Uma das pragas que assolam nossas casas é sem dúvida o camundongo. Enquanto as ratazanas habitam esgotos e escombros, os camundongos escolhem para sua moradia os cantos da casa (ou apartamento) e lá saem em excursões silenciosas, roendo tudo. Além do risco de doenças, há o prejuízo seguro que estes pestes dão ao reduzir a frangalhos papéis, documentos, tecidos, madeira, enfim, qualquer coisa.

Este artigo de 1984 está no formato original no site em MEM033

Combater os camundongos deveria ser uma campanha de âmbito nacional, porém estamos longe do dia em que os milhões de habitantes deste nosso país venham a ter consciência nacional de coisas que são daninhas para todos...

A colocação de venenos para os ratos é sem dúvida uma boa medida, mas há o risco do mesmo ficar ao alcance de crianças. Uma outra solução é tornar o ambiente inadequado para o camundongo, sem que isto afete a saúde humana.

Esta é uma das soluções que está sendo adotada em supermercados, depósitos de comestíveis, restaurantes, etc.: um repelente baseado na emissão de vibrações situadas entre 25000 e 50000 hertz (ultrassons).

Os ruídos produzidos nesta frequência são inaudíveis pelo ser humano, mas causam desconforto ao camundongo, que então procura outro lugar para viver.

Pela judiciosa colocação deste ENXOTA CAMUNDONGO, pode-se obter uma situação estratégica: tornar incômodas várias regiões da casa e deixar uma área em que o ultrassom não atue, esta fora do alcance de crianças.

Nesta então seriam colocadas iguarias com Brumoline (Produto da época em que o artigo foi escrito.), que matam os ratos pela destruição no organ1smo dos mesmos da vitamina “K” .

O circuito do ENXOTA CAMUNDONGO é bem simples e pode ser construído em poucas horas de aplicação. A peça mais difícil é o tweeter, mas existem vários tweeters de fabricação nacional que podem funcionar muito bem.

Há ainda o recurso de conseguir pastilhas de titanato de zinco, da firma especialista Thorton (Vinhedo, SP) e com elas construir o radiador de ultrassom.

O componente principal é o intervalador duplo 556, circuito integrado existente no comércio local. Este CI acumula a dupla função de multivibrador estável e tensão variável que faz com que oscile a saída do circuito oscilador, produzindo uma “varredura de frequência” nas faixas de ruído acima indicadas, que tornam frenéticos os roedores. A função do transistor Q1 é isolar as duas seções do CI.

Quando Q1 está conduzindo, diminuí a tensão de controle no terminal 11 do CI, que por sua vez aumenta a frequência do sinal de saída. A periodicidade é de 1 ciclo por segundo (1 Hz), dependendo da posição do potenciômetro R2.

 

Figura 1 – Circuito do aparelho
Figura 1 – Circuito do aparelho

 

Um ser humano não pode ouvir diretamente a frequência produzida pelo enxotador, mas se for colocado um capacitor de 0,01¡uF tipo disco, em paralelo com C3, será possível ouvir, na frequência alta do espectro audível, o som produzido.

Este capacitor não deve permanecer, salvo se o aparelho fosse para “enxotar seres humanos”...

O circuito pode ser alimentado diretamente da rede, porque sendo um equipamento de uso permanente, a operação com pilhas torna-se muito custosa.

O leitor habilidoso pode instalar entre a alimentação e o enxotador um sistema cíclico de liga e desliga com espaços de minutos até 1/2-hora. Desta forma, o efeito torna-se mais efetivo, pois após uma pausa o oscilador volta a emitir as frequências de ultrassom, tornando o ambiente indesejável para o roedor.

 

LISTA DOS COMPONENTES

C1 - capacitor de disco, 0,01 µF

C2 - capacitor eletrolítico, 10 µF x 16 VCC

C3 - capacitor de disco, 0,001 µF

CI1 - 556 temporizador duplo

LED1 - LED de qualquer cor

Q1 - transistor PNP 2N2907 ou similar

R1 - 1800 Ω, 1/2 W, 10%

R2 – 100 k Ω, 1/2 W, 10%, potenciômetro

R3 - 1000 Ω, 1/2 W, 10%

R4 - 1500 Ω, 1/2 W, 10%

R5 - 22 Ω, 1/2 W, 10%

R6 - 22000 Ω, 1/2 W, 10%

R7 - 470 Ω, 1/2 W, 10%

AF - tweeter de efeito piezoelétrico (ver texto).

 

Artigo publicado originalmente em 1984