Existem ocasiões em que se deseja imitar, numa gravação, transmissão ou mesmo peça teatral, uma voz de telefone. Embora com alguns recursos acústicos (como tubos diante de um microfone) consigamos chegar perto disso, um modo mais elaborado consiste em se usar um circuito eletrônico.
A voz característica que se obtém num telefone deve-se ao fato de haver uma redução da faixa passante de frequências, algo entre 200 Hz e 2 000 Hz, que se adapta às características do próprio sistema de transmissão.
Assim, para termos uma voz de telefone, basta passar um sinal de um microfone por um filtro passa-faixas que esteja sintonizado de modo a permitir que apenas as frequências indicadas cheguem ao amplificador, gravador ou transmissor.
O circuito que descrevemos é bastante simples de montar, pois usa apenas um circuito integrado. Basta então intercalá-lo entre a fonte de sinal e o sistema final de reprodução ou gravação que teremos o efeito desejado.
Alimentado por baterias comuns ele é compacto e o seu baixo consumo garante uma boa durabilidade para a fonte de energia.
Características:
Tensão de alimentação: 9+9 V - 2 baterias
Consumo: 10 mA (tip.)
Faixa de frequências: 200 Hz a 2 000 Hz
Ganho na faixa central: 10 (tip.)
Impedância de entrada: 10 k ohms
Impedância de saída: 10 k ohms
Um eficiente filtro passa-faixas, que não precisa ser excessivamente agudo, pode ser facilmente montado com um amplificador operacional.
O duplo T tem os componentes calculados para que a frequência de operação fique em tomo de 1 kHz, embora experiências possam ser feitas com outras frequências.
Neste filtro devem ser mantidas as seguintes relações de valores entre os componentes:
R1= R2
C1 = C2/2 = C3/2
O duplo T é intercalado entre a entrada inversora e a saída do operacional, e sua ação pode ser ajustada em P2, que leva o circuito ao maior realismo no efeito desejado.
Observe que a fonte de alimentação deve ser simétrica e que a fonte de sinal deve ser de média impedância, com uma amplitude que não pode ultrapassar 1 Vpp.
A saída tem sua intensidade controlada pelo potenciômetro P1, que deve ser ajustado para que ocorra excitação do aparelho final sem saturação.
Na figura 1 temos o diagrama completo do aparelho.
A placa de circuito impresso para esta montagem é mostrada na figura 2.
Sugerimos a utilização de soquete DIL de 8 pinos para o integrado. Os cabos de entrada e saída de sinal devem ser blindados para que não ocorram zumbidos.
Os capacitores C6 e C7 são eletrolíticos para 12 V e seus valores não são críticos, podendo ficar entre 10 uF e 220 uF tipicamente.
P1 e P2 são potenciômetros comuns que farão o ajuste do funcionamento do aparelho.
Para provar o aparelho ligue na sua entrada um microfone de cristal ou ainda um pré-amplificador com outro tipo de microfone.
Ligue a saída na entrada de um amplificador e ajuste tanto o volume como P1 para obter um bom volume de reprodução.
Depois, ajuste P2 até o limiar da oscilação, obtendo assim a voz de telefone.
Se não conseguir o efeito desejado, altere os valores de C1, C2 e C3, mas sempre mantendo as relações indicadas no texto.
Semicondutor:
CI1 - 741 - circuito integrado
Resistores (1/8 W, 5%):
R1 R2 - 100 k ohms
R3 - 10 k ohms
P1 - potenciômetro de 10 k ohms
P2 - potenciômetro de 47 k ohms
Capacitores:
C1 - 2,2 nF - cerâmico ou de poliéster
C2, C3 - 1 nF - cerâmico
C4. - 100 nF - poliéster ou cerâmico
C5 - 220 nF - poliéster ou cerâmico
C6, C7 -100 uF - eletrolíticos de 12 V
Diversos:
S1 - Interruptor duplo
B1, B2 - baterias de 9 V
Placa de circuito impresso, conectores de bateria, caixa para montagem, fios blindados, jaques de entrada e saída, soquete para o circuito integrado, botões para os potenciômetros, fios, soda etc.