamento de cada SCR as lâmpadas ligadas entre seus anodos e a alimentação acendem e apagam, produzindo o efeito desejado.
Observe a necessidade de se utilizar dois capacitores em oposição entre os anodos dos SCRs, pois a corrente circulará por estes componentes ora num sentindo, ora em outro o que significa que o componente deve ser despolarizado. Na figura 1 temos o diagrama do sinalizador, observando-se que os SCRs usados devem ter uma baixa tensão de trabalho. Os TIC106A servem, pois operam com 50 volts.
É claro que SCRs de maior tensão também funcionam. Para lâmpadas acima de 200 mA de corrente, deve-se utilizar um radiador de calor em cada SCR. Na figura 2 temos a montagem do circuito numa ponte de terminais que deve ser instalada posteriormente em caixa fechada. O potenciômetro pode ser linear ou log e incluir o interruptor geral não representado no diagrama. Também sugerimos a proteção do circuito com um fusível de 2A em série com a alimentação.
Os resistores são todos de 1/8W e os eletrolíticos devem ter uma tensão de trabalho de 16 volts ou mais. Os capacitores C4 e C5 podem ser de poliéster com 50V ou mais de tensão de trabalho. As lâmpadas podem ficar até 2 metros do circuito de controle, mas seus fios de ligação não devem ser muito finos. Utilização
Basta ligar a unidade e ajustar a frequência das piscadas em P1. Se uma lâmpada tender a ficar acesa, verifique o SCR correspondente e se não houver a comutação, aumente R4 ou R5 e até mesmo C4 ou C5, pois pode ser devido à falta de sensibilidade do SCR empregado.
Lista de Material
01 2N2646 — transistor unijunção
SCR1, SCR2 — TIC106 para 50V ou mais —SCR
L1, L2 — 12V x 200 mA — lâmpadas de luz de cortesia de carro
P1 — 470k — potenciômetro
R1, R4, R5 — 10k — x 1/8W resistores (marrom, preto, laranja)
R2, — 470 ohms x 1/8W — resistor (amarelo, violeta, marrom)
R3 — 120 ohms x 1/8W — resistor (marrom, vermelho, marrom)
C1 - 10 µF x 16V — capacitor eletrolítico
C2, C3 — 470 µF x 16V — capacitores eletrolíticos
C4, C5 — 100 nF — capacitor cerâmico ou poliéster
Diversos: ponte de terminais, caixa para montagem, fusível chave liga/desliga, fios, solda, etc.
Publicado na revista Eléctron 25 dos anos 80.