A Internet das Coisas (ou, como mais comumente chamada, IoT - Internet of Things), é um dos braços mais distintos da Indústria 4.0, a revolução industrial com base na informática, conectividade e intercomunicação dos mais distintos dispositivos. Quando se fala de Internet das Coisas, está sendo falado de dispositivos, conectividade e o “mundo virtual” que processa tudo gerado pelos dispositivos e entrega valor agregado. Este “mundo virtual” é chamado de plataforma IoT. Este artigo vai contextualizá-lo sobre o que é uma plataforma IoT, assim como elencar as maiores plataformas IoT do mercado na minha opinião, com uma seleção que conta tanto com plataformas IoT com planos gratuitos quanto com planos pagos.
什么是物联网平台以及市场上最大的物联网平台
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Plataforma IoT - o que é?
Em essência, as plataformas IoT são sistemas de software rodando em servidores online (a famosa nuvem). Uma plataforma IoT visa conectar dispositivos e seres humanos usando a Internet como canal de comunicação comum, assim como tratar os dados gerados pelos dispositivos transformando-os em informações com valor agregado para os seres humanos. Observe a figura 1 que sintetiza esta ideia.
A ideia chave de uma plataforma IoT é tratar, processar e moldar a grande quantidade de dados gerados por uma certa quantidade de dispositivos em campo, de forma a transformar tudo isso em informações que gerem valor para o ser humano. Por gerar valor, entende-se: maior geração de lucro, informações para tomadas de decisões mais certeiras, melhoria de processos produtivos, maior agilidade da vida cotidiana das pessoas, aumento de conforto em casa e/ou trabalho, enfim, tudo aquilo que aumenta a qualidade de vida e serviços para os seres humanos.
Em termos de funcionalidades, o que compreende uma plataforma IoT?
As plataformas IoT compreendem uma série de serviços e funcionalidades para fazer ao que se propõem. Dentre tais funcionalidades, as mais utilizadas são:
Disponibilizar uma ou mais formas de conectividade, para receber os dados dos dispositivos em campo.
Possuir bancos de dados, para permitir o armazenamento massivo de dados de dispositivos.
Dispor de ferramentas análise de dados, para extrair informações dos dados recebidos
Fazer uso de inteligência Artificial, para extração de informações mais específicas e não tão evidentes (padrões) dos dados recebidos.
Permitir disparo de ações automáticas, de forma a permitir que ações (emergenciais ou não) sejam tomadas de forma automática e no menor tempo possível.
Permitir o controle automático de ações em outros dispositivos.
Permitir a visualização de dados de forma de fácil compreensão aos humanos (dashboards)
As plataformas IoT estão em constante evolução, de forma que cada vez mais funcionalidades são agregadas a elas ao longo do tempo. Isso significa dizer que projetos de Internet das Coisas podem ser expandidos e/ou sofrerem grandes mudanças sem nenhuma intervenção nos dispositivos em campo, flexibilizando negócios e operações com o menor impacto possível. Esta é a principal razão de, por trás de grandes projetos de Internet das Coisas, sempre haver o uso de plataformas IoT.
Conectividade com plataformas IoT
As plataformas IoT normalmente disponibilizam diversas formas de conectividade, de forma a poder interagir com uma ampla gama de dispositivos. Dentre elas, as principais são:
MQTT: por se tratar de um protocolo de comunicação M2M muito leve e implementável nos mais diversos dispositivos (possui bibliotecas para as principais linguagens de programação do mercado), o MQTT é uma das principais formas de conectividade utilizadas pelas plataformas IoT, sobretudo para interagir com dispositivos que fazem uso de conexão móvel com limitação de dados trafegados, como por exemplo 3G, 4G, etc.
Ainda, as plataformas suportam tanto a conectividade MQTT “aberta”/não segura quanto a conectividade segura por SSL/TLS, sendo que as maiores plataformas tendem a suportar somente a forma segura.
HTTP: também muito popular e implementável nos mais diversos dispositivos (possui bibliotecas para as principais linguagens de programação do mercado), o HTTP é muito utilizado neste quesito. Apresenta maior overhead em relação ao MQTT, por exemplo sendo, portanto, mais utilizado por dispositivos que não possuem grande limitação de dados trafegados (logo, é mais incomum encontrar dispositivos IoT que utilizam conexão móvel por 3G, 4G, etc. utilizando como conectividade o HTTP).
HTTPS: também muito popular e implementável nos mais diversos dispositivos (possui bibliotecas para as principais linguagens de programação do mercado), o HTTPS é muito utilizado neste quesito por possuir as mesmas características do HTTP, porém com maior segurança.
Principais plataformas IoT do mercado
A seguir faço uma seleção das principais plataformas IoT do mercado (na minha opinião), incluindo tanto plataformas que oferecem planos gratuitos quanto planos pagos.
ThingSpeak: esta Plataforma IoT é uma das primeiras que se destacaram em projetos IoT pelo mundo, sendo focada em visualização de dados ao longo do tempo (embora também possua recursos para disparo automático de ações). Esta plataforma IoT possui tanto planos gratuitos quanto pagos, sendo que os planos pagos permitem interação com Matlab para cálculos e análise de dados mais pesadas.
Ainda, possui como diferencial ser open-source (https://github.com/iobridge/thingspeak), o que significa que você pode rodar uma instância da plataforma em um servidor local seu, viabilizando projetos que, por segurança, não podem ter interação com a Internet.
Em termos de conectividade, suporta os protocolos de comunicação HTTP e MQTT.
Konker: trata-se de uma plataforma IoT brasileira, com foco em visualização de dados ao longo do tempo e interação entre dispositivos utilizando a plataforma como elemento centralizador. Possui planos gratuitos e pagos, onde os planos pagos oferecem maior retenção de dados (permite guardar mais dados por mais tempo que o plano gratuito) e também novos recursos para tratamento dos dados.
A Konker também é uma plataforma IoT open-source (https://github.com/KonkerLabs), o que significa que você pode rodar uma instância da plataforma em um servidor local seu, viabilizando projetos que, por segurança, não podem ter interação com a Internet.
Em termos de conectividade, suporta os protocolos de comunicação HTTP e MQTT.
Tago.io: plataforma IoT americana com planos gratuitos e pagos, com uma gama maior de recursos que o habitualmente visto em plataformas IoT que possuem planos gratuitos. É a plataforma ideal para quem quer fazer dashboards muito bonitos e completos, disparar ações automáticas (triggers) e rodar análise de dados periódicas automaticamente via scripts (no momento, utilizando somente a linguagem de programação Node.JS), sobretudo de forma gratuita. Permite complexo gerenciamento de dispositivos e dados recebidos (mesmo nos planos gratuitos), além de possui diversos tipos de disparo de ações automáticas mediante condições (em função dos dados), incluindo: mensagem MQTT, e-mail, mensagem SMS, etc.
Em termos de conectividade, suporta vários protocolos de comunicação, dentre eles HTTP e MQTT. Possui também interação direta com redes de LPWANs de alcance mundial, como SigFox e LoRaWAN.
Microsoft Azure: uma das primeiras a surgir dentre as plataformas IoT mais completas do mercado, a Microsoft Azure possui uma enorme gama de recursos, indo de dashboards até complexos sistemas de inteligência artificial. Embora possua planos gratuitos, estes têm grandes limitações, o que pode inviabilizar o uso gratuito para testes em protótipos. Em linhas gerais, é uma plataforma IoT ideal para grandes empresas que desejam fazer soluções IoT em nuvem muito robustas e com suporte a recursos avançados, como Inteligência Artificial.
Em termos de conectividade, suporta vários protocolos de comunicação, dentre eles HTTPS e MQTT com TLS/SSL.
AWS (Amazon Web Services): contemporânea da Microsoft Azure, também está entre as plataformas IoT mais completas do mercado. De forma geral, dá maior liberdade de configuração de sua solução em comparação com concorrentes de mesmo porte, como o Microsoft Azure. Como diferencial, possui recursos de computação elástica, que liga e desliga recursos conforme o uso, otimizado uso dos hardwares dos servidores e o valor final do serviço. Sendo assim, é ideal para quem quer fazer soluções IoT em nuvem muito robustas e com suporte a recursos avançados, como Inteligência Artificial, ainda contando com computação elástica como otimizador de custos e uso de servidores.
Em termos de conectividade, suporta vários protocolos de comunicação, dentre eles HTTPS e MQTT com TLS/SSL.
Conclusão
Neste artigo, você pode aprender o que é uma plataforma IoT, do que ela é composta, os principais benefícios de seu uso e, ainda, quais são as principais plataformas IoT do mercado. Desta forma, você possui os conhecimentos básicos necessários para elaborar soluções completas em IoT.
Escolher sabiamente a plataforma IoT pode significar o sucesso de um projeto, tanto em termos técnicos quanto financeiros. Sendo assim, da mesma forma que ao projetar um hardware devemos escolher cuidadosamente os componentes eletrônicos (para otimização de funcionamento e custos), assim devemos fazer com as plataformas IoT de nossos projetos.