A radiação emitida pelos monitores de vídeo dos computadores é perigosa? Que tipo de precauções são tomadas pelos fabricantes para evitar esta radiação? Existe alguma legislação que regulamenta os níveis máximos de radiação que um monitor de vídeo pode emitir? Se o leitor está preocupado com sua saúda e tem de responder à perguntas embaraçosas de clientes que estão preocupados com o uso constante do computador é importante conhecer o conteúdo deste artigo.
Este artigo é de 1997 quando os monitores de vídeo ainda eram todos do tipo com TRC.
Quando os primeiros televisores começaram a ser vendidos, uma das recomendações que mais chamava a atenção dos usuários era a de não ficar muito próximo deles.
De fato, quando os elétrons que formam a imagem de um televisor batem no anteparo de fósforo, além da luz que produz a imagem, também são geradas outras espécies de radiação e a mais perigosa é a formada pelos raios X. Na figura 1 mostramos o processo de formação dos raios X num cinescópio de TV e também num monitor de vídeo comum.
O que ocorre é que uma exposição prolongada aos raios X pode ser extremamente danosa ao organismo humano pois provoca a destruição de suas células e até pode causar mutações genéticas responsáveis pelo câncer.
Com o tempo a quantidade de raios X que poderiam ser emitidos por um cinescópio de TV foi limitada por uma legislação severa e hoje não corremos o mesmo risco. Os televisores modernos possuem níveis de emissão de raios X extremamente baixos e que não chegam a ameaçar a integridade de nosso organismo.
No entanto, considerando que um monitor de computador opera segundo o mesmo princípio de um televisor, pois também tem um tubo de raios catódicos, e que ainda o usuário de um computador trabalha muito mais tempo e muito mais próximo do monitor do que um telespectador fica diante de um televisor, é justo que exista uma preocupação com os efeitos da radiação.
Os monitores de computador também operam pelo mesmo princípio dos cinescópios de TV: feixes de elétrons incidem em pontos recobertos por fósforos num anteparo. O choque desses elétrons provoca a emissão de luz com a formação de imagem e também de outros tipos de radiação.
A legislação que determina qual deve ser a quantidade máxima de radiação emitida por um monitor de vídeo é bastante severa nos países mais avançados. As normas Suecas, que são as mais rígidas de todas e adotadas na maioria dos países, estabelecem os limites máximos de emissão de raios X que não colocam em risco a saúde do operador. Estas normas tem sido as adotadas pela maioria dos fabricantes de monitores e o leitor deve estar atento.
Se bem que os monitores de boa qualidade, vendidos em nosso país, estejam de acordo com estas normas, é importante que o comprador esteja atento, verificando sempre seu manual.
É por este motivo que a aquisição de monitores mais baratos e que possam ter procedência duvidosa não significa um perigo apenas para a própria integridade de seu sistema.
Monitores de origem desconhecida podem estar fora das especificações de segurança quanto à emissão de radiação e o que está sendo colocado em perigo é a sua saúde.
A exposição aos raios X tem efeito cumulativo. Isso significa que a destruição das células de seu corpo se faz lentamente e de modo irreversível. Quando você perceber que algo está mal com sua saúde pode ser tarde demais para se poder fazer alguma coisa.
Muitos usuários, com medo dos perigos que uma exposição prolongada à radiação pode causar ao seu organismo, apelam para os chamados "protetores de tela".
Estes protetores nada mais são do que anteparos colocados diante da tela do monitor conforme mostra a figura 3.
A capacidade destes protetores de reter qualquer excedente de radiação que escape do cinescópio é duvidosa e nem sempre altera significativamente os níveis já baixos determinados pela legislação que o fabricante obedece.
O que estes protetores fazem, na realidade, é evitar o acúmulo de pó, e formar uma barreira anti-ofuscante que melhora a imagem.
A proteção do usuário deve realmente ser prevista na qualidade do próprio monitor que deve estar dentro das normas internacionais que regem os níveis de emissão de radiação. É a sua saúde que está em jogo. Observe bem isso quando for comprar um monitor novo.
O QUE FALAR PARA O CLIENTE
É evidente que o simples fato de haver uma emissão de radiação pelo monitor preocupa qualquer usuário, principalmente os que não têm conhecimentos técnicos para avaliar a intensidade do problema.
O que o técnico deve fazer é orientar o cliente no sentido de que ele observe se o monitor usado no seu equipamento segue as normas de emissão adotadas internacionalmente.
Se bem que estas normas reduzam a níveis considerados seguros, o computador é um equipamento relativamente novo na maioria dos lares, diferentemente dos televisores que já existem há várias décadas.
Assim, eventuais consequências do uso prolongado, da emissão de raios X e de outros perigos em potencial não devem ser conhecidos nos próximos anos.
Um perigo ainda muito controvertido é o causado pelos campos magnéticos e que tem sido alvo de estudos em diversos países. O que os campos magnéticos gerados nos computadores (e em muitos outros eletrodomésticos) podem causar é ainda desconhecido se bem que suspeitas levem a problemas de alterações nos organismos.
Estes problemas, entretanto, pelo baixa frequência de sua ocorrência, não devem preocupar nem os usuários e nem os profissionais que trabalham com circuitos eletrônicos (pelo menos por enquanto).