A massagem por vibrações com a presença de um campo magnético pode causar alívios em diversos tipos de situações como, por exemplo, em locais de pancadas, depois de um exercício muito intenso, etc. O aparelho que descrevemos nada mais é do que um vibrador alimentado pela rede de energia que, por suas características, também gera um campo magnético de baixa frequência que pode ser útil em alguns tratamentos.
Uma bobina de alta potência faz com que uma placa vibre numa frequência de 60 Hz produzindo assim um efeito de massagem bastante acentuado nos locais em que a placa é aplicada.
Trata-se de um tipo de aparelho que o leitor também pode encontra: em versões comerciais operando segundo o mesmo princípio. No entanto a nossa versão econômica possibilita a sua montagem a partir de componentes comuns e baratos.
Na figura 1 mostramos como um massageador comercial do mesmo tipo é usado.
Se bem que o aparelho seja inofensivo quanto ao uso, pelo fato dele se alimentado pela rede de energia o montador deve tomar as devidas precauções com todos os isolamentos de modo a não haver perigo de choques.
A aplicação deve ser feita com cuidado, justamente para se evitar que problemas de contatos indevidos venham a colocar em risco a vida da pessoa que recebe a massagem. Assim, deve ficar claro ao montador que é fundamental conhecer as técnicas de isolamento nas montagens eletrônicas para se ter segurança com este projeto.
Funcionamento
Na figura 2 temos o diagrama completo do massageador eletrônico.
A tensão da rede de energia é alternada, assim, se ligarmos a esta rede uma bobina com muitas espiras de fio esmaltado, essa bobina criará um forte campo magnético também alternado, conforme mostra a figura 3.
No caso da nossa rede de energia sua frequência é de 60 Hz, o que significa que o campo “vibra” 60 vezes por segundo, ou seja, em cada segundo ele tem 60 vezes uma orientação e 60 vezes a orientação oposta.
Se numa bobina que seja alimentada por uma corrente alternada colocarmos um pedaço de material ferroso esse material tenderá a oscilar de acordo com o campo produzido, entrando assim em vibração.
Este é o princípio de funcionamento das cigarras que funcionam como campainhas. Apertando o botão que estabelece a corrente nestes dispositivos uma lâmina vibra fortemente produzindo o ruído característico.
No nosso caso vamos aproveitar este efeito para colocar em vibração um eletrodo de massagem.
Usamos uma bobina de transformador comum para gerar o campo magnético e acoplamos no seu interior um núcleo vibratório, que tem associada uma placa de aplicação.
Desta forma, as fortes vibrações produzidas podem ser transferidas para a pele de uma pessoa como efeito de massagem. Dois resistores limitam a corrente e evitam que a bobina se aqueça demais.
Montagem
A disposição real dos componentes é mostrada na figura 4.
Veja que, como são usados poucos componentes não há necessidade de usarmos placas de circuito impresso. Os componentes podem ser soldados em ponte de terminais ou em terminais fixados na própria caixa.
O componente mais crítico é o sistema mecânico que vibra acoplado a bobina e que tem sua construção detalhada na figura 5.
A bobina é presa numa base de madeira e o núcleo numa lâmina grossa, preferencialmente de aço flexível. No núcleo é fixada a placa de acrílico ou outro material isolante grosso que possa suportar o esforço na aplicação.
Esta placa ficará do lado de fora da caixa mas não deve ter qualquer impedimento para sua vibração. A montagem deve ser feita de tal maneira que a placa possa vibrar fortemente com o campo magnético da bobina.
A bobina pode ser obtida de qualquer pequeno transformador de força fora de uso e com primário de 110 ou 220 V (conforme a rede de energia local) e secundário de qualquer tensão entre 5 e 12 V com corrente na faixa de 300 a 500 mA.
O núcleo deve se encaixar bem no transformador para que não haja aquecimento com o funcionamento prolongado.
Também pode ser aproveitada da mesma forma uma bobina de campainha residencial que, além de ser mais potente, tende a aquecer menos neste tipo de montagem.
Os resistores são de fio e devem ser montados de modo a poderem dissipar o calor gerado, já que eles tendem a um certo aquecimento quando em funcionamento.
Os valores destes resistores podem ser alterados em função das características da bobina: se for notada pouca força o resistor deve ser diminuído ou, se for notado excesso de aquecimento quando em funcionamento, o resistor deve ser aumentado.
Prova e Uso
A chave S1 serve para ligar e desligar o aparelho, enquanto que a chave 82 controla a potência. Com a chave S2 fechada temos maior potência do que com ela aberta.
Para testar basta ligar o aparelho e sentir a vibração da placa aplicadora. Para usar o aparelho basta apoiar a placa aplicadora no local em que se pretende fazer a massagem. Movimentos laterais podem ser usados para melhorar os efeitos de massagem.
O aparelho não deve ficar mais do que uns 3 ou 4 minutos ligado em cada aplicação, para que a bobina não se aqueça. Para massagens prolongadas devem ser feitos intervalos para que a bobina esfrie. Se houver tendência ao superaquecimento altere os valores dos resistores R1 e R2, aumentando-o o valor dos mesmos.
Verifique também o núcleo da bobina, que pode ser pequeno demais, não concentrando devidamente o campo magnético, que assim passa a gerar muito mais calor.