Em reportagem especial do Globo Rural, abordou-se de uma forma mais intensa as descobertas recentes sobre o modo como as plantas se comunicam e sentem o ambiente que as cerca, assunto que temos abordado em nosso site já há muitos anos.
Nosso interesse pelo assunto vem dos anos 60, quando pesquisamos muito sobre o comportamento das plantas com o Dr. Max Berezovsky que se interessou pelo assunto a partir do livro a Vida Secreta das Plantas de Peter Tompkins e Christopher Bird.
Abordado com certo descrédito devido ao sensacionalismo e também ao fato de haver uma certa interpretação exotérica em alguns fenômenos observados, com o tempo revelou-se que muito do que se apregoava em relação aos sentimentos das plantas eram reais.
Assim, mesmo não havendo um verdadeiro sistema nervoso nos vegetais, aos quais possamos associar a transferência de estímulos, existem comunicações químicas nessas criaturas e elas podem apresentar surpresa em relação ao que podem fazer.
Para saber mais leia nossos artigos: Fitobiônica - Comunicação Eletrônica com os Vegetais (PN025). Novamente a vida secreta das plantas (MA097), Plantas como Sensores (MA123) - Vídeo 130 – Plantas Sensoras
O fato é que, ao longo do tempo, cada vez mais os pesquisadores foram observando que as plantas interagem com o meio de uma forma muito mais intensa do que pensavam.
Temos de levar em conta que, mesmo na ausência de estruturas elétricas como os neurônios, as plantas podem ter uma comunicação química eficiente cuja rapidez ainda precisamos analisar. É o caso de Sensitiva, também chamada Maria Dormideira em algumas regiões do país que fecha suas folhas quando tocada.
O que os autores do livro A Vida Secreta das Plantas descobriram é que essa reação está associada também a fenômenos de natureza elétrica. Isso ocorreu quando ligaram um polígrafo a uma planta e ele registou sinais que se alteravam quando a planta recebia estímulos.
O Dr. Max que se interessou muito pelo assunto e que ajudei com alguns aparelhos que montei na época, principalmente circuitos que visavam aumentar a sensibilidade de um polígrafo, assim como eliminar eventuais ruídos ambientes e de outras naturezas que poderiam falsear os experimentos, colheu durante sua vida milhares de gráficos das mais diversas plantas que ele pesquisou. Infelizmente, parece que tais registros se perderam após sua morte recente.
No meu site, na seção Meio Ambiente (MA) existem centenas de circuitos práticos relacionados com a pesquisa com plantas, muitos dos quais usei na prática nos experimentos com o Dr. Max. Exemplos: Estimulador Eletrônico de Crescimento para Plantas (PN024), Estimulador Magnético de Plantas (PN022), Estimulador de nervos (MA028), As propriedades da Luz Azul (MA118), e muitos outros.
Mas, o fato é que o Globo Rural mostrou que o assunto vai muito além de simplesmente observarmos a agulha de um polígrafo se mover quando uma planta é estimulada. Este registro revela que existe um complexo sistema de comunicações entre as partes da planta, entre as plantas (eventualmente a floresta inteira) e até uma memória, cuja natureza ainda está sendo investigada.
Podemos citar as pesquisas relatadas no Globo Rural pelo biólogo Gabriel Daneluzzi da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) com a Dormideira ou Sensitiva.
Segundo o relato, eles notaram que ao deixar cai um vaso com essa planta, ao sentir o impacto as suas folhas imediatamente fecharam. Pois bem, notaram que repetindo o experimento várias vezes, as plantas “aprendiam” que nada lhes acontecia e com isso deixaram de fechar as folhas com aquela. Isso os fez deduzir que a planta se “lembrava” do fato, o que implica na existência de uma memória.
Segundo o pesquisador Ricardo Oliveira, as plantas podem aprender através de processos bioquímicos que se repetem.
Mas, tudo isso pode ir além de uma única planta. Ao que parece, a floresta em si pode funcionar como uma entidade única em que todas as plantas que nela crescem podem se comunicar. E, certamente unindo suas participações sensoriais, memória, no conjunto elas podem formar um “cérebro” que dota a floresta de uma inteligência.
Isso foi relatado pela pesquisadora Suzanne Simard (Canadá), numa pesquisa que fez em 1990 numa floresta do Pacífico Norte.
Tudo na floresta está conectado, formando uma surpreendente rede de comunicações, segundo ela, uma verdadeira Internet das plantas. Segundo as pesquisadas foram injetadas moléculas de carbono numa planta que as compartilhou com as plantas vizinhas através das raízes.
Como existe uma interação entre as plantas de modo que uma tem a necessidade da outra elas, ao que parece, desenvolveram a capacidade de saber escolher quem ajudar a sua volta em termos de necessidades e de proteção, pois isso garante sua própria existência.
As pesquisas sobre o modo como as plantas sentem, comunicam-se e como uma floresta pode ser analisada como uma sociedade ou uma entidade única é fundamental tanto para a sua sobrevivência como para nossa.
E essa comunicação pode ir muito além do que hoje se conhece com os avanços da física quântica. Em recente notícia do MIT revelou-se que certas estruturas em nosso cérebro podem realizar comunicação quântica, explicando certos estados de “harmonização” entre mentes de duas pessoas, o que não pode ser explicado pela física tradicional. Elétrons emaranhados poderiam atuam como uma “interface” entre neurônios de nosso cérebro estabelecendo uma comunicação entre eles. Quem sabe se isso não ocorreria também com certas estruturas das plantas, responsáveis pela sua comunicação?
O fato de se fazer uma queimada numa parte da floresta pode muito bem causar uma reação conjunta de todos os vegetais que compõem essa floresta e eles podem tomar decisões de defesa que podem surpreender quem faz a queimada.
A floresta como entidade única ou de muitos individuas que se comunicam pode tomar decisões e não temos ainda como saber quais são.
Alguns problemas que podem estar sendo notados atualmente após as queimadas na nossa floresta amazônica já podem estar indicando um alerta que os pesquisadores e as autoridades precisam ver.
E se a floresta “decidir” que no local da queimada não se deve deixar crescer mais nada por conta de que é algo que ameaça sua integridade como um todo? E se a floresta reagir criando incentivos a pragas que podem atacar as áreas que forem desmatadas evitando que outro tipo de vegetal cresça nela?
Um alerta aos desmatadores, aos que podem afetar o equilíbrio das plantas de uma floresta: vocês podem estar mexendo com uma estrutura que pode reagir de uma forma que pode surpreendê-los.
Sugerimos a leitura completa do artigo do Globo Rural em: