Transmita os sinais de seu aparelho de videocassete ou então de uma câmera de TV, para um ou mais televisores, sem usar fios. Você pode assistir os programas colocados no vídeo da sala, em seu quarto ou então "brincar" de emissora de TV. Você ainda pode usar este aparelho, para tomadas de gravação num local gravando-as num vídeo colocado em outro local. Simples de montar este transmissor é totalmente transistorizado.

Nota: Artigo publicado na Revista Eletrônica Total 44 de 1992. O circuito é para TV analógica não funcionando com sinais de vídeo digitais.

Os aparelhos de videocassete e as câmeras de TV possuem saídas com sinais de áudio e vídeo disponíveis o que facilita a sua utilização num transmissor. Graças a este recurso, os transmissores de vídeo podem ser simples, não necessitando mais do que transistores comuns para um bom desempenho.

De fato, com a possibilidade de transmitirmos os sinais de um aparelho de videocassete ou então de uma câmera de TV, para um ou mais televisores num raio de até 50 metros, abrimos as portas para uma infinidade de aplicações interessantes.

Uma das aplicações, indicada na introdução é na transmissão de sinais de um gravador de videocassete para diversos televisores dentro de uma casa ou mesmo de uma escola. Desta forma não precisamos de conexões físicas (fios), entre os aparelhos, o que significa economia de tempo e dinheiro.

Outra aplicação é o aproveitamento dos sinais de uma câmera de vídeo, o que pode ser usada em aplicações remotas, emitindo assim o sinal diretamente para televisores e a partir deles podemos fazer a gravação numa fita de vídeo, conforme sugere a figura 1.

 

Fig. 1 Os sinais de uma câmara também podem ser transmitidos à distância.
Fig. 1 Os sinais de uma câmara também podem ser transmitidos à distância.

 

 

O transmissor que descrevemos também pode ser usado numa estação de TV doméstica, já que são muitas as câmeras antigas que podem ser adquiridas a baixo custo ou mesmo que existem "jogadas" em vista de aquisição de modelos mais modernos. O transmissor opera tanto com o sinal de vídeo como de som, o que toma sua utilização mais completa.

Simples de montar ele não tem ajustes críticos e emprega transistores comuns. O único ponto crítico é a bobina de 4,5 MHz, que, no entanto, pode ser adquirida pronta (somente em conjunto com o respectivo "Kit") ou enrolada e ajustada com base na referência de um televisor comum

O aparelho é alimentado pela rede, mas nada impede que numa aplicação móvel seja usada um conjunto de pilhas, com autonomia relativamente grande.

 

CARACTERÍSTICAS

• Alcance: 50 metros

• Tensão de alimentação: 110 / 220 / 9 V c.c.

• Frequência: faixa de VHF (canais 2 a 7)

• Entradas: vídeo e áudio

 

COMO FUNCIONA

Os sinais de TV ocupam uma faixa relativamente larga do espectro, conforme mostrado na figura 2.

 

Fig. 2 Um sinal de TV.
Fig. 2 Um sinal de TV.

 

 

Dos 6 MHz ocupados por um canal de TV, 4,0 MHz corresponde ao sinal de vídeo, com margens de segurança, conforme indicado na figura. Deslocado 4,5 MHz deste sinal temos o canal de áudio ou de som. Desta forma, um transmissor que deva transmitir sinais de áudio e vídeo para que eles sejam captados num televisor comum, deve ter características especiais.

O canal de vídeo é largo e o transmissor deve ser capaz de operar com frequências de modulação elevadas, sem distorções, no caso, até perto de 4,5 MHz.

Já, este transmissor deve também ser capaz de operar com uma segunda frequência deslocada de 4,5 MHz que corresponda ao sinal de áudio. Isso nos leva a um projeto que tem o diagrama de blocos mostrado na figura 3.

 

Fig. 3 Diagrama de blocos do transmissor
Fig. 3 Diagrama de blocos do transmissor

 

 

Um oscilador principal gera um sinal de alta frequência na faixa de VHF que corresponda ao canal 2 e 7 em que desejamos captar as transmissões. Este oscilador tem por base o transistor Q4 que pode ser o BF494 ou BF495. A frequência de corte é ajustada no trimmer CV1. O sinal deste oscilador passa por uma etapa de amplificação formada pelo transistor Q3. Este também pode ser um BF494 ou equivalente, já que operamos com sinais de pequena intensidade.

Neste ponto, recebemos o primeiro sinal de modulação. Antes de ser enviado para a base da etapa final de amplificação de FR formada por Q1 o sinal recebe a primeira modulação que corresponde ao áudio. De modo a "cair" no ponto certo da frequência que o receptor de TV reconhece como áudio, este sinal precisa ser deslocado em 4,5 MHz na frequência de transmissão.

Isso é conseguido por meio de uma etapa osciladora de 4,5 MHz, que tem por base Q1 e que é modulada diretamente pelo sinal de áudio. Esta etapa usa uma bobina especialmente fabricada para esta finalidade já incluída no "Kit". Como esta bobina não é vendida em separado, damos os elementos para que ela seja enrolada pelo próprio construtor do aparelho.

O sinal de áudio que então modula uma portadora de 4,5 MHz, é aplicado ao sinal de vídeo, obtendo-se então o sinal completo que é mostrado na figura 2, conforme vimos.

A modulação de vídeo é feita na etapa de amplificação via emissor. Este sinal de grande intensidade poderia facilmente saturar o circuito se fosse utilizado na modulação de outra forma. Por esse motivo, tanto o sinal de vídeo como o de áudio, podem ter as mais variadas intensidades dependendo dos aparelhos com que o transistor operar, incluímos ajustes de modulação nos dois casos.

Assim, P2 é um trimpot que controla a modulação de áudio. Ele deve ser ajustado de modo que o som seja puro. Já o sinal de vídeo é ajustado em P1 para que tenha maior contraste, sem saturações ou distorções.

Os únicos ajustes que precisamos fazer além destes trimpots referem-se à frequência de operação e aos 4,5 MHz no núcleo da bobina 4648. A fonte de alimentação é dividida em dois setores: um deles é o interno ao aparelho constando em vários capacitores para a filtragem já que o circuito é bastante sensível a zumbidos.

O outro é externo e consiste num eliminador de pilhas comum. Nesta fonte temos o LED indicador de funcionamento. O aparelho também operará com uma bateria de 12 V.

 

Fig. 4 — Diagrama completo do aparelho.
Fig. 4 — Diagrama completo do aparelho. | Clique na imagem para ampliar |

 

 

MONTAGEM

Começamos por dar o diagrama completo do aparelho na figura 4.

A placa de circuito impresso é mostrada na figura 5.

 

Fig. 5 — Placa de circuito impresso.
Fig. 5 — Placa de circuito impresso.

 

 

Para os leitores que comprarem o aparelho montado, a placa terá outra disposição de componentes, por se tratar de desenho industrial. Os resistores são todos de 1/8 W com 5% ou mais de tolerância.

Os capacitores eletrolíticos são para 16 Vou 25 V, conforme posição no circuito o que estará indicado na lista de material. P1 e P2 são trimpots miniatura para montagem na placa de circuito impresso. L1 e L2 são formadas por 4 espiras de fio 22 em forma de 3 mm de diâmetro sem núcleo e L2 é formada de 3 espiras de fio 22 em forma de 3 mm sem núcleo.

O transformador T1 tem primário de 40 espiras de fio 32 em forma de 0,4 cm (pode ser um carretel de FI de rádio), e secundário de 10 espiras de mesmo fio. L5 é o primário e L6 o secundário. Neste caso, C8 poderá ter valores entre 22 pF e 100 pF, devendo ser obtido experimentalmente o valor que, com o ajuste de T1 proporcione correta recepção de som.

Os cabos de entrada de áudio e vídeo devem ser blindados com plugues RCA nas extremidades. Se bem que cabos comuns proporcionem bons resultados na maioria dos casos, a utilização de cabo especial para vídeo pode resultar em melhor qualidade de imagem em casos que o leitor seja mais exigente. A antena é telescópica de 50 a 70 cm e o conjunto pode ser montado numa caixa metálica de 11 x 8,5 x 3 cm, como a fotografada que corresponde ao modelo vendido pronto, cujo circuito interno é o mesmo que levamos aos leitores.

A fixação da placa no interior da caixa pode ser feita por meio de parafusos com separadores.

D1 é um zener para 4,7 V e D2 um zener para 12 V, ambos de 400 mW ou mais. T2 é um transformador com primário de acordo com a rede e secundário de 9 V x 250 mA ou mais. Pode ser usado em lugar deste componente, do diodo D3 e do capacitor C24, um eliminador de pilhas comum para 12 V. Se o leitor optar pela aquisição deste aparelho pronto, ele já virá com o eliminador conectado ao transmissor.

 

UTILIZAÇÃO

Ligue os plugues de entrada de áudio e vídeo (que devem ser de cores diferentes), nas saídas correspondentes de um videocassete ou câmera de TV.

Se usar um videocassete ponha uma fita para rodar e ligue um televisor próximo sintonizado entre os canais 2 e 7, numa frequência (canal) livre. Dê preferência ao uso de uma antena interna para esta utilização, pois a antena do televisor estará mais longe, para captar os sinais de seu transmissor de TV.

 

Fig. 6 Dê preferência ao uso de antena interna no TV.
Fig. 6 Dê preferência ao uso de antena interna no TV.

 

 

Ligue o transmissor de vídeo e, inicialmente ajuste CV1 até que a imagem do videocassete ou câmera seja captada no televisor. (Se captar a imagem em mais de um ponto, escolha a mais nítida, pois de haver a captação de harmônicas.

Em seguida, ajuste R4 para que a imagem tenha máxima nitidez, pois pode haver pouco ou muito contraste, em função da posição deste componente (será conveniente colocar este ajuste assim como P2 na posição média e ligar o aparelho).

O próximo passo é ajustar o núcleo de T1 (com uma chave não metálica), para que se obtenha a reprodução nítida de som. Obtendo a posição em que isso ocorre, consiga o maior volume sem distorção ajustando R1.

Com isso, o aparelho estará pronto para ser usado. Em uso, a antena telescópica deve ficar em posição vertical, totalmente esticada e longe de qualquer objeto metálico de grande porte que possa prejudicar a propagação dos sinais.

Dentro de ambientes fechados ou com muitos obstáculos o alcance será menor do que em locais livres de obstáculos ou objetos de metal de grande porte. Eventuais perdas de cores, ondulações, ou distorções podem ocorrer se os cabos de vídeo e áudio apresentarem problemas. Não use cabos maiores que 1 metro para esta finalidade.

LISTA DE MATERIAL

 


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