Com este circuito podemos acionar, a partir de uma chamada telefônica, uma cigarra ou campainha de alta potência. Trata-se de sistema ideal para locais de barulho intenso como oficinas, fábricas ou ainda quando as pessoas ficam distantes do aparelho telefônico não ouvindo a campainha no nível normal de um aparelho convencional. Também podemos usar este repetidor para acionar uma lâmpada de aviso, chamando a atenção de pessoas que tenham deficiência auditiva.
A ideia básica é simples: um sistema eletrônico seleciona os 68 V dos pulsos de chamada que passam para o disparo de um triac o qual pode, por sua vez, acionar cargas de alta potência.
Desta forma, quando temos os pulsos de chamada que ativam a campainha do telefone, ao mesmo tempo é ativado o triac que aciona uma carga de maior potência sonora como, por exemplo. uma cigarra ou campainha para a rede de 110 V ou 220 V.
O uso de um acoplador óptico no interfaceamento da linha telefônica com o circuito de potência torna o sistema seguro, além de haver um segundo isolamento proporcionado por um transformador de pulsos.
A conexão do sistema à linha é extremamente simples, se bem que, em alguns casos, existam restrições que exigem consulta à concessionária local.
Todos os componentes usados no projeto são de baixo custo.
COMO FUNCIONA
Para ativar o circuito com a corrente pulsante de 68 V da chamada usamos um filtro passa-altas que bloqueia a corrente contínua da alimentação normal de 48 V do sistema de fone.
O Sinal passa por R5 e C3 e, após a retificação por D5 e filtragem por C2, ativa o LED de um acoplador óptico.
Os diodos zener Z1 e Z2 funcionam como sistema de proteção contra transientes que podem ocorrer na linha e que poderiam causar dano ao LED do acoplador óptico.
Com o LED aceso somente na chamada, o foto-transistor no interior do acoplador óptico conduz dando passagem aos semiciclos da alimentação pulsante obtida de uma ponte de 4 diodos, os quais carregam C1 e provocam o disparo do transistor unijunção no início dos semiciclos da alimentação.
O potenciômetro (ou trimpot) P1 permite ajustar o ponto de disparo de modo a não termos nenhuma tensão na carga na ausência de sinal e máxima corrente com a chamada.
O pulso do disparo do transistor unijunção dispara o triac através de um transformador de pulsos TP 1:1 Thornton garantido assim o máximo rendimento para o circuito.
Em série com o triac está a carga alimentada que pode ser uma cigarra ou campainha.
Como se trata de carga indutiva pode ser necessário filtrar os picos de comutação com uma rede RC conforme mostra a figura 1.
O capacitor é de poliéster para 600 V e o resistor de 1/2 W.
MONTAGEM
Na figura 2 damos o diagrama completo do aparelho.
A placa de circuito impresso para esta montagem é mostrada na figura 3.
Observe que as ligações de alta corrente no triac não são feitas na placa, mas com fios mais grossos. Isso será importante se a corrente da carga acionada for maior que 1 A.
O triac deve ser dotado de um pequeno radiador de calor, e R4 deve ser montado um pouco afastado da placa, pois tende a aquecer um pouco.
Este resistor deve ser de fio com pelo menos 5 W de potência.
Para a maioria das aplicações o triac TIC226 serve, pois tem corrente de 8 A.
Sua tensão deve ser de 200 V se a rede for de 110 V e de 400 V se a rede for de 220 V.
O transformador de pulsos TP 1:1 é da Thornton: caso haja dificuldade de obtenção no comércio de sua localidade pode ser construído em casa.
Enrole 50 voltas de fio 32 AWG num bastão de ferrite com 1 cm de diâmetro e 5 cm de comprimento e depois mais 50 espiras do mesmo fio sobre a primeira bobina.
Se o circuito não disparar após a montagem, inverta as ligações de um dos enrolamentos.
Os diodos são todos comuns: os da ponte retificadora podem ser substituídos por equivalentes e os zener são de 6,8 V com 400 mW.
O transistor unijunção não deve ser substituído por equivalentes e o fusível depende da intensidade da corrente do sistema acionado.
O eletrolítico é para 12 V e tanto C1 como C2 podem ser de poliéster como cerâmicos com tensão de trabalho a partir de 25 V.
R1 e R2 são de 1/8 W enquanto que R6 deve ser de 1 W.
PROVA E USO
Basta conectar o circuito à linha telefônica em paralelo com o aparelho já existente.
Existem tomadas de acoplamento paralelo que podem ser adquiridas em casas especializadas que evitam o aglomerado de fios no mesmo terminal e facilitam a retirada do aparelho repetidor em caso de necessidade (nos fins de semana, por exemplo).
Com a ligação da cigarra ou campainha e conexão na rede, deve haver o toque simultâneo em qualquer chamada.
Telefone para um amigo e peça para que ele lhe ligue de modo a facilitar o teste do aparelho.
CI-1- 4N26 - acoplador óptico
Triac - TIC226 - ver texto
Q1 - 2N2646 - transistor unijunção
D1 a D4 - 1N4004 ou 14007 - diodos de silício 7
D5 - 1N4148 - diodo de uso geral
Z1, Z2 - 6V8 x 400 mW - diodos zener
TP - transformador de pulsos 1:1
F1 - 1 a 5 A - fusível - ver texto
P1 - 100 k ohms - trimpot ou potenciômetro
C1 - 22 nF - capacitor cerâmico ou de poliéster
C2 - 4,7 uF x 12 V - capacitor eletrolítico
C3 - 470 nF - capacitor de poliéster ou cerâmico
R1 – 470 ohms - resistor (amarelo, violeta, marrom)
R2 - 1 k ohms x 1/ 8 W - resistor (marrom, preto, vermelho)
R3 - 2,2 k ohms x 1/8 W - resistor (vermelho, vermelho, vermelho)
R4 – 10 k ohms x 5 W (110 V) ou 22 k ohms x 5 W (220 V ) - resistor de fio
R5 - 3,3 k ohms x 1/8 W - resistor ( laranja, laranja, vermelho)
R6 - 4,7 k ohms x 1 W - resistor (amarelo, violeta, vermelho)
S1 - interruptor simples
X1 - cigarra ou sirene para a rede local
Diversos: caixa para montagem, cabo de alimentação, placa de circuito impresso, radiador de calor para o triac, fios, solda, etc.