Sinais da faixa de ondas curtas de uma direção podem ser ampliados e melhor recebidos com esta antena ativa. O circuito opera entre 3 e 30 MHz e proporciona excelente ganho para quem gosta de ouvir sinais desta faixa ou faz experimentos com pequenos transmissores.
Se bem que quase não se utilize mais a faixa de ondas curtas para a transmissão de programas de radiodifusão ainda existem algumas estações ativas e, além disso, radioamadores.
Se o leitor gosta de ouvir ondas curtas ou possui um receptor para esta faixa de 3 a 30 MHz e deseja explorá-la melhor com maior ganho e diretividade, sugerimos este circuito.
Acoplado a um receptor de ondas curtas ele proporciona diretividade e como tem um circuito amplificador interno, um ganho para o sinal captado.
O circuito é simples de montar e de utilizar,conforme sugere a figura 1, onde temos uma outra propriedade importante que é a de rejeitar sinais interferentes que venham lateralmente.
![Figura 1 – Usando o aparelho
Figura 1 – Usando o aparelho](/images/stories/telecom/tel0115_0001.jpg)
Como Funciona
As antenas de ferrite possuem uma propriedade importante: elas são direcionais, recebendo melhor os sinais que incidem perpendicularmente, conforme mostra a figura 2.
![Figura 2 – A diretividade da antena de ferrite
Figura 2 – A diretividade da antena de ferrite](/images/stories/telecom/tel0115_0002.jpg)
Observe que a componente magnética da onda que incide na bobina tem sua amplitude maior justamente no plano do bastão de ferrite.
Por outro lado, conforme mostra a figura 3, no sentido do bastão de ferrite, se a onda incidir paralelamente, a componente magnética tem sua menor amplitude e, portanto, praticamente não induz sinal na bobina.
![Figura 3 – Condição em que os sinais não são recebidos
Figura 3 – Condição em que os sinais não são recebidos](/images/stories/telecom/tel0115_0003.jpg)
Aproveitamos justamente este fato para montar uma antena ativa que receba os sinais apenas da direção para a qual ela é apontada.
Na saída da bobina acrescentamos ainda um amplificador com um transistor de efeito de campo de junção (JFET) de alto ganho.
O aparelho é alimentado por uma fonte,mas também pode ser alimentado duas baterias de 9 V.
Como seu consumo é extremamente baixo, teremos uma grande autonomia para elas.
Na figura 4 temos o modo como elas são ligadas.
![Figura 4 – Ligação das baterias
Figura 4 – Ligação das baterias](/images/stories/telecom/tel0115_0004.jpg)
Montagem
Na figura 5 temos o diagrama completo do aparelho.
![Figura 5 – Diagrama completo da antena ativa
Figura 5 – Diagrama completo da antena ativa](/images/stories/telecom/tel0115_0005.jpg)
Como são utilizados poucos componentes numa montagem não crítica, poderemos utilizar uma ponte de terminais com a configuração mostrada na figura 6.
![Figura 6 – Aspecto da montagem
Figura 6 – Aspecto da montagem](/images/stories/telecom/tel0115_0006.jpg)
O capacitor variável pode ser aproveitado de um velho rádio AM fora de uso.
Os resistores são de 1/8 W e os capacitores devem ser cerâmicos, exceto C4 que é um eletrolítico para 40 V ou mais.
O transformador pode ser de 7,5 + 7,5 V ou 9 + 9 V com corrente entre 100 mA e 300 mA.
A bobina possui duas tomadas, sendo uma para a faixa de 3 a 7 MHz e a outra para a faixa de 7 a 20 MHz.
A bobina é formada por 10 + 6 espiras de fio 28 ou mais fino num bastão de ferrite de aproximadamente 1 cm de diâmetro e de 20 a 25 centímetros de comprimento.
Estes bastões podem ser obtidos de rádios transistorizados antigos fora de uso.
A chave H tem por função comutar a bobina escolhendo a faixa que vai ser sintonizada.
Para a conexão ao receptor temos duas opções.
A primeira é através de um cabo com duas barras, sendo a do pólo vivo ligada à antena e a malha a um ponto de terra qualquer do receptor, por exemplo, um ponto negativo de um jaque.
A figura 7 mostra como preparar este cabo de conexão.
![Figura 7 – Cabo de conexão
Figura 7 – Cabo de conexão](/images/stories/telecom/tel0115_0007.jpg)
A segunda, mostrada na figura 8 é para o caso do receptor não possui antena externa, por exemplo, um rádio portátil comum.
Esta opção consiste em se enrolar umas 3 ou 4 espiras de fio comum em torno do rádio e ligar às garras, conforme mostra a figura 8.
![Figura 8 – Conexão para rádio sem antena
Figura 8 – Conexão para rádio sem antena](/images/stories/telecom/tel0115_0008.jpg)
Observe que para um rádio de ondas médias sem antena externa, a bobina da antena direcional ativa pode ser única com 80 espiras do mesmo fio indicado.
Prova e Uso
Ligue a antena ativa ao receptor e sintonize uma estação fraca da faixa de ondas curtas.
Ligue a antena ativa e sintonize a estação ao mesmo tempo em que gira a bobina de ferrite de modo a encontrar a posição de melhor sinal, conforme mostra a figura 9.
![Figura 9 – Posicionando a antena
Figura 9 – Posicionando a antena](/images/stories/telecom/tel0115_0009.jpg)
Este procedimento para usar, conforme mostra a mesma figura, permite encontrar a direção de onde vêm os sinais.
O circuito também pode ser usado como um pré-seletor para os sinais de uma antena externa, proporcionando amplificação.
A figura 10 mostra como fazer isso.
![Figura 10 – Usando o circuito como pré-seletor
Figura 10 – Usando o circuito como pré-seletor](/images/stories/telecom/tel0115_0010.jpg)
Q1 – BF245 – transistor de efeito de campo
D1 – 1N4004 – diodo de silício
L1 – Bobina – ver texto
S1 – Chave de 2 pólos x 2 posições
S2 – Interruptor simples
CV – capacitor variável – ver texto
J1 – Jaque de saída
T1 – Transformador – ver texto
R1 – 2k2 x 1/8 W – resistor – vermelho, vermelho, vermelho
R2 – 1k Ω x 1/8 W – resistor – marrom, preto, vermelho
C1 – 470 pF – capacitor cerâmico
C2, C3 – 100 nF – capacitores cerâmicos
C4 – 1 000 µF x 40 V ou mais – capacitor eletrolítico
Diversos:
Caixa para montagem, bastão de ferrite, cabo de força, fios, fio blindado, plugue, solda, etc.