Uma roleta de brinquedo para você montar e divertir-se com inúmeros tipos de jogos. Você vai se surpreender com o realismo desta pequena roleta que, além de ser totalmente a prova de qualquer tipo defraude, imita o som das roletas de verdade. Os componentes acessíveis que esta roleta usa não oferecem qualquer dificuldade para os montadores.

 


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Nota: Artigo da Revista Saber Eletrônica de agosto de 1981

Uma roleta de brinquedo que produz sons de uma roleta de verdade e que pode sortear números de 0 à 9, de um modo completamente à prova de fraudes é algo que sem dúvida, muitos de nossos leitores desejariam montar.

Você aperta o botão de acionamento da roleta e ao mesmo tempo que os números começam a correr, um som característico é emitido. Vagarosamente os números vão reduzindo sua velocidade e o som acompanha-os, até que somente um permanece aceso, sendo este o vencedor.

Neste artigo, levamos justamente aos leitores um projeto deste tipo, mostrando que brinquedos como este são muito mais simples de se montar do que a maioria pensa. Os montadores que já possuam alguma habilidade no manuseio de ferros de soldar e que não desejam gastar muito nos seus projetos não terão qualquer problema com esta roleta.

E, o que é mais importante, não apenas um jogo pode ser obtido com este circuito, mas diversos outros, o que significa que se trata de uma montagem simples de muitas finalidades.

Conforme o leitor verá, apenas um circuito integrado é usado como base para este projeto, e como componentes complementares temos apenas transistores comuns, leds, resistores e capacitores que não oferecem qualquer dificuldade para serem obtidos (figura 1).

 


 

 

 

A montagem da roleta numa placa de circuito impresso facilita ao máximo o trabalho dos leitores já que apenas a bateria, o botão de acionamento da roleta e liga/ desliga, além do alto-falante e os leds ficam fora dela.

A alimentação do circuito vem de uma única bateria de 9V, o que além de significar uma simplificação da montagem, permite também que o brinquedo seja usado em qualquer lugar.

 

USOS E JOGOS

Os leitores devem conhecer o jogo da roleta básico: cada jogador pode apostar num número, coluna, cor, ou grupo, e em caso de ser sorteado, o prêmio depende do tipo de aposta. Se se apostou no número, para cada ficha apostada recebe-se 36. Se se apostou na cor, para cada ficha apostada recebe-se 2. Se se apostou no grupo, para cada ficha recebe-se 12, e assim por diante.

No nosso caso temos uma roleta simplificada em que temos apenas 10 números em jogo, o que significa que o processo básico de aposta e pagamento deve ser um pouco diferente.

Assim, para a aposta no número tem-se um pagamento de 1 para 10, ou seja, a mesa paga 10 fichas para cada uma apostada, para a cor temos 1 para 2 e para o grupo de 1 para 3, conforme sugere a figura 2.

Agora, existem outras aplicações para o nosso brinquedo se o leitor não quiser ter realmente uma versão simplificada da roleta.

1. PONTO MAIOR Nesta brincadeira, cada jogador aciona a roleta na sua vez, marcando-se o ponto obtido de cada um. Vence a rodada o que conseguir maior número.

2. ROLETA RUSSA Cada jogador escolhe um certo número de Ieds para serem os seus. Pode-se marcar estes Ieds com fichas de cores diferentes. Em seguida, cada jogador vai acionando a roleta, de modo a ter-se um número. A ficha deste número é retirada de jogo. O vencedor será o que ficar com a última ficha (figura 3).

3. MINI BINGO Este jogo é feito com a ajuda das cartelas mostradas na figura 4. Cada jogador escolhe uma cartela, procedendo-se ao sorteio dos números com o jogo eletrônico. Vence a partida quem em primeiro lugar completar uma fila de números sorteados

É claro que o leitor dotado de imaginação pode “inventar” muitos outros jogos para serem feitos com esta roleta.

 


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MODELOS DE CARTELAS FIGURA 4

Na figura 5 temos um diagrama de blocos da roleta. O primeiro bloco é o do circuito de tempo. Temos então um interruptor de pressão que permite que um capacitor eletrolítico se carregue através de um resistor.

 


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Pressionando-se o interruptor obtemos então a carga do capacitor e depois, este se descarrega lentamente por um transistor, mantendo deste modo a etapa seguinte do circuito em funcionamento, etapa esta que faz com que a roleta "gire" conforme veremos (figura 6). O valor deste capacitor eletrolítico determina, portanto, por quanto tempo a roleta vai girar antes de parar. Para os 22 µF do projeto original temos aproximadamente 7 segundos. Os leitores que quiserem poderão colocar capacitores maiores nesta função para obter maior tempo antes da roleta parar.

 


 

 

 

O segundo bloco, ligado diretamente ao primeiro, é de um oscilador de relaxação, com dois transistores, que gera os impulsos responsáveis pelo acionamento da roleta, ou seja, pela comutação do circuito indicador.

A finalidade deste circuito é produzir um número aleatório de impulsos para a etapa seguinte, dependendo do tempo de pressão do botão e da carga do capacitor. Como a sua velocidade de operação é relativamente alta, o leitor verá que é praticamente impossível tentar "viciar" a roleta para ela parar em determinado número. Na figura 7 temos o circuito básico do oscilador, onde o número de impulsos é dado pela relação existente entre a carga do capacitor eletrolítico da etapa anterior e a constante de tempo do capacitor de 100 nF em conjunto com o resistor de 100k. Podemos dizer que este capacitor de 100nF determina basicamente a velocidade inicial da rotação da roleta.

 


 

 

 

O terceiro bloco pode ser considerado o mais importante de nosso circuito.

O que temos basicamente neste bloco é o contador Johnson de 5 estágios do tipo 4017. Para os leitores que nunca trabalharam com circuitos integrados digitais C-MOS será interessante ver as possibilidades deste. (figura 8)

 


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Num circuito integrado digital C-MOS o que temos são transistores do tipo C-MOS (transistores de efeito de campo do tipo MOS= metal-oxide semicondutor) que se caracterizam por uma elevadíssima impedância de entrada que pode ser traduzida em enorme sensibilidade e muito baixo consumo de energia. Como nos circuitos digitais comuns (que o leitor já deve conhecer dos diversos artigos que publicamos), estes só trabalham com dois níveis de sinais (alto= HI=1 e baixo=LO=0).

No caso, o nosso contador tem uma entrada e 10 saídas que funcionam do seguinte modo: em cada instante só uma das saídas se encontra no nível Hl enquanto todas as demais se encontram no nível LO. Quando um impulso é aplicado na entrada deste circuito (pino 14), ocorre a comutação do contador, com a saída HI passando para o nível LO e a seguinte indo ao nível HI.

Isso quer dizer que se ligarmos leds nas saídas deste integrado, conforme mostra a figura 9, em cada impulso teremos o apagamento do led que estiver aceso e o acendimento do seguinte, de tal modo que teremos sempre somente um deles aceso. Em outras palavras, este circuito "conta" os impulsos do oscilador ligado na sua entrada, fazendo acender o led correspondente.

 


 

 

 

O 4017 pode ser "programado" para contar desde 2 até 10, conforme a posição do "reset". No nosso caso, interessa-nos usar sua capacidade máxima de modo a sortearmos 10 números.

Temos finalmente o circuito de som que nada mais é do que uma etapa amplificadora, com dois transistores, ligada à saída do oscilador, ou seja, na mesma entrada do integrado. A cada pulso do oscilador, comutando o contador, temos sua amplificação com a produção de "click" no alto-falante, exatamente como numa roleta de verdade.

 

MONTAGEM

Os circuitos integrados C-MOS são delicados não devendo o montador retirá-lo de sua embalagem original a não ser no momento de usá-lo e evitar o toque dos dedos em seus terminais. A simples carga de eletricidade estática acumulada em seu corpo pode ser suficiente para causar a perfuração da camada de óxido dos transistores MOS inutilizando-os. Será conveniente que os leitores que tenham pouca experiência em soldagem usem um supor-te Dl L de 16 pinos para este componente.

Para a soldagem o leitor deve usar um soldador pequeno (máximo 30W) de ponta fina e as ferramentas comuns em qualquer bancada de trabalhos eletrônicos.

 


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Na figura 10 temos então o circuito completo da Roleta e na figura 11 a placa de circuito impresso em tamanho natural. Veja que o máximo de cuidado deve ser tomado na confecção desta placa para que as tiras de cobre muito próximas não encostem umas nas outras.

Para a montagem sugerimos a seguinte sequência de operações (vá marcando com um "X" as que forem sendo feitas).

 


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( ) Terminada a confecção da placa de circuito impresso, confira todas as tiras de cobre verificando se não existem irregularidades ou interrupções. Limpe a placa e ponha o ferro de solda para aquecer.

( ) Enquanto o ferro aquece confira todos os componentes.

( ) Inicie os trabalhos de soldagem com os resistores, observando os seus valores que são dados pelos anéis coloridos. Veja que devem ser soldados 10 resistores. Dobre seus terminais encaixe-os na placa e solde-os do lado cobreado. Depois corte os excessos, conforme mostra a figura 12.

 


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( ) Solde os três capacitores notando que no caso dos eletrolíticos, é preciso observar sua polaridade. Veja a marcação de (+) ou (-) em seu invólucro, fazendo-a coincidir com os desenhos. São usados capacitores eletrolíticos de terminais paralelos para facilitar a montagem.

( ) Solde o "jumper" que é um pedaço de fio descascado e dobrado que une algumas trilhas de cobre pelo lado dos componentes.

( ) Para soldar os transistores o leitor deve testar atento tanto para seu tipo como para sua posição. Veja que temos três transistores PNP e 3 NPN. O leitor deve observar sua marcação de acordo com a lista de material, e na soldagem deve ser observada sua posição dada pela parte chata de seu invólucro. Seja rápido na soldagem dos transistores, pois eles são sensíveis ao calor.

( ) Você pode agora soldar o circuito integrado. Para isso, segure-o pelo invólucro plástico encaixando seus terminais nos furos correspondentes da placa de circuito impresso. Veja bem a posição da pinta que indica o pino 1. Depois, virando a placa pelo lado cobreado faça a soldagem dos pinos com cuidado evitando espalhamentos de solda que possam colocar em curto as ligações. Se isso acontecer, as "pontes" de solda podem ser removidas com a ajuda do ferro de soldar e de um palito de madeira. Se usar um suporte para o integrado, primeiro solde-o para depois colocar o componente.

( ) Por último você deve soldar os leds. Na soldagem dos leds deve ser observada sua posição dada pelo lado chato do seu invólucro. Terminada a montagem na placa passe para os componentes seguintes.

( ) Solde o alto-falante, usando dois pedaços de fio de aproximadamente 10 cm cada.

( ) Solde o interruptor de pressão usando também dois pedaços de fio flexível de 10 cm de comprimento.

( ) Solde o conector e o interruptor S1 ao circuito, observando a polaridade e usando fios de aproximadamente 10 cm. Terminada a montagem pode ser feita uma prova de funcionamento.

 

PROVA

Para a prova, confira antes todas as ligações dando atenção às soldas e à posição de transistores e outros componentes polarizados.

Ligue o conector à uma bateria de 9V e acione o interruptor geral 51. Em seguida, aperte S2 (o interruptor de pressão). Soltando S2 a roleta que inicialmente deve estar acendendo em grande velocidade deve reduzir até parar num único led acesso.

Verifique se todos os leds acendem. Se algum não acender, veja se não está invertido. (Não teste os leds em pilhas ou baterias!)

Se a roleta não girar, verifique o oscilador em especial os transistores Q2 e Q3. Veja se não foram trocados. Se tudo estiver em ordem, passe a colocação do aparelho na caixa.

 

CAIXA

Na figura 13 damos a nossa sugestão de caixa para este projeto. Esta caixa pode ser de metal ou plástico.

 


 

 

 

A fixação da placa de circuito impresso no seu interior é feita de tal modo que os leds ficam encaixados nos furos a eles destinados. A placa pode ser mantida afastada do fundo da caixa por meio de parafusos com separadores.

 


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