A procura de aparelhos eletrônicos que possam ser usados em atividades esotéricas e místicas é cada vez maior. Aparelhos de biofeedback, detectores de pontos de acupuntura, detectores de poderes paranormais e telepatia além de outros são comuns. O que descrevemos é um aparelho muito interessante que pode ser usado para detectar "energias" que emanam de uma pessoa em estado de concentração profunda (alfa), ou outras condições que os pesquisadores podem determinar. Pela detecção da alteração da temperatura ou da condutividade podemos verificar quando algum fenômeno "paranormal" ocorre de uma forma muito mais eficiente.
Obs: Esta e outras montagens do mesmo tipo o leitor encontrará no livro Eletrônica Paranormal de Newton C. Braga.
Que espécie de energia emana das pessoas que se dizem dotadas de capacidades "paranormais"? Que espécie de energia faz a neve derreter em volta dos monges tibetanos em concentração numa madrugada fria ou ainda que faz objetos numa mesa se moverem sem que precisem ser tocados? Ninguém sabe se realmente estes fenômenos podem estar associados a alguma forma de energia física como a ciência define, mas os pesquisadores, mesmo talvez usando um nome inadequado para o que ocorre estão pista de algo que pode ser muito real.
Os antigos hindus chamam este energia de Prana; os velhos alquimistas a citam como "fluido vital" enquanto que pesquisadores modernos a denominam de "bioplasma". No entanto, a mais difundida de todas as denominações para esta forma de manifestação é "psicocinética" ou abreviadamente PK. Em princípio parece que todas as pessoas são fontes desta forma de "energia" (*) estranha a qual pode ser concentrada, diluída ou dirigida segundo nossa vontade, mas somente depois de certo treinamento. Este "treinamento" é o que os monges, gurus e outros místicos fazem no sentido de dirigir seus esforços para dominar estas manifestações. Detectar estas manifestações é um problema que a eletrônica pode resolver mesmo não sendo conhecida exatamente.
Mas existe um fato associado a estas manifestações que pode contribuir para sua detecção: nos estados de concentração, meditação ou relaxamento sua manifestação está associada a variações da temperatura do corpo da pessoa. Se não podemos então detectar esta manifestação diretamente (pois não conhecemos sua natureza) podemos fazer de modo indireto pelas mudanças de temperatura que ela provoca. Esta é uma das finalidades de nosso aparelho: um detector sensível de diferenças de temperatura, principalmente das pontas dos dedos (onde acredita-se ocorrer as variações maiores pela "emanação" do fenômeno) e que pode ser usado em experiências práticas ou mesmo para ajudar a obter os estados de meditação. Outra possibilidade consiste em se substituir os sensores de temperatura por eletrodos para medir a condutividade da pele e assim tornar possível verificações de sua alteração em diversos estados de consciência. Essas alterações também podem ser usadas com outras finalidades como, por exemplo, na detecção de pontos de acupuntura.
Enfim, variações em torno do que o aparelho pode detectar permitem a utilização em outras aplicações esotéricas tais como a própria telecinese (movimento controlado pela mente) utilizando-se sensores de luz ou mesmo magnéticos.
COMO FUNCIONA
O coração de nosso detector psicotrônico é o diodo semicondutor de silício que possui características que variam sensivelmente com a temperatura. Quando polarizados no sentido inverso esses diodos apresentam um grau de condução que depende da temperatura. O que ocorre é que a denominada corrente de fuga no sentido inverso é aumentada pela presença de portadores de carga que são liberados quando a temperatura da junção se eleva. Assim, se aproximarmos um diodo de nossa boca e soltarmos uma "baforada"de ar quente isso já será suficiente para provocar uma sensível mudança de sua temperatura e também de sua condução elétrica. Do mesmo modo, se aproximarmos o diodo de nossos dedos as variações de temperatura entre o próprio dedo e o ambiente provocadas por algum tipo de alteração desconhecida, poderá ter como consequência uma sensível modificação de sua condutividade elétrica, conforme mostra a figura 1.
Figura 1 – Detectando alterações induzidas de natureza desconhecida.
Até mesmo a mentalização de uma condição em que desejamos que o diodo se aqueça pode fazer com que isso ocorra o que leva a uma importante aplicação do componente em estudos paranormais. Para acusar as variações desta corrente que circula no diodo e que é muito fraca, precisamos de um circuito especial. O circuito utilizado é um amplificador operacional de altíssimo ganho. Neste circuito fixamos a tensão de referência na entrada inversora por meio de um potenciômetro de ajuste e na entrada não inversora ligamos dois diodos polarizados no sentido inverso que vão funcionar como sensores de temperatura.
Quando a condutividade dos diodos é tal que a tensão na entrada não inversora é igual a tensão na entrada de referência temos na saída uma tensão que é aproximadamente metade da tensão de alimentação. Como o instrumento indicador está ligado a um divisor com dois resistores que fixa do outro lado a tensão também na metade da tensão de alimentação não circula corrente alguma, conforme mostra a figura 2.
Figura 2 – No circuito em equilíbrio a corrente no instrumento indicador é nula.
No entanto, se a temperatura de um dos diodos se modificar mais do que a do outro a tensão na entrada não inversora vai se modificar e com isso poderemos ter na saída uma tensão maior ou menor que a metade da alimentação fazendo com que a agulha do instrumento se movimente para um lado ou para outro. O ganho do amplificador operacional é enorme o que significa que uma variação muito pequena de temperatura provoca uma variação muito grande na tensão de saída.
Ligando um potenciômetro no circuito de realimentação (P2) é possível controlar o ganho do amplificador operacional e com isso sua sensibilidade. Para usar o aparelho nas experiências que propomos é preciso que os diodos sejam colocados numa disposição estudada. O que fazemos é colocar os diodos numa caixinha (que também pode alojar o restante do aparelho com dois tubinhos onde os dedos da pessoa que se concentram devem ser enfiados, conforme mostra a figura 3.
Figura 3 – Utilizando os diodos como sensores.
Desta forma, os diodos passam a sofrer a influência apenas das variações da temperatura dos dedos e não ambiente, como por exemplo correntes de ar, luz direta do sol, etc. Evidentemente, para que o efeito seja detectado sem que realmente haja contacto dos dedos com o diodo deve haver no tubinho um pequeno anel de retenção que impede isso, conforme mostra a figura 4.
Figura 4 – Montagem do diodo sensor dentro de um tubinho.
Como o circuito pode ser alimentado por pilhas ou bateria, já que seu consumo é muito baixo, ele pode ser levado e usado em qualquer parte. Numa aplicação com sensores de condutividade eles podem ser formados por chapinhas de metal no qual o pesquisador ou pesquisado deve apoiar os seus dedos. Agulhas ou eletrodos finos podem ser usados como eletrodos no caso de um estudo de sensibilidade para pontos de acupuntura.
MONTAGEM
Na figura 5 temos o diagrama completo do detector psicotrônico.
Figura 5 – Diagrama completo do detector.
A disposição dos componentes numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 6.
Figura 6 – Placa de circuito impresso para a montagem.
Os diodos sensores podem ser de qualquer tipo de uso geral, mas devem ser iguais. Tipos como o 1N4148 ou 1N914 funcionam bem neste tipo de aparelho.
O amplificador operacional é um CA3140 mas equivalentes podem ser usados.
O instrumento indicador é um microamperímetro de 5-0-50 uA com zero no centro da escala, do tipo encontrado como indicador de estado de bateria em muitos gravadores antigos e também em amplificadores como indicadores de equilíbrio.
Os resistores são todos de 1/8W conforme indicado na relação de material. O consumo do aparelho é extremamente baixo o que possibilita a utilização de 4 pilhas pequenas comuns ou uma bateria de 9 V para sua alimentação.
PROVA E USO
Ligue a alimentação do aparelho e coloque inicialmente P2 numa posição de média resistência (metade do ajuste). Ajuste então P1 para que o instrumento indique zero (meio da escala). Tocando num dos diodos e no outro a agulha do instrumento deve oscilar para um lado e para outro. O toque não deve ser feito nos terminais do diodo mas sim no corpo do componente. Soltando uma baforada num e noutro diodo deve ser observado o mesmo efeito. Uma vez comprovado o funcionamento é só usar o aparelho. para isso enfie os dedos nos furos dos diodos e ajuste P1 e P2 para que se tenha o equilíbrio no instrumento indicador e a sensibilidade desejada. Depois é só tentar concentrar-se e fazer com que isso leve o indicador a se movimentar para um lado ou para outro.
LISTA DE MATERIAL
Semicondutores:
CI-1 - CA3140 - circuito integrado - amplificador operacional
D1, D2 - 1N4148 - diodos de uso geral - ver texto
Resistores: (1/8W, 5%)
R1, R2 - 10 k ohms - marrom, preto, laranja
R3, R4 - 22 k ohms - vermelho, vermelho, laranja
R5 - 1 k ohms - marrom, preto, vermelho
P1 - 1 M ohms
P2 - 470 k ohms
Capacitores:
C1 - 10 uF x 16 V - eletrolítico
Diversos:
M1 - 50-0-50 uA - microamperímetro com zero no centro da escala
S1 - Interruptor simples
B1 - 6 ou 9 V - 4 pilhas ou bateria
Placa de circuito impresso, caixa para montagem, suporte de pilhas ou conector de bateria, fios, solda, etc.