Os celulares possuem uma câmera com tecnologia CMOS que possui uma sensibilidade diferente do olho humano. Estas câmaras podem ser usadas em inúmeros projetos interessantes envolvendo luz visível e até infravermelho. Veja as dicas neste artigo.
As primeiras câmeras usadas em diversos aplicativos eram do tipo CCD cuja tecnologia de construção as encarecia e ainda haviam outras dificuldades para seu uso.
A tecnologia usada atualmente é a do CMOS, onde chips de materiais semicondutores sensíveis a luz formam uma matriz com filtros para as diversas cores, conforme mostra a figura 1.
O fato importante, entretanto, é que dispomos dessas câmeras em nossos celulares e alas podem ser utilizadas com diversas finalidades, além de simplesmente obter imagens para as fotos e para os filmes que desejamos fazer.
Diversos aplicativos disponíveis na Internet fazem uso da câmera disponível, quer seja em Android como em outro sistema operacional.
Podemos dar como exemplo os programas que fazem a leitura de códigos de barras.
Mas, para nós que desejamos fazer experimentos eletrônicos usando a câmera é importante conhecer algumas características importantes.
Uma dessas características é a curva espectral. Saber como a câmera se comporta diante das diversas cores é importante. Na figura 4 temos a curva espectral típica de uma câmera CMOS.
Conforme podemos ver, os sensores usados podem também perceber radiação na faixa do infravermelho, sendo usados filtros em alguns casos para evitar sua captação.
No entanto, alguns aplicativos podem acessar os sensores individuais da câmera e assim tornar possível escolher a cor que está sendo vista e até detectar radiação infravermelha, conforme vimos em nosso artigo CEL001.
Diversos aplicativos e experimentos podem ser realizados com base neste fato, tudo dependendo da imaginação do leitor.
Vimos naquele artigo que existem aplicativos que permitem realçar o vermelho, cortando as outras cores e com isso permitindo uma visão “térmica” noturna de objetos.
O experimento que descrevemos permite justamente “ver no escuro” um LED infravermelho ou ainda o sinal emitido por um controle remoto.
Mas existe muito mais a ser feito.
Um experimento de física, por exemplo, pode pegar LEDs de 3 cores diferentes (RGB) e programar a câmera para “ver” um deles de cada vez no escuro.
O experimentador verá então que, quando a câmera é programada para ver o verde, mesmo estando os três acesos, apenas o LED verde aparece, parecendo que os outros ficam apagados.
Um programa que converta o sinal da saída infravermelha para som, por exemplo, permite fazer um comunicador telegráfico óptico usando a câmera como receptor.
Se o sinal puder ser decodificado, podemos modular uma lâmpada infravermelha no teto com o sinal de som de um televisor e ouvi-lo no celular que se torna o receptor de um “fone sem fio”.
Enfim, existem muitas possibilidades interessantes que exploraremos nos artigos desta seção.
Nosso sugestão é que nos aplicativos disponíveis no Google Play, o leitor explore os que fazem uso da câmera.