Monte um gerador experimental de íons negativos que 'torna menos pesado' o ar de um local, causando bem estar e até evitando problemas de saúde (*). Nosso gerador produz íons negativos em boa quantidade que são espalhados no ar ambiente.

(*) Veja nota no final do artigo

Estudos médicos mostram que a presença de íons negativos no meio ambiente é responsável por diversos fenômenos interessantes.

Um deles é o bem estar ou sensação de alívio causados em pessoas principalmente as que sofrem de alergias, tenham dores reumáticas ou ainda tenham ferimentos ou queimaduras expostas.

A explicação para o fato está na ação dos íons nas substâncias que conduzem os impulsos nervosos nas junções das células que são afetadas de uma maneira sensível reduzindo assim sua capacidade de transmissão de impulsos e, portanto, de causar dores.

Por outro lado os íons positivos quando presentes no ar, causam justamente a sensação 'contrária' sendo responsáveis por dores de cabeças, dores em ferimentos, mal-estares e muitos outros problemas semelhantes.

A presença de cargas positivas no ar em dias secos, antes de tempestades com trovões explica por que muitas pessoas 'sentem' nos ossos ou de alguma forma a aproximação do fenômeno.

Quem já não ouviu alguém dizer: Sinto nas dores das minhas juntas que vai chover!

O fenômeno é bem conhecido dos meio médicos tanto em que em hospitais para queimados são instalados poderosos aparelhos para carregar o ar de íons negativos, pois conforme já se constatou isso causa um alívio para os doentes.

Nos Estados Unidos existem dezenas de ionizadores de ar que são vendidos ao púbico em geral com a única finalidade de trazer bem estar, causar alívios para pessoas alérgicas, etc.

O aparelho que descrevemos é experimental, mas pode ser usado com restrições na produção de íons no meio ambiente.

Dizemos restrições porque sua quantidade não é controlado, e da mesma forma que uma pequena quantidade de íons pode ser boa para a saúde, não existem estudos em nosso país em relação ao que podem causar as grandes quantidades destes íons.

Assim, não recomendamos a utilização do aparelho sem antes se fazer uma consulta ao seu médico, ou de se submeter o aparelho a uma medida da quantidade de íons.

Por outro lado, em aplicações experimentais como laboratórios, nada impede que ele seja empregado com cautela.

 

COMO FUNCIONA

Nosso circuito consta basicamente de um oscilador de relaxação alimentado pela rede de 110 V ou 220 V e que produz pulsos de curta duração num transformador de alta tensão.

Nesta etapa, a corrente de rede de alimentação que passa pelo fusível é retificada pelo diodo D1 carregando então via R1 o capacitor eletrolítico C1.

Ao mesmo tempo carrega-se via R3 o capacitor C3 até ser atingida a tensão de ionização da lâmpada neon.

Quando esta tensão é atingida, a lâmpada neon conduz descarregando o capacitor através do SCR que dispara.

A condução do SCR fecha o circuito formado pelo capacitor C1, o primário do transformador de alta tensão e o próprio SCR. Com isso, temos a descarga de C1 com um forte pulso de curta duração no primário de T1.

T1 é um flyback de TV comum e que tem um secundário capaz de gerar algumas dezenas de milhares de volts com o pulso que então passa pelo retificador de MAT (Muito Alta Tensão) carregando o eletrodo e o capacitor C2 de placas de vidro.

O resultado é a produção de íons negativos no eletrodo que então, pelo efeito das pontas se espalham pelo meio ambiente, conforme mostra a figura 1.

 

Figura 1 – Gerando íons
Figura 1 – Gerando íons

 

A frequência de operação e, portanto, o rendimento do aparelho depende tanto de C1 como de R3, devendo estes componentes ser experimentados na faixa indicada.

Com um resistor R3 de 470 k e um capacitor eletrolítico de 4,7 pF já teremos um excelente rendimento para o aparelho para a maioria dos flybacks comuns, mesmo de TVs monocromáticas antigas e monitores de vídeo que não tenham este componente do tipo selado.

Evidentemente, é preciso observar que as altas tensões geradas e o não isolamento da rede tornam o aparelho perigoso ao contato devendo o leitor tomar todas as precauções para que isso não ocorra.

 

MONTAGEM

Na figura 2 temos o diagrama completo do Gerador de Íons.

 

Figura 2 – Diagrama completo do gerador de íons
Figura 2 – Diagrama completo do gerador de íons

 

Na figura 3 temos a disposição dos componentes numa placa de circuito impresso.

 

Figura 3 – Placa para a montagem
Figura 3 – Placa para a montagem

 

O enrolamento primário do flyback consiste em 10 espiras de fio de ligação comum enlaçadas na parte inferior do núcleo conforme mostra a figura 4.

 

Figura 4 – Enrolando o primário de T1
Figura 4 – Enrolando o primário de T1

 

A lâmpada neon NE-1 serve apenas para indicar que o aparelho está ligado, sendo opcional. O resistor R1 é de fio de 10 W e seu valor depende da alimentação. O valor entre parênteses é para a rede de 220 V.

A tensão de isolamento ou trabalho de C1 pode ser 200 V se a rede for de 110 V, mas deve ser de 400 V pelo menos se a rede for de 220 V.

Os demais resistores são de 1/8 ou ¼ W e C3 pode ser de poliéster com tensão de trabalho de 200 V ou mais.

D1 é um 1N4007 ou BY127 enquanto que C2 é um capacitor feito com uma folha de vidro de pelo menos 0,3 cm e duas folhas de alumínio.

O diodo D2 é do tipo comum para MAT de televisores, como por exemplo: o HVD 18 ou TV-18 que são bem comuns no nosso mercado. (na época em que o artigo foi escrito, em 1991)

O eletrodo consiste simplesmente num alfinete que deve estar colocado em local que não possa ser tocado, mas também deve estar livre para espalhar no ar os íons produzidos, conforme mostra a figura 5.

 

Figura 5 – Posicionamento do eletrodo
Figura 5 – Posicionamento do eletrodo

 

 

PROVA E USO

Ligando o aparelho o leitor deve ouvir um pequeno chiado no flyback e se aproximar um faiscador de seu enrolamento deve notar uma faísca de alta tensão, conforme mostra a fig. 6.

 

   Figura 6 – Teste de funcionamento
Figura 6 – Teste de funcionamento

 

Um breve cheiro de ozônio pode ser sentido, caso ocorra o funcionamento normal do aparelho.

As duas lâmpadas neon deve estar acesas no funcionamento do aparelho.

Comprovado o funcionamento é só utilizar o aparelho.

NOTA: apesar de não terem sido notados efeitos perigosos, os excessos de íons não são recomendáveis. Como este aparelho não tem sua intensidade controlada não recomendamos o uso em ambientes domésticos. A utilização do aparelho é total responsabilidade dos seus montadores, não nos cabendo nenhuma participação no seu uso indevido.

 

SCR - TIC106D - diodo controlado de silício para 400 V

D1 - 1N4007 - diodo de silício

NE-1 e NE-2 - lâmpada neon NE-2H

T1 - Flyback - ver texto

D2 - TV-18 ou equivalente – diodo de alta tensão

F1 - 1A - fusível

R1 – 10 k x 10 W (110 V) ou 22 k x 10 W (220 V) - resistor de fio

R3 – 100 k a 1M - resistor - ver texto

R2 – 220 k x 1/8 W - resistor (vermelho, vermelho, amarelo)

R4 – 10 k x 1/8 W - resistor (marrom, preto, laranja)

C1 - 1 uF a 8 uF - capacitor eletrolítico de 200 V ou 400 V - ver texto

C3 - 100 nF - capacitor de poliéster(0,1 ou 104)

C2 - capacitor de vidro - ver texto

X1 - eletrodo - ver texto

Diversos: placa de circuito impresso, cabo de alimentação, suporte para fusível, caixa para montagem, fios, solda, etc.