Nos anos 70 fizemos pesquisas com redes neurais na então Escola Paulista de Medicina (*) trabalhando no que denominamos neurobiônio que seria uma célula nervosa simulada eletrônica. Adotamos soluções eletrônicas, químicas e até térmicas. Percebemos que outras soluções poderiam ser adotadas, mas sinceramente nunca experimentamos soluções mecânicas. No entanto elas existem e estão se tornando surpreendentemente eficientes a ponto de se pensar em usos práticos para breve.

A notícia vem dos laboratórios da UCLA (Universidade da California em Los Angeles) onde pesquisadores desenvolveram dispositivos mecânicos que emulam neurônios e formam redes neurais capazes de aprender e de realizar interações com o meio ambiente.

Se levarmos em conta que os primeiros computadores eram eletromecânicos, pois usavam relés, seria realmente de se esperar que poderíamos um dia ter um dispositivo totalmente mecânico capaz de aprender e foi o que ocorreu.

A ideia foi utilizar uma solução muscular mecânica que muda de forma conforme as interações mecânicas com o ambiente, o que se caracteriza um aprendizado e, portanto, algo inerente à inteligência artificial.

Os pesquisadores acreditam que isso pode levar a criação de materiais metamórficos, ou seja, que podem mudar de forma num grau que leve a aplicações totalmente novas como objetos que mudam de forma conforme a aplicação, vestíveis que se adaptam a pessoa e ao que ela está fazendo, asas de aviões inteligentes que mudam de forma durante o voo, conforme descreve a notícia original e muito mais.

 

Link para notícia original em inglês:

https://www.science.org/doi/10.1126/scirobotics.abq7278 

 

Imagem: UCLA – grupo de pesquisa
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