Este artigo tem como intenção, mostrar noções básicas ao leitor que deseja utilizar o microcontrolador PIC da família PIC1605X. Utilizaremos o PlC16C54A por ser o mais simples e um dos mais utilizados. Recomendamos ao leitor que leia o artigo Microcontroladores PIC dessa edição para que possa entender melhoro que iremos expor a seguir. Foi escolhida uma aplicação extremamente simples, um LED pisca-pisca, na qual o leitor poderá compreender algumas funções básicas no microcontrolador.

 

Nota: O artigo é de 1996 quando o PIC foi lançado. Veja o artigo anterior MIC195.

 

Analise o esquema, e veja que o LED está ligado no Port A bit 0. A saída do PIC fornece até 25 mA, o suficiente para acender um LED diretamente. O leitor observa também que foi utilizado como clock do PIC um oscilador RC, poderia ter sido usado um cristal, no PIC essa definição é feita na hora da programação do componente.

Este oscilador RC gerará uma frequência aproximada de 4 MHz o que resultará em um tempo de instrução de 1 microssegundo. O pino de reset (-MCLR), está colocado diretamente no +5 V, neste caso não necessitando de um circuito de “Power on Reset”, pois existe um interno componente.

 


| Clique na imagem para ampliar |

 

A montagem fica extremamente fácil e pode ser feita em protoboard ou em placa padrão.

Como alimentação usaremos uma bateria de +9 V, caso o leitor tenha uma fonte estabilizada de +5 V poderá utilizá-la e suprimir o regulador de tensão. Antes de entrarmos na programação, temos que falar um pouco da arquitetura interna do PIC16C54A. A área de programa é de 512 bytes; ela está endereçada de 0 a 1FF em hexadecimal, sendo que o endereço 1FF é o endereço de inicialização após o reset. A área de RAM chamada de “Register file” tem disponível 32 bytes endereçados de 0 a 1F em hexadecimal.

O leitor pode observar que o programa está estruturado em cinco partes:

Definição dos registradores auxiliares e de Label

Inicialização

Programa Principal

Sub-rotina de Tempo

Endereço do Reset

 

Fica assim fácil de se fazer uma adaptação para outra aplicação, ou mesmo uma alteração nesta.

 


| Clique na imagem para ampliar |

 

 


| Clique na imagem para ampliar |

 

 


| Clique na imagem para ampliar |

 

Este programa pode ser digitado em qual quer editor de texto não gráfico, como o EDIT do DOS.

Antes de gravar o programa no microcontrolador, temos que transformar este programa em um arquivo que contenha as instruções formadas em números hexadecimais. Para isso usamos o programa Assemblador que no nosso caso além de verificar a sintaxe e outros erros montará o arquivo no formato hexadecimal que o gravador do PIC irá manusear no processo de gravação.

Caso o leitor queira antes de gravar o PIC e testara no circuito, simular o funcionamento do programa, poderá utilizar um Simulador, visualizando o funcionamento do programa e a movimentação dos dados internamente do microprocessador. Como este programa é executado em um PC, não é possível simular na velocidade de funcionamento do microcontrolador, ou seja, alguns segundos de funcionamento do microcontrolador propriamente dito, podendo levar vários minutos para ser simulado no PC.

 

 


| Clique na imagem para ampliar |

 

Existe um equipamento chamado “Emulador” que tem uma função parecida com a do Simulador no que diz respeito à visualização dos dados internos, só com a vantagem de poder substituir um microprocessador no circuito e funcionar na sua velocidade.

Então não devemos confundir Simulação com Emulação, que são duas coisas parecidas, mas com finalidades bem especificas.

Uma vez o programa testado e “Assemblado”, poderemos gravá-lo e testá-lo no circuito.

No processo de teste é sempre conveniente o leitor usar um microcontrolador de desenvolvimento (com janela), para poder apagar o componente e reutilizá-lo para as correções ou alterações do programa.

 

CONCLUSÃO

Como foi dito no início do artigo, o objetivo era mostrar noções básicas para que o leitor se ambientasse com o componente e analisasse o seu funcionamento em uma aplicação muito simples.

Tanto é que os assuntos abordados não foram aprofundados e muitos outros nem citados devido ao espaço disponível, mas nas próximas edições iremos ter oportunidade de explorar melhor e em detalhes o PIC.