Atualmente é muito comum um técnico de eletrônica trabalhar em manutenção e reparação de computadores, e um bom técnico precisa ter (sempre) à disposição ferramentas adequadas e de boa qualidade. Para evitar desperdícios de dinheiro e garantir a qualidade do serviço, reunimos informações sobre as principais ferramentas usadas no mundo da informática e serviços de manutenção eletrônica.
“Tempo é dinheiro”, “Boa apresentação é seu melhor cartão de visita” e “Trabalho bem feito é garantia de cliente satisfeito” são frase muito usadas por diversas empresas e profissionais autônomos. Mas transformar estas frases em meta para o profissional de manutenção é um desafio.
O reparo de um computador pode levar de alguns minutos até dias, dependendo de quão complexo é o problema. No entanto, as vezes levamos um tempo desnecessariamente longo tentando retirar os parafusos do HD ou da placa-mãe com uma chave philips de péssima qualidade ou de tamanho inadequado, operação que costumeiramente termina por estragar a cabeça do parafuso. O tempo que estava estimado para aquele conserto tem que ser repensado.
Boa apresentação
O técnico também ganha com uma boa apresentação. Ter uma caixa de ferramentas bem equipada e com todos os itens arrumados e limpos mostra que o profissional se preocupa com a qualidade de seus serviços.
Muitas vezes é necessário realizar um conserto em um escritório ou fábrica, onde há pessoas transitando e trabalhando. É muito embaraçoso ter que sair pela empresa pedindo emprestada uma chave que você não trouxe. Isto demonstra não só falta de organização como também de interesse, e a maioria dos empresários não gosta de gente desinteressada.
Lembre-se sempre da frase “Trabalho bem feito é garantia de cliente satisfeito”. Um equipamento devidamente reparado e instalado, com todos os fios organizados, parafusos corretamente apertados e bom aspecto visual aumenta a confiança no serviço executado pelo profissional. A primeira impressão é a que fica.
Para atingir este nível de qualidade de serviço, é preciso conhecer bem suas ferramentas.
Chave canhão
Provavelmente esta é a chave menos encontrada na maleta dos técnicos. Ela é usada em parafusos sextavados e tem maior capacidade de aperto que uma chave philips ou de fenda. Dificilmente estraga a cabeça do parafuso.
A chave na medida de 1/4” é usada para apertar os parafusos do gabinete, aqueles que prendem HD, fonte e placas de expansão. Já a de 3/16” é a única maneira de apertar com segurança os espaçadores de latão que fixam a placa-mãe no gabinete e os parafusos dos conectores traseiros, como os da saída de vídeo ou da porta paralela, que adoram soltar junto com o conector
As chaves de melhor qualidade têm a ponta mais fina, o que facilita o uso em locais apertados. Conseguem ser finas pois são feitas com metal de maior resistência. As fabricadas com metal mais fraco necessitam de uma ponta mais grossa para suportarem o torque aplicado.
F1: Chave canhão.
Chaves Philips
De todas as ferramentas que um técnico de manutenção precisa, de longe a mais usada é a chave philips. À excessão de alguns poucos fabricantes que usam parafusos TORX, a imensa maioria prefere o padrão Philips, muito mais difundido e fácil de encontrar. Tradicionalmente, os parafusos que fixam HDs, leitores de DVDs, tampas dos gabinetes, fonte e outros tantos equipamentos, seguem o padrão Philips.
Escolher uma chave de boa qualidade é importante pois este padrão tem uma peculiaridade que poucos conhecem: ele foi desenvolvido especificamente para deixar a ponta da chave escapar do parafuso quando este tenha chegado à sua posição final. Na época de sua criação (por volta de 1936) não haviam ferramentas com controle de torque eficaz, portanto um desenho que fosse capaz de “escapar” do parafuso quando este estivesse apertado era útil para evitar quebras.
Esta tendência a escapar acaba rapidamente com a ponta de ferramentas de baixa qualidade (o mesmo vale para os parafusos), o que justifica a compra de uma boa chave. As chaves de aço cromo e cromo-vanádio são as mais recomendadas por sua durabilidade.
As medidas mais comuns nos computadores são 3/16” e 1/8”. Quanto ao comprimento, é importante ter no mínimo 3 medidas diferentes, variando da curta, para lugares apertados, a comprida para lugares onde a mão não alcança.
F2: Chave Philips
Chaves de fenda
Esta chave é menos usada que a Philips em computadores, porém alguns fabricantes optam por parafusos de fenda na fixação das placas e das tampas do gabinete. É sempre bom ter consigo as duas medidas de chaves mais comuns: 3/16” e 1/8”.
Alicate de bico fino
Para segurar fios, componentes a serem soldados e dobrar pontas metálicas usamos o alicate de bico fino. A qualidade desta ferramenta não está apenas no metal utilizado mas também na borracha do cabo, que tem a função de isolante e de anti-derrapante. Esta borracha não pode se soltar ou a ferramenta se tornará frouxa e terá sua empunhadura comprometida.
F3: Alicate de bico fino
Alicate de corte
Este alicate será usado para cortar fios e abraçadeiras de nylon, daquelas utilizadas para organizar os cabos no interior do gabinete.
Esta ferramenta precisa cortar bem, sem “mastigar” os fios, e deve ser durável. É importante usar o alicate de corte apenas para cortar fios, arames, peças plásticas e abraçadeiras, mantendo assim a ferramenta em boas condições. Resista à tentação de cortar peças rígidas demais, ou seu alicate enfrentará uma morte prematura.
Para evitar a oxidação, que deixa a ferramenta com um péssimo aspecto visual, lubrifique a parte exposta com óleo (WD40 ou Super LUB).
F4: Alicate de corte
Parafusadeiras
A utilização de uma parafusadeira elétrica, torna muito mais prática a montagem.
Existem vários tipos no mercado, com valores diversos. Algumas têm controle de torque, são mais caras, mas permitem regular a força de aperto, evitando assim a quebra do parafuso ou o espanamento da rosca.
As parafusadeiras sem controle de torque também são uteis, porém o técnico deverá tomar cuidado para não apertar demais e correr o risco de causar danos à rosca.
F5: Parafusadeira Skil.
Alicate de Crimpagem
Muitas chamadas de serviço são as velhas e conhecidas “A Internet não funciona” e “O computador sumiu da rede”. Nesse caso, já leve consigo um alicate de crimpagem pois é quase certo que você encontrará cabos de rede torcidos, esticados demais, com mal-contato nos conectores ou até “decepados”.
F6: Alicate de Crimpagem
Punch-Down
Muito menos conhecida, esta é uma ferramenta de impacto usada para inserção de fios em conectores como os das tomadas de rede. Além de inserir o fio, o punch-down também corta qualquer pedaço excedente, para evitar curtos.
Alguns técnicos mais “espertos” acham que conseguem fazer este tipo de serviço sem a ferramenta adequada. Desnecessário dizer que a chance de mal-contato no conector aumenta consideravelmente e o aspecto visual do serviço deixa a desejar.
F7: Punch-Down
Testador de cabo de rede
Após a conectorização dos cabos e a instalação dos conectores de parede, ainda resta um passo importante: testá-los.
Muitos técnicos evitam comprar um testador de cabos e optam por utilizar os próprios computadores para este teste. Acabam perdendo muito tempo.
Para que dois computadores se comuniquem, é necessário que os patch-cords de ambos estejam funcionando corretamente, bem como as tomadas de rede e os cabos que vão até o switch. Se o computador não conseguiu conexão, há como saber exatamente qual destes elementos apresentou problema? Segue-se uma interminável sessão de “tentativa e erro”.
Com um testador em mãos, basta adotar a política de testar cada cabo assim que ele é conectorizado. Pronto, já não há mais dúvidas sobre o funcionamento deles.
F8: Testador de cabo de rede.
Pasta térmica
Processadores novos costumam ser acompanhados de seus próprios coolers, que já trazem um elastômero termicamente condutivo pré-aplicado. Assim, dificilmente se usa pasta térmica na montagem de um computador.
Entretanto, não se pode dizer o mesmo de um conserto. Qualquer remoção do cooler do processador já invalida o elastômero, que deve então ser removido e substituído por pasta térmica.
É aí que está a importância de se carregar um tubo de pasta térmica sempre. Existem vários tipos de pasta térmica, desde a simples pasta branca, com óxido de alumínio, até as sofisticadas pastas à base de prata, que têm performance superior.
A escolha da pasta dependerá da vontade do cliente e do propósito para o qual o computador será usado, mas para a maioria dos casos a pasta mais comum e acessível terá performance totalmente satisfatória. E como se trata de um produto extremamente barato e fácil de encontrar, não há desculpas para não utilizá-lo ou para inventar substitutos esdrúxulos (como pasta-de-dente ou azeite).
Acessórios
Além das ferramentas essenciais, há uma série de pequenos acessórios que podem fazer uma falta enorme. Afinal, qual a utilidade de uma boa chave se faltar parafusos ?
Abraçadeiras de nylon para o melhor condicionamento dos fios;
Conectores RJ-45 e alguns conectores RJ-11;
Prisioneiros 3/16” que servem de base entre o chassis e placa-mãe e dos suportes de conectores das portas paralelas e seriais.
Parafusos sextavados de 1/4” (ou Philips) para a fixação das tampas dos gabinetes, HDs e outros;
Parafusos Philips com rosca 3/16” para a fixação de drives de DVDs.
Instrumentos de Medição
É muito comum o cliente apontar para um computador e dizer: - “Nem ligar liga”, logo você pensa, “O problema pode estar entre a tomada e o conector de dados do monitor”, claro que se o monitor não exibe nada, para o cliente o computador parou por completo.
Então por onde começar, o que fazer e com que fazer?
Para descobrirmos o que está de errado, precisamos verificar em primeiro lugar se existe tensão e corrente na tomada em que está ligado o filtro, para isto podemos utilizar um multímetro para verificar a tensão, a corrente também pode ser lida pelo multímetro, mas lembrando de colocar o cursor na medida correta, pois alguns multímetros não possuem proteção em certas escala quando utilizados como amperímetros. Verificando que a tomada está correta passamos a medir o filtro de linha (esperamos que tenha um) ou o Nobreak. Podemos até usar o medidor de fase, porém este mede domente 127 V ou 220 V, as variações não. Por este motivo é importante o técnico ter em mãos um multímetro, para que seja possível ver qual é a tensão que a fonte do equipamento está recebendo, pois dependendo da fonte utilizada a faixa de tolerância é muito curta, e uma simples queda na rede faz a fonte desligar e ficar travada. Para estes casos o multímetro utilizado não precisa ser tão preciso, mas veremos mais adiante que precisaremos de um melhor para outros tipos de reparo.
Depois de notar que a tensão fornecida pelo nobreak ou filtro (ou na pior das hipóteses a tomada) está da forma correta, abrimos o gabinete e começamos a medir a tensão fornecida da fonte para a placa-mãe, drivers, Hds, interruptor liga/desliga e reset e onde mais estiver conectada. Neste ponto um bom multímetro se faz necessário, lembrando que a fonte fornece 3,3 V, 5 V e 12 V, também é importante para o técnico conhecer as cores utilizadas por padrão nas fontes de energia, para que se possa fazer uma medição correta sem correr os riscos de danificá-la. Porém o tecnico não deve somente medir a tensão, ele deve também medir a amperagem que a fonte recebe e fornece como também a temperatura de todo o sistema, para isto o técnico precisa dos instrumentos de medição que são detalhadas a seguir:
O Multímetro
Como no caso acima, o multímetro é largamente usado na manutenção de computadores. O multímetro é um equipamento versátil que ao longo dos anos foi agregando funções importantes aos seus sistemas. Um multímetro tem que medir basicamente a tensão, a corrente e ter um ohmímetro. Para escolher um bom multímetro é importante verificar a classe de isolação, se o fabricante fornece garantia, o grau de incerteza que o aparelho aponta, pois cada um apresenta uma certa variação na leitura dos dados e se o produto possui certificação.
Existem vários fabricantes de multímetros, o técnico deve levar em conta o tipo de suporte técnico ele atenderá, pois caso o técnico venha a prestar manutenção em computadores na sua maioria desktop, um multímetro digital com boa resolução já serve, agora se a intenção é de prestar manutenção a grandes servidores que consomem uma grande quantidade de energia, o multímetro deve estar de acordo com a categoria III – 300 V ou categoria IV – 600 V dependendo da instalação utilizada.
F9: Tipos de multímetros
Alicate Amperímetro
Este aparelho tem a finalidade de medir a intensidade do fluxo da corrente elétrica que passa por determinado fio. Boa parte dos multímetros possuem um amperímetro embutido, mas para medir a amperagem de um circuito ou fio ele não pode ser medido em paralelo mas sim em série, fazendo que o circuito seja interrompido e ai sim colocar em série as pontas do multímetro. Nem sempre é possível cortar fios e emendá-los seria ainda pior, para estes casos é recomendado a utilização de um alicate amperímetro, que prende o fio a ser medido (um de cada vez, nunca o par), e mede através de sensores o campo magnético gerado pela intensidade do fluxo da corrente elétrica. Estes alicates possuem também conectores para medir a amperagem em locais em que o alicate se torna inviável.
Para as medições de corrente alternada não existe a preocupação com os pólos, porém nos circuitos de corrente contínua sim, onde o pólo positivo deve ser posto no ponto de entrada da corrente convensional.
Os melhores alicates amperímetros para a manutenção de computadores são aqueles que possuem uma resistência interna quase nula, como também aqueles que podem medir amperagem abaixo de 0,01 A. Os ítens a mais que o aparelho oferece são adicionais que o técnico deve levar em conta no custo/benefício e se estes ítens serão úteis, tais como o congelamento da leitura de pico, desligamento automático, resistência, teste de continuidade, mudança de faixa automática entre outros.
F10: Alicate amperímetro.
Medidores de temperatura (termômetro)
Este aparelho é importante para a verificação do sistema de arrefecimento do sistema, analisando a temperatura máxima obtida pelos componentes de uma placa-mãe, para fazer um melhor dimensionamento do sistema de arrefecimento.
Os computadores atuais possui um sensor interno ligado a pontos importântes do sistema, porém não faz uma medição do sistema completo e por este motivo ter um medidor de temperatura (termômetro), ajuda a resolver estes problemas.
Existem alguns tipos de modelo, mas os medidores mais simples que utilizam o infravermelho para fazer a medida estão de bom tamanho. Caso o técnico tenha uma verba a mais, pode optar por medidores de temperatura com termopares, que fazem as medições por contato. Os medidores de temperatura por infravermelho vem com uma mira a laser para saber em que local o medidor está colhendo os dados. A maioria dos medidores tem a variação de 1oC com precisão de 2oC, uns com resoluções melhores que este, os técnicos devem sempre ter em mente está variação, como os componentes utilizados num computador tem uma faixa de temperatura de trabalho com uma certa folga, esta resolução está de bom tamanho.
F11: Termômetros digitais.
Conclusão
As ferramentas apresentadas neste artigos são essenciais para procedimentos de montagem e manutenção de computadores e redes.
Os instrumentos de medição é a parte mais cara que o técnico de manutenção precisa ter, por este motivo fazer uma boa escolha é importante, pois estes equipamentos, se bem cuidados, duram por bom tempo, logo o investimento feito neles é dividido pelos anos de trabalho que eles venham a desempenhar. A utilização deles no campo de trabalho mostra ao cliente a responsabilidade que técnico tem com o seu trabalho, além de que estes instrumentos ajudam o técnico a encontrar o defeito em um curto espaço de tempo, evitando os testes feitos a partir da troca das placas e componentes que supostamente podem apresentar defeitos.