Este é um circuito de efeitos inéditos de luz - uma lâmpada acende repentinamente com o máximo de brilho e depois desvanesce vagarosamente até apagar. Depois de alguns segundos ela volta a acender, repetindo o ciclo. O sistema suporta lâmpadas até 1600 W na rede de 220 V (metade na rede de 110 V) e pode ser usado no Iar, na decoração de vitrines ou num interessante e misterioso abajur.

Obs. O circuito funciona apenas com lâmpadas incandescentes.

 

Não se trata de um simples pisca-pisca pelo tipo de efeito que descrevemos na introdução.

A lâmpada parece realmente que enfraquece até que toda sua luz some, num processo suave.

O circuito utiliza como base um triac de 8A da Texas lnstruments e um disparador com transistor unijunção, além de um oscilador dente de serra com outro unijunção.

O único ajuste que existe é da frequência do efeito que pode variar entre um ciclo por segundo até um ciclo em cada 30 ou 40 segundos.

Todos os componentes são pequenos, de modo que no caso de um abajur nada impede que todos eles sejam instalados na própria base do objeto.

No caso de controles de maior potência, como o triac tende a aquecer e precisa ser montado num radiador de calor, recomendamos a utilização de uma caixa com dimensões de belo menos10 x 6 x 5cm.

Na figura 1 damos a forma de onda que ilustra o comportamento deste circuito.

 

Figura 1 – Formas de onda do circuito
Figura 1 – Formas de onda do circuito

 

 

Suas características:

Carga máxima: 800 watts (110 V) 1 600 watts (220 V)

Faixa de tempos: 1 a 40 segundos

Tensões de alimentação: 110 ou 220 V CA

 

O CIRCUITO

O tempo que ocorre entre o início de um semiciclo da alimentação e o ponto em que é gerado o pulso de disparo do triac determina a potência que é aplicada à carga (lâmpada).

Se o pulso ocorrer com pequeno retardo, o disparo ocorre no início do semiciclo e a maior potência é aplicada à carga.

No caso, esta carga é a lâmpada que acende com o máximo brilho.

Se o pulso for aplicado no final do semiciclo, menos potência é levada à carga e o brilho da lâmpada é menor (figura 2).

 

Figura 2 – Disparo em diversos pontos do semiciclo
Figura 2 – Disparo em diversos pontos do semiciclo

 

Para controlar o disparo do unijunção que gera estes pulsos utilizamos um segundo oscilador com outro unijunção bastante lento (Q3).

À medida que capacitor C3 se carrega através de P2 e de R8, a tensão no emissor do transistor Q3 também se eleva e com isso a tensão de base de Q2.

A tensão aplicada à base de Q2 controla justamente ç atraso na produção do pulso de disparo do triac pelo transistor unijunção Q1.

Quando a tensão de base de Q2 é baixa (início da carga de C3), a resistência representada por Q2 é alta, de modo que o divisor formado por P1, R5, Q2 e R6 pode aplicar uma tensão mais elevada no capacitor C2 logo no início do semiciclo e provocar o disparo de Q1.

O pulso é produzido no início do semiciclo e a lâmpada tem seu máximo brilho.

Este máximo brilho é justamente ajustado por P1.

À medida que a tensão no capacitor C3 se eleva pela sua carga, aumenta a tensão de base de Q2 que o leva gradualmente a apresentar menor resistência.

Com isso é retardada a carga de C2 que vai atingir a tensão de disparo de Q1 cada vez mais próxima do fim do semiciclo.

A potência aplicada à carga reduz-se então lentamente com a carga de C3 até o momento em que Q3 comuta.

Quando isso ocorre, repentinamente a tensão em C3 cai praticamente a zero, e com isso a tensão de base de Q2.

Novamente o pulso de disparo passa a ser produzido no início do semiciclo coma lâmpada acendendo e um novo ciclo começando.

P2 pode ser aumentado para se obter um ciclo mais longo.

 

MONTAGEM

Na figura 3 temos o diagrama completo de nosso aparelho.

 

Figura 3 – Diagrama completo do aparelho
Figura 3 – Diagrama completo do aparelho

 

Na figura 4 damos a placa de circuito impresso para a montagem.

 

Figura 4 – Placa para a montagem
Figura 4 – Placa para a montagem

 

A posição de todos os componentes polarizados, tais como o diodo D1, os transistores unijunção, o triac e o transistor Q2, deve ser observada rigorosamente.

Os valores entre parênteses para R1 e R2 correspondem à rede de 220 V.

Nesta tensão também é conveniente usar para D1 o1N4007 ou BY127.

P1 e P2 podem tanto ser trimpots como potenciômetros, tudo dependendo da necessidade de se alterar o comportamento do aparelho com maior ou menor frequência.

C3 e C4 são capacitores eletrolíticos para 25 V ou mais e os resistores podem ser de1/8 ou1/4 W.

O triac deve ser dotado de um bom radiador de calor, principalmente se tiver que trabalhar com potências máximas.

C1 e C2 são de cerâmica ou de poliéster, com qualquer tensão a partir de 25 V.

 

PROVA E USO

Para provar o aparelho, coloque uma lâmpada a partir de 5 watts como carga (L1), ligue a unidade e ajuste P1 para que seja obtido o mínimo de brilho ou então aproximadamente 1/3 do brilho máximo.

Depois ajuste P2 para obter ciclos de variação de brilho, na frequência desejada.

Volte então a ajustar P1 para que a variação de brilho da lâmpada ocorra entre o máximo e zero, com acendimento brusco.

Comprovado o funcionamento, é só fazer a instalação definitiva, lembrando que para cargas de alta potência os fios de conexão devem ser grossos.

 

Triac - TIC226 para 200 V se sua rede for de 110 V ou para 400 V se sua rede for de 220 V

Q1, Q3 - 2N2646 - transistores unijunção

Q2 - BC548 ou equivalente - transistor NPN de uso geral

D1 - 1N4004 ou 1N4007 - diodo de silício

L1 - lâmpada até 800 watts na rede de 110 V e até 1600 watts na rede de

220 V

P1, P2 - 100k - trimpots ou potenciômetros

F1 - fusível de 10 A

S1 - interruptor simples

R1, R2 – 33 k x 1 W - resistores (laranja, laranja, laranja) para a rede de

110 V ou 56 k x 1 W - resistores (verde, azul, laranja) para a rede de 220V

R3, R9 - 470 Ω x 1/8 W - resistores (amarelo, violeta, marrom)

R4 - 330 Ω x 1/8 W - resistor (laranja, laranja, marrom)

R5, R8 – 10 k x 1/8 W – resistores (marrom, preto, laranja)

R6 - 2k2 x 1/8 W - resistor (vermelho, vermelho, vermelho)

R7 – 100 k x 1/8 W - resistor (marrom, preto, amarelo)

R9 - 470 Ω x 1/8 W - resistor (amarelo, violeta, marrom)

Cl – 10 nF - capacitor cerâmico

C2 – 100 nF - capacitor cerâmico ou de poliéster

C3 – 1 000 µF x 25 V - capacitor eletrolítico

C4 – 100 µF x 25 V - Capacitor eletrolítico

Diversos: placa de circuito impresso, caixa para montagem, cabo de alimentação, suporte para fusível, radiador de calor para o triac, soquete para a lâmpada ou lâmpadas controladas, knobs para os potenciômetros, fios, solda etc.