Mais uma vez voltamos ao passado com nossa máquina do tempo e visitamos a região da Rua Santa Ifigênia, com foco nas lojas de eletrônica e empresas relacionadas. Desta vez, vamos caminhar pelas vizinhanças dessa rua, como a Rua dos Timbiras, Rua Vitória, Rua dos Gusmões e Av. Rio Branco nos anos 60.

Naquela região concentrava-se o principal comércio de eletrônica do Brasil naqueles anos. Lojas, Editoras, escolas, Livrarias e muito mais era encontrado naquele centro histórico.

Eu frequentava a região assiduamente em busca dos meus componentes para projetos e para escrever artigos, visitava as livrarias e explorava tudo mais que se referia à eletrônica. Desta vez através de anúncios em revistas da época vamos explorar as vizinhanças da rua Santa Ifigênia.

Começamos pela Radiotécnica Timbiras que era uma excelente loja de componentes e também de aparelhos montados.

Essa loja ocupa um espaço especial na minha memória. Já frequentava a Rua dos Timbiras nessa época em busca de componentes e outras novidades da eletrônica, principalmente a Litec para comprar livros e revistas técnicas.

Depois foi praticamente ao lado que tive o meu primeiro emprego com carteira assinada como professor do Instituto Monitor. O anúncio da Radiotécnica Timbiras mostrava as maravilhas que ele oferecia em termos de amplificadores e instrumentos numa página e componentes na outra. Comprei muitos componentes nesta loja, muitos sendo consultados nos anúncios das revistas como o segundo que mostro, ambos da Revista Monitor de Rádio e Televisão de agosto de 1965.

 

 

Figura 1 – Radiotécnica Timbiras
Figura 1 – Radiotécnica Timbiras

 

 

E, uma vez na rua dos Timbras, a próxima parada é um dos pontos mais importantes de minha vida.

Não poderíamos deixar de visitar o Instituto Monitor em nossa viagem ao passado. Foi lá que tive meu primeiro emprego com carteira assinada nos anos 60. No prédio de 3 andares funcionava o Instituto, sendo no térreo a Litec que era minha loja preferida de livros de eletrônica onde conheci seu proprietário Adalberto Mihe de que já falei em alguns posts.

Ponto importante da região e uma especial referência para minha vida no mundo da eletrônica. O anúncio dos cursos do Instituto Monitor não poderia estar ausente da revista que o próprio Instituto editava. A imagem é da revista Rádio e Televisão de abril de 1965.

 

 

O instituto Monitor
O instituto Monitor

 

 

Nossa próxima parada é na Rua dos Gusmões, onde encontramos a Simpson. Naquela época, os televisores em kit consistiam numa excelente fonte de renda para os técnicos. Eles montavam e vendiam, ganhando um bom dinheiro pelo seu trabalho.

E, é claro tinham a preferência pelas melhores marcas. O anúncio da revista Monitor de Rádio e Televisão de agosto de 1964 mostra o kit que era vendido na Rua dos Gusmões. Para quem não sabe, essa rua faz parte do antigo centro eletrônico que tinha como eixo principal da tecnologia naquela época.

Eu mesmo visitava a Simpson com frequência, em busca de novidades. Veja no anúncio as cartelas em que vinham o componente para facilitar a montagem. Observe também o chassi de metal muito bem-acabado com as válvulas e transformadores bem distribuídos. Era um televisor de 23 polegadas, tipo considerado grande para a época.

 

A Simpson
A Simpson | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Vamos agora até a Rua Aurora para visitar a Steson. Essa loja era uma sala no terceiro andar de um prédio na Rua Aurora, não muito grande, mas tinha muitos componentes. Eu ia para eventualmente encontrar um componente que não tinha conseguido em outras lojas da rua.

Precisava subir 3 lances de escada, mas isso não era problema para quem ainda era jovem. Tinha um bom estoque de peças básicas. O anúncio da imagem é de revista Monitor de Rádio e Televisão de 1965. Observe que os componentes eram o básico que usávamos na época.

Não me lembro de ter frequentado essa loja depois dos anos 70. Acho que fechou antes. Para quem não sabe a Rua Aurora era uma travessa da Rua Santa Ifigênia com muitas lojas de eletrônica.

 

A Steson da Rua Aurora
A Steson da Rua Aurora

 

 

Ainda na Rua Aurira visitamos outra loja importante. Não, a Rádio Técnica Aurora não ficava nem na rua Aurora e nem na Rua Santa Ifigênia, mas não estava longe.

Acredito que tenha mudado. Estava na Rua dos Timbiras, bem perto. Era uma loja que eu frequentava muito para comprar componentes e mesmo aparelhos montados ou em kit. Me lembro desse kit de 1965 quando eu ainda estava começando. Não o comprei, pois era caro demais para mim, ainda estudante emas certamente me lembro de ter cobiçado.

Equipamento ideal para quem trabalhava com rádios que era o principal meio de subsistência dos profissionais da época. Veja que ele era tanto vendido montado como em kit. O anúncio [é da revista Monitor de Radio e Televisão de agosto de 1965.

 

Radiotécnica Aurora na Rua dos Timbiras(!)
Radiotécnica Aurora na Rua dos Timbiras(!)

 

 

Finalmente visitamos uma loja na Avenida Ipiranga (onde começava a Rua Santa Ifigênia) que especializada em bobinas. Quem lembra. Nos deparamos em nossa viagem ao passado com a loja Bepont das bobinas Bobinex usadas nos anos 60 em receptores de rádio e TV.

Se bem que muitos enrolassem suas próprias bobinas, havia a dificuldade de se obter os fios esmaltados para isso, principalmente em pequenas quantidades. Assim, as bobinas eram preferivelmente compradas prontas e havia os bons fabricantes como a Bobinex cujo anúncio mostrado apareceu na revista Monitor de Rádio e Televisão de agosto de 1965.

Eram bobinas osciladoras, FI e para outras funções. Enroladas com fio Litz e com precisão eram as recomendadas para as aplicações de RF como rádios, televisores, etc.

 

Bobinex
Bobinex | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Ficamos por aqui. Em próxima viagem ao passado visitaremos outros centros de eletrônica e mais lojas que foram importantes na vida dos técnicos do passado aqui no Brasil.

Vejam os outros artigos da série procurando na busca por “viagem ao passado”. Vejam também nossos vídeos no nosso canal de arqueologia em que contamos histórias do passado, e também viajamos ao futuro com nossa máquina do tempo virtual.

 

 

 

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