Você é do tipo que fecha o carro com as lanternas ligadas só percebendo isso ao voltar, quando a bateria já está esgotada e torna-se impossível dar a partida? Se este problema já o atingiu por algumas vezes é sinal que você precisa de um recurso eletrônico para "lembrá-lo" que é preciso apagar as lanternas antes de sair. O lembrete eletrônico, que descrevemos neste artigo, tem justamente esta função, sendo simples de montar e instalar.
A ideia básica do projeto é simples: se você tirar as chaves do contato e abrir a porta com as lanternas acesas, um alarme soa, avisando-o do fato.
Já, se a chave estiver no contato, não haverá problema em deixar as lanternas acesas, pois em princípio você estará no carro ciente do que está fazendo, sendo possível abrir e fechar as portas sem que o alarme seja acionado.
O circuito consiste num sistema lógico digital com integrados CMOS, que reconhece as condições em que o alarme deve soar e ativa um pequeno oscilador de áudio que alimenta um alto-falante com boa potência.
Com pequenas adaptações o mesmo sistema pode funcionar como um alarme conjugado contra roubo, bastando para isso acrescentar algumas portas lógicas e um sistema de inibição do veículo.
Os poucos componentes usados neste projeto são de baixo custo e adaptá-los a qualquer veículo não é difícil.
O CIRCUITO
Para detectar a condição em que deve soar o alarme a partir das informações (níveis lógicos) de 3 entradas ou circuitos de sensoriamento usamos 2 portas NOR de um 4002 CMOS.
Uma das portas é ligada como um sensor do nível de sinal nas lanternas, enquanto que a outra serve para indicar a condição em que teremos o acionamento do alarme.
Assim, levando em conta a saída (pino 13) teremos nível lógico alto apenas em uma condição: quando as lanternas estiverem acesas (nível alto na entrada correspondente a R1 e consequentemente baixo no pino 1) e houver um nível baixo nos contatos, assim como alto nas lâmpadas internas acionadas pelas portas.
A tabela verdade permite analisar a operação do sistema até a saída desta etapa.
Veja então que, para haver o disparo do alarme, bastará ter um nível alto no pino 13 do CI-1.
A etapa de disparo e o alarme vêm a seguir.
Para alimentar o alarme a partir do nível lógico 1, polarizamos o transistor Q2 no sentido direto, levando Q1 à saturação.
Q1 conduz então intensamente a corrente para um oscilador de áudio formado pelo integrado CI-2 e pelo transistor Q3.
A frequência gerada pelo oscilador, que emprega 3 das 4 portas NAND de um 4011, é dada pelo capacitor C1 e pelos resistores R11 e R12.
Este capacitor poderá ser alterado caso desejar um som mais grave ou mais agudo.
Valores maiores do capacitor levam a um som mais grave.
A quarta porta forma um buffer que excita diretamente a base de um transistor de potência TlP31 (Q3).
Este transistor excita então o alto-falante com boa potência.
Se o volume obtido for muito alto, bastará acrescentar ao circuito o resistor R15, cujo valor pode ficar entre 10 e 100 ohms.
Quanto maior o valor acrescentado, menor a intensidade de som.
Como se trata de um lembrete, até um som bem mais fraco é admissível (caso você não deseje chamar a atenção de ninguém), neste caso Q3 pode ser suprimido com a ligação de um buzzer piezoelétrico no pino 10 de Cl-2, conforme sugere a figura 1.
Para manter as tensões estáveis nos integrados e evitar que picos de alta tensão gerados pelo sistema de ignição possam causar problemas de funcionamento, usamos 4 diodos zener em pontos estratégicos do circuito.
MONTAGEM
Na figura 2 mostramos o diagrama completo do lembrete.
Na figura 3 temos a nossa sugestão de placa de circuito impresso.
Os integrados CMOS devem ser instalados em soquetes DIL de 14 pinos.
Para Q1 e para Q3 devem ser usados radiadores de calor e o resistor R4, se usado, deve ser de 1 W.
O alto-falante deve ser de 10 cm para melhor qualidade de som e rendimento.
Os diodos zener são todos de 400 mW, enquanto que D1 pode ser qualquer diodo de silício de uso geral.
Os capacitores são Comuns. C1 é um capacitor de poliéster, cujo valor depende da frequência do som, e C2 é um eletrolítico para 16 V ou mais.
O aparelho poderá ser montado numa caixinha plástica e colocado em qualquer ponto sob o painel do veículo.
Será interessante prever uma chavinha para desativar o sistema em caso de pane.
As entradas são ligadas, conforme mostra a figura 4, nos seguintes pontos:
a) Lanternas - após o interruptor de painel que aciona as lanternas.
b) Porta - junto ao polo que recebe tensão quando a lâmpada de cortesia acende ao serem abertas as portas.
c) Contato ou Partida - após a chave de contato no painel.
O negativo da alimentação vai a qualquer ponto do chassi e o positivo a qualquer ponto da instalação que receba 12 V.
O consumo de corrente da unidade não chega a 1 A na condição de ativado e é desprezível na condição de espera, o que significa que não será preciso usar fio muito grosso na sua instalação.
Feita a instalação, retire a chave do contato com a lanterna acesa.
Nada deve ocorrer. No entanto, ao abrir a porta o alarme deve disparar.
Para usar é só lembrar que, se você esquecer de apagar as lanternas ao sair do carro, o aparelho vai lhe avisar, disparando o alarme.
CI-1 - CD4002 - circuito integrado CMOS
CI-2 - CD4001 - circuito integrado CMOS
C1 – 10 nF - capacitor de poliéster - ver texto
C2 – 10 uF x 16 V - capacitor eletrolítico
R1, R2, R3 - 1k5 - resistores (marrom, verde, vermelho)
R4, R5, R6, R7, R9 – 10 k – resistores (marrom, preto, laranja)
R8 - 2k2 - resistor (vermelho, vermelho, vermelho)
R10, R13 – 1 k - resistores (marrom, preto, vermelho)
R11, R12 – 47 k - resistores (amarelo, violeta, laranja)
R14 – 100 ohms - resistor (marrom, vermelho, marrom)
R15 - 10 a I00 ohms x 1 W - resistor – ver texto
Q1 - TIP32 - transistor PNP de potência
Q2 -4BC548 - transistor NPN de uso geral
Q3 - TIP31 - transistor NPN de potência
D1 - 1N4148 - diodo de silício de uso geral
D2 a D5 – 12 V X 400 mW - diodos zener
FTE – alto-falante de 8 ohms
F1 – 2 A - fusível
Diversos: placa de circuito impresso, caixa para montagem, fios, solda, radiadores de calor etc.