A ionização do ar tem efeitos interessantes sobre o bem estar das pessoas. Esta importante descoberta tem sido aproveitada até em hospitais no sentido de produzir alívios para crises alérgicas, queimaduras, enxaquecas e até dores de ferimentos profundos. Veja neste artigo porque a ionização do ar tem efeitos sobre nosso bem estar causando dor ou alívio. Na segunda parte, a ser publicada na próxima edição, veremos ainda de que modo podemos montar aparelhos simples de ionização que talvez sejam a solução para um problema de saúde cuja origem possa até um dia ter sido atribuída a outras causas.
Estudos realizados em hospitais americanos e canadenses, já há um bom tempo, revelaram que se o ar ambiente estiver carregado com eletricidade negativa, muitas pessoas que tenham problemas de dores crônicas, crises alérgicas e até dores causadas por ferimentos profundos apresentam sinais positivos de alívio. É verdade que não são todas as pessoas sensíveis a estas cargas e existem até aquelas que sentem alívios com cargas positivas, que na maioria dos casos, aumenta o desconforto. O importante entretanto é que hoje sabemos que a presença de cargas elétricas no ar ou nos objetos que nos cercam podem ter um efeito real sobre nosso bem estar. Baseados nesta constatação, muitos hospitais usam ionizadores para carregar o ar de eletricidade negativa e assim levar aos doentes, principalmente com doenças respiratórias e queimados, um certo alívio e hoje encontramos ionizadores domésticos e para o carro à venda em muitos locais, até com recomendação médica.
Neste artigo vamos não só explicar o porque da ionização nos afetar de modo tão evidente, como também dar três projetos práticos relacionados ao problema: dois ionizadores ambientes e um indicador de ionização.Se o leitor tem problemas de dores de cabeça constantes, devido ao que talvez seja um problema alérgico não encontrado, se sente-se mal em ambientes acarpetados ou ainda se fica nervoso, tenso ou com mal-estar antes de uma tempestade forte, quando o ar parece estar "carregado", a leitura deste artigo pode ser muito interessante.
IONIZAÇÃO E DOR
Em condições normais, o ar e os corpos que nos rodeiam apresentam um equilíbrio entre a quantidade de cargas elétrica positivas e negativas, de tal forma que no total, elas se cancelam e estes corpos são neutros. A própria terra funciona como um fator de equilíbrio, absorvendo qualquer excesso de cargas positivas ou negativas de um corpo, quando elas entram em contacto com o solo ou um condutor ligado a ela. No entanto, muitos corpos podem estar isolados da terra e, além disso, passam por processos que causam um desequilíbrio das suas cargas, levando-os a apresentar um excesso de cargas positivas ou negativas. Dizemos que tais corpos estão carregados eletricamente.
Quando um átomo ou molécula perde ou ganha um elétron de modo a adquirir uma carga positiva ou negativa, dizemos que ele é um íon. Os íons podem ser positivos quando apresentam falta de elétrons e negativos quando os têm em excesso. Assim, para o caso do ar ambiente, as moléculas adquirir cargas positivas ou negativas, ou seja, podem ionizar. O atrito é um fator externo que provoca a ionização.
Assim, o vento pode levar corpos e o próprio ar a se carregar de eletricidade. Esta eletricidade se manifesta de forma muito mais acentuada quando se acumulam em grande quantidade nas nuvens, provocando depois enormes faíscas que são os raios, conforme ilustra a figura 1.
Figura 1 – Os raios consistem em descargas elétricas entre uma nuvem e a terra.
Numa escala menor, o atrito de um pente com um tecido, ou de um caminhão que se mantenha isolado da terra pelas rodas de borracha, gera uma quantidade considerável de cargas, conforme sugere a figura 2.
Figura 2 – Caminhões podem acumular cargas elétricas perigosas, capazes de fazer explodir o combustível em caso de faíscas.
As próprias pessoas, quando caminham sobre um carpete com sapatos isolantes, podem ser responsáveis por um processo de eletrização que culmina com uma grade quantidade de cargas armazenadas em seu corpo. Já foram medidos potenciais de 1 000 a 5 000 volts em pessoas nestas condições! Evidentemente, as cargas acumuladas num objeto, quer sejam positivas ou negativas, tendem a escoar para a terra se encontrarem um meio para isso. Quem já tomou um forte choque ao segurar numa maçaneta ou numa torneira depois de caminhar o tempo todo num carpete e num dia seco teve uma amostra do que estamos falando.Se isso ocorreu com você, na verdade não foi a torneira ou maçaneta que "deu choque", como você deve ter imaginado, mas ocorreu justamente o contrário. Foi você que "deu choque" na torneira ou maçaneta, descarregando através desses objetos a carga armazenada em seu corpo, conforme mostra a figura 3.
Figura 3 – Descarga da eletricidade acumulado no corpo
Mas as cargas acumuladas nas pessoas, e no próprio ar ambiente que se transferem para as pessoas, podem fazer muito mais do que "dar choques" quando tocamos em coisas com conexão à terra.
As pesquisas mostraram que estas cargas podem atuar justamente sobre nosso sistema nervoso. Isso ocorre porque nosso sistema nervoso funciona à base de estímulos elétricos e troca de íons.
Portanto, temos de aceitar que qualquer tipo de influência elétrica externa pode ter um efeito na transmissão das sensações. Nas junções das células nervosas existem portadores de cargas, como a serotonina que transferem de uma célula para outra, os impulsos elétricos.
Isso significa que, cargas elétricas adicionais que venham de fora, podem afetar esta transmissão provocando estímulos indevidos ou mesmo impedindo a passagem dos estímulos normais, conforme mostra a figura 4.
Diversos fatos observados no dia a dia das pessoas nos permitem concluir de que modo estas cargas elétricas acumuladas no nosso corpo podem afetar a transmissão dos impulsos nervosos. Muitos já ouviram falar de pessoas que "sentem nos ossos" quando vai chover, pois suas juntas doem. Isso ocorre com pessoas que tenham ferimentos profundos, e estes ferimentos, mesmo muito tempo depois, começam a doer sob certas condições bem específicas. Pois bem, as observações revelam que justamente antes de uma tempestade com muitos raios, quando o ar se encontra bastante carregado, pode haver uma forte influência dessas cargas nas pessoas mais sensíveis.
Pessoas que trabalham em ambientes acarpetados pode ter dores de cabeça ou mal-estares depois de um dia seco e quente, quando existe uma probabilidade maior das cargas positivas se acumularem. No carro, onde estas cargas podem se acumular com maior facilidade, as pessoas podem sentir mal estares sem realmente perceberem qual é o motivo disso.Pessoas com maior sensibilidade, como as alérgicas, com doenças respiratórias ou que tenham sofrido queimaduras podem ter, nos dias de maior ionização positiva crises ou dores.
As pesquisas baseadas nestes fatos mostraram que a ionização positiva é a causadora dos problemas na maioria das pessoas e que a ionização negativa pode causar alívios ou evitar dores ou crises.
O motivo estaria no restabelecimento do equilíbrio elétrico nas junções dos nervos, impedindo assim o aparecimento dos estímulos indevidos.
No caso especial de pessoas que tenham alergia, esta alergia pode ser justamente devida a uma hipersensibilidade das células nervosas a certas substâncias e que pode ser agravada com a presença das cargas elétricas. A ionização do ambiente com cargas apropriadas pode resultar numa redução desta hipersensibilidade com resultados muito bons conforme o caso. É claro que a determinação da eficiência da ionização em qualquer tipo de alergia ou sensibilidade deve ser sempre feita por um especialista, o que significa que o leitor interessado, se tiver um problema semelhante conhecido, pode perfeitamente alertar sobre a possível origem.
Tudo isso levou ao aparecimento de aparelhos de uso comum que podem lançar no ar quantidades de cargas elétricas negativas, restabelecendo assim a condição de equilíbrio ou impedindo a predominância das cargas positivas.No comércio especializado já vemos ionizadores que podem ter seu uso tanto no carro como em casa. Mais adiante, na parte prática deste artigo daremos alguns circuitos simples, seguros econômicos de ionizadores. Uma outra alternativa para se evitar os problemas que as cargas positivas podem causar é a sua descarga por meio de eletrodos apropriados. Podemos observar, por exemplo, pequenas tiras condutoras de eletricidade presas aos carros, quase que arrastando pelo chão e que podem desviar para a terra as cargas positivas que se acumulam no veículo, responsáveis pelo mal estar ao motorista, conforme mostra a figura 5.
Figura 5 – Exemplo de tira anti-estática comercial (fonte – internet)
Outra alternativa que esteve em evidência em nosso país por um certo tempo, foi a utilização de pequenas “taxinhas” de descarga nos sapatos com a finalidade de "conectar" nosso corpo, pelos pés, à terra, descarregando assim qualquer carga que tenda se acumular e causar problemas. Nos dias atuais, em que vivemos cercados de objetos que podem facilmente gerar ou acumular cargas positivas e portanto nos causar problemas, a possibilidade de se neutralizar seus efeitos é bastante interessante. Assim, o que propomos com a montagem de ionizadores é simplesmente compensar um efeito que já existe de uma forma natural em nosso ambiente, mas que, com a presença de condições especiais pode se tornar desfavorável ao nosso bem estar. O que um ionizador faz é simplesmente lançar no ar cargas negativas quando as positivas estão presentes em excesso, cargas negativas que deveriam estar presentes em condições naturais.
COMO É FEITA A IONIZAÇÃO
Para ionizar o ar positivamente o que se faz é retirar elétrons de suas moléculas. Isso pode ser conseguido por meio de uma fonte de alta tensão negativa ligada a um eletrodo em forma de ponta, conforme mostra as figura 6.
Figura 6 – Nas regiões de maior curvatura temos maior concentração de cargas e até seu escape, se forem pontas.
As cargas elétricas acumuladas num corpo tendem a escapar para o meio ambiente pelas regiões de maior curvatura, ou seja, pelas pontas.
Isso significa que objetos pontiagudos podem funcionar como "emissores de cargas elétricas".Este é o motivo pelo qual eletrodos em ponta em aeronaves ajudam na eliminação de cargas acumuladas em sua estrutura e pelo qual o pára-raios tem pontas. Para termos uma ionização razoável do ar ambiente, a tensão utilizada está entre 1 000 e 10 000 volts. Com tensões muito altas pode ocorrer um fenômeno adicional que é a produção de ozônio. Sob a ação da descarga elétrica o oxigênio, que normalmente existe na natureza na forma de moléculas diatômicas, reage e forma moléculas tri-atômicas, ou seja a ozônio. Uma pequena quantidade de ozônio, que ser facilmente percebida pelo cheiro característico e que tem propriedades germicidas ser produzida pelos circuitos ionizadores comuns, inclusive os nossos.
Veja também o projeto completo de um ionizador - Clique aqui