Não é preciso dizer que a reprodução de graves em amplificadores comuns para carros não é das melhores, contribuindo para isso a pobre acústica do ambiente em questão. Para melhorar a reprodução dos graves, com um rendimento de pelo menos 48 watts de potência, propomos um booster que sem dúvida fornecerá aquela batida forte que somente sistemas domésticos de altíssima potência podem dar. Usando apenas um integrado e dois transistores, este booster reforçará os graves abaixo dos 200 Hz numa proporção que certamente o surpreenderá. Experimente.

Obs.: O artigo e de 1988.

Já salientamos que a acústica de um carro é desfavorável à reprodução sonora de diversas faixas. No caso específico dos graves, além da acústica, contribui também para uma pobre reprodução dos graves a utilização de alto-falantes não muito pesados e uma equalização nem sempre suficiente das frequências mais baixas.

Mesmo com equalizadores acionados nesta faixa a todo ganho, ainda assim os graves dos carros, em geral, são inferiores aos graves obtidos num bom som doméstico.

No entanto, com um bom amplificador de reforço podemos ”recuperar" os graves perdidos, fornecendo toda esta potência de baixas frequências a um alto-falante pesado com um bass-booster de 48 W.

Levando em conta que nas baixas frequências o ouvido tem maior dificuldade em fazer a separação de canais que caracteriza um som estéreo, o nosso booster mistura os sinais dos dois canais num reforço único.

Como se trata de montagem bem compacta, este aparelho pode ser facilmente agregado ao seu som apenas com o acréscimo de um alto-falante pesado independente.

 

 

CARACTERÍSTICAS DO CIRCUITO

Potência RMS de graves: 48 watts

Faixa de tensões de alimentação: 6 a 18V

Distorção Harmônica Total: 0,2% (10 W em 20 kHz)

Frequência de transição para C1 = C2 = 82pF: 200 Hz

Frequência de transição para C1 = C2 = 39pF= 400 Hz

 

 

O CIRCUITO

 

Na figura 1 damos o diagrama esquemático do circuito, por onde você observa que a etapa de entrada é formada por dois transistores numa configuração “filtro passa-baixas" em que a forte realimentação através de C1, em conjunto com C2, determina a faixa de frequências passante.

 

Figura 1 – Diagrama do booster
Figura 1 – Diagrama do booster | Clique na imagem para ampliar |

 

 

O corte pode ser dado pela fórmula aproximada:

 

C1 = C2 =105/fc

 

 

Onde o valor de C1 e C2 obtido é em pF e a frequência em Hz.

P1 é um controle de volume que permite dosar o reforço dos graves. A retirada do sinal pode ser feita a partir da saída do alto-falante do amplificador já existente, ou se ele for de reforço, da saída comum do toca-fitas ou rádio.

O sinal do filtro passa-baixas é levado a um amplificador integrado TDA1510.

Este integrado possui dois amplificadores que tanto podem funcionar de modo independente, fornecendo em 12 V 15 watts por canal em carga de 2 ohms, como em ponte, numa versão mono com 48 watts de potência em carga de 4 ohms.

No nosso caso, como temos o reforço de um canal comum, usamos a versão em ponte, onde cada amplificador amplifica o sinal com uma fase diferente (opostas), de modo a termos o quádruplo da potência normal numa carga de 2 ohms.

Como nestas condições a dissipação seria excessiva, optamos por uma carga de 4 ohms, caso em que temos mais do dobro da potência, que é suficiente para a maioria dos casos.

Observamos na saída de cada amplificador os filtros C7/R12 e C8/R10, que mantêm a impedância na faixa de frequências de operação.

Como a potência dissipada é elevada, o circuito integrado deve ser montado em bom radiador de calor.

 

 

MONTAGEM

 

A placa de circuito impresso é dada na figura 2, observando-se o espaço para colocação do radiador de calor, parafusado diretamente no integrado.

 

Figura 2 – Placa para a montagem
Figura 2 – Placa para a montagem | Clique na imagem para ampliar |

 

 

A conexão de entrada a P1 deve ser preferivelmente blindada se a fonte de sinal for de baixa impedância.

Para retirada do sinal da saída de alto-falante de um amplificador, esta conexão não precisa ser blindada, visto ser de baixa impedância.

Uma caixa metálica pode ser usada, caso em que ela servirá de terra (negativo da alimentação).

Os resistores são todos de 1/8 ou ¼ W e os capacitores eletrolíticos devem ter tensões de trabalho de 16 ou 25 V.

Para os demais capacitores podemos usar os tipos cerâmicos ou de poliéster.

O fusível F1, de10 A, pode ser do tipo comumente encontrado em rádios e toca-fitas no próprio cabo de conexão ao positivo da bateria.

Muito importante para o desempenho do aparelho é a escolha do alto-falante, que deve ser um woofer de pelo menos 50 watts.

Os woofers ou alto-falantes de graves se caracterizam pelo seu tamanho e peso do ímã. Somente um alto-falante pesado permite que se reforce os graves na proporção desejada.

 

 

INSTALAÇÃO

 

Na figura 3 temos os modos de se fazer a ligação do reforçador de graves num carro que tenha rádio ou toca-fitas de boa potência e amplificador.

 

Figura 3 - Instalação
Figura 3 - Instalação | Clique na imagem para ampliar |

 

Na figura 4 temos a possibilidade de se montar uma fonte de alimentação para usar este sistema com som doméstico.

 

Figura 4 – Fonte de alimentação para o booster
Figura 4 – Fonte de alimentação para o booster | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Observe que o transformador deve ser de pelo menos 2,5 A de corrente com 12 V de secundário.

O potenciômetro P1 deve ser ajustado para se obter os graves nos níveis desejados.

 

C1-1 – TDA1510 - circuito integrado

Q1 - BC548 - transistor NPN de uso geral

Q2 - BC558 - transistor PNP de uso geral

F1 – 10 A - fusível de proteção

P1 – 10 k - potenciômetro linear ou log

FTE - woofer de 4 ohms x 50 W

R1, R2 - 22k - resistores (vermelho,vermelho, laranja)

R3 - 5k6 - resistor (verde, azul, vermelho)

R4, R13 - 2k2 - resistores (vermelho, vermelho, vermelho)

R5, R6, R7, R8 – 100 k – resistores (marrom, preto, amarelo)

R9 - 22 ohms - resistor (vermelho, vermelho, preto)

R10, R12 - 4,7 ohms - resistores (amarelo, violeta, dourado)

R11 - 680 ohms - resistor (azul, cinza, marrom)

C1, C2 – 82 nF - capacitores de poliéster - ver texto

C3 - 4n7 - capacitor cerâmico ou de poliéster

C4 – 470 nF - capacitor cerâmico ou de poliéster

C5, C6, C13 – 100 uF – capacitores eletrolíticos

C7, C8, C12 – 100 nF – capacitores cerâmicos ou poliéster

C9 - 47 uF - capacitor eletrolítico

C10 – 220 nF - capacitor cerâmico ou poliéster

C11 – 330 pF - capacitor cerâmico

C14 - 4,7 uF - capacitor eletrolítico

Diversos: caixa para montagem, placa de circuito impresso, fios, knob para potenciômetro, radiador de calor para o integrado, parafusos e porcas etc.