Na nossa seção de mecatrônica temos diversos artigos que ensinam como funciona e como usar o solenoide. Pois bem, utilizando um solenoide como base, desenvolvemos uma armadilha eletrônica, que pode ser empregada na captura de ratos e outros animais. O disparo da armadilha é feito por um fotossensor que aciona um solenoide.

Um solenoide é utilizado para ativar o mecanismo de fechamento de uma armadilha.

O disparo ocorre quando o animal corta um feixe de luz que incide num sensível sensor eletrônico.

A armadilha elétrica é alimentada por uma tensão de 110 V ou 220 V e é bastante simples de montar.

Você poderá utilizá-la no lar, na captura de ratos, pombos, pardais, ou, ainda, em pesquisa, na captura de outros animais, sempre respeitando a legislação e lembrando que a alimentação do circuito deve ser feita a partir da rede.

O solenoide recomendado é aproveitado de uma maquina de lavar roupas, mas existem alternativas que serão descritas no próprio artigo, algumas bastante econômicas.

A montagem do sistema é simples, havendo apenas necessidade de uma parte mecânica que não oferecerá problemas aos leitores habilidosos e que possuam algumas ferramentas básicas.

 

Como Funciona

O sistema é bastante simples, conforme podemos ver pelo diagrama de blocos da figura 1.

 

   Figura 1 – Diagrama de blocos
Figura 1 – Diagrama de blocos

 

O sensor consiste num LDR que é iluminado por uma lâmpada comum de 12 volts x 200 mA (lâmpada de luz de cortesia de automóveis).

Quando o animal entra na armadilha, o feixe de luz é interrompido provocando o disparo do circuito.

O ponto de disparo é ajustado previamente num trimpot.

Com o disparo, um relé fecha seus contatos podendo acionar um solenoide de alta tensão (110 V ou 220 V), do tipo encontrado em máquinas de lavar roupa, ou mesmo um solenoide menor, conforme explicaremos mais adiante.

O movimento do núcleo do solenoide ativa o mecanismo de fechamento da armadilha.

Uma cigarra pode ser usada para que, ao fechar a armadilha, o usuário seja avisado.

 

Montagem

Na figura 2 temos o diagrama completo da armadilha.

 

Figura 2 – Diagrama da armadilha
Figura 2 – Diagrama da armadilha

 

A montagem pode ser realizada tanto em uma ponte de terminais, como em placa de circuito impresso.

Damos na figura 3 o desenho da montagem numa ponte de terminais.

 

Figura 3 – Montagem em ponte de terminais
Figura 3 – Montagem em ponte de terminais

 

Esta ponte de terminais poderá ser fechada numa caixa para evitar problemas de contatos com os componentes ou curto-circuitos.

Na figura 4 damos a montagem da parte mecânica da armadilha.

 

Figura 4 – Montagem da parte mecânica
Figura 4 – Montagem da parte mecânica

 

Observe que o movimento do núcleo do solenoide para seu interior deve soltar a tampa da armadilha, que por seu próprio peso fecha.

Uma trava acionada por peso deve ser prevista, havendo diversas possibilidades para Isso.

Para o solenoide temos outra alternativa como, por exemplo, usar um núcleo de relé de12 volts, conforme mostra a figura 5.

 

Figura 5 – Adaptando um relé de 12 V como solenoide
Figura 5 – Adaptando um relé de 12 V como solenoide

 

Este relé é então, alimentado pela própria baixa tensão do circuito.

É previsível que esse sistema de solenoide tenha bem menos força que o solenoide de máquina de lavar, mas aqui existe uma possibilidade importante: a alimentação do sistema com 12 V vindos de uma bateria ou mesmo de um conjunto de pilhas grandes.

Uma campainha residencial também pode ser adaptada para ser usada como solenoide, mas é preciso observar que ela não deve permanecer ligada por muito tempo pois aquece rapidamente.

Uma lâmpada incandescente comum, de 40 watts a 60 watts, pode ser ligada em série para evitar este aquecimento.

O leitor deve fazer experiências nesse caso, pois conforme a campainha adaptada, o comportamento do sistema pode mudar.

Na montagem da parte eletrônica o leitor deve observar a polaridade de diodo e capacitores eletrolíticos, além da posição dos transistores.

O LDR é redondo comum de qualquer tipo.

Sua montagem dever ser feita preferivelmente num tubo opaco para evitar a influência da luz ambiente.

O capacitor eletrolítico deve ter uma tensão mínima de trabalho de 16 volts.

Valores próximos como 1.200 µF ou mesmo 1.500 µF podem ser empregados, e no caso da alimentação por bateria, seu valor pode ser reduzido a 100 µF ou menos.

Nesse caso, os diodos D2 e D1 são eliminados assim como o transformador. o fusível é de 1A, mas este valor é em função dos solenoides.

Pode ser aumentado se o solenoide for de maior potência.

 

Prova e Uso

Para provar e ajustar a armadilha é simples.

Ligue a unidade e ajuste P1 para que o relé permaneça aberto com a luz incidindo no LDR.

O ponto de maior sensibilidade ocorre quando o relé fica prestes a fechar, no momento em que um objeto passa entre o LDR e a lâmpada.

Uma vez ajustado é só verificar a parte mecânica.

 

Q1, Q2 - BC548 ou equivalente – transistores NPN de uso geral

D1, D2, D3 - 1N4002 ou equivalente - diodos de uso geral

K1 - Relé de 12 volts

P1 - 1M - trimpot

T1 - Transformador com primário de 110 V ou 220 V conforme a rede e secundário de12 V x 500 mA ou 1A, com tomada central

F1 - 1A - fusível

S1 - Interruptor simples

L1 - 12 x 200 mA - lâmpada de interior de automóvel

LDR - LDR redondo comum

X1 - solenoide de máquina de lavar (ver texto)

R1 – 10 k x 1/8 W - resistor (marrom, preto, laranja)

C1 - 1.000 µF x 15 V - capacitor eletrolítico

Diversos: caixa para armadilha, cabo de alimentação, tubos opacos para o LDR e para a lâmpada, solda, suporte para o fusível, ponte de terminais ou placa de circuito impresso etc.