Um tipo de aparelho interessante usado não só em experimentos paranormais como também em relaxamento, meditação transcendental e outras práticas é o biofeedback.
A idéia básica é usar um circuito para controlar algum tipo de sinal que realimenta o próprio controlador. Neste artigo descrevemos dois projetos simples para experimentos.
Existem diversas formas de se implementar projetos de biofeedback.
Basta termos algum tipo de efeito que possa ser controlado pela ação de nosso corpo ou mente. Os dois tipos principais de biofeedback são os visuais e os sonoros.
Por exemplo, num feedback visual, o controlador deve manter o ritmo das piscadas de uma lâmpada pela pressão dos dedos num eletrodo, ou ainda procurando alterar a temperatura de seu próprio corpo, conforme mostra a figura 1.
Num feedback sonoro, pode-se controlar a emissão de bips de um oscilador através da pressão dos dedos num eletrodo, da posição da mão sobre um sensor de luz ou outro recurso.
Veja que feedback ou realimentação indica justamente que o circuito controlado realimenta o operador de modo que ele possa controlar seus efeitos.
Existem diversos circuitos de biofeedback que podem ser montados com facilidade. A seguir descrevemos alguns.
Biofeedback Visual
Os aparelhos eletrônicos destinados aos exercícios de relaxamento, meditação transcendental, concentração, ioga e outras atividades que envolvem a saúde mental e do próprio corpo humano são cada vez mais comuns.
O biofeedback eletrônico é um dos recursos que se enquadra nesta categoria e admite grande quantidade de configurações. O circuito que descrevemos neste artigo é muito interessante, tanto pelos seus efeitos como pela sua facilidade de montagem.
Este circuito tem uma realimentação (ou feedback) visual, ou seja, a ação do operador sobre o circuito é realimentada na forma de impulsos de luz produzidos por dois LEDs.
O operador deve então controlar a pressão dos seus dedos sobre dois pares de eletrodos de modo a sincronizar as piscadas ou então obter piscadas de mesma freqüência para os dois LEDs, de modo que uma cor não predomine sobre a outra.
O circuito é formado por dois osciladores controlados pela resistência da pele da pessoa, todos elaborados em torno das portas NAND de um circuito integrado 4093.
Na figura 2 temos o diagrama completo do aparelho que pode ser alimentado por 4 pilhas comuns.
Uma placa de circuito impresso para sua elaboração é mostrada na figura 3.
Os eletrodos consistem em pares de chapinhas de metal ou ainda regiões cobreadas de uma placa de circuito impresso que devem ser tocadas ao mesmo tempo com os dedos.
Um eletrodo é usado para a mão direita e o outro para a mão esquerda.
Uma possibilidade interessante de uso para esse circuito consiste na troca dos eletrodos por NTCs de 100 k Ω aproximadamente de modo a se obter uma ação pela temperatura do corpo.
Também é possível substituir os sensores por LDRs numa configuração conforme a mostrada na figura 4 em que a pessoa que procura a concentração deve manter firme as posições de suas mãos, de modo a controlar a quantidade de luz que incide nesses sensores e com isso a freqüência das piscadas dos LEDs.
Se a freqüência das piscadas for muito alta e o leitor desejar alterá-las, altere o valor de C3. Valores na faixa de 100 nF a 4,7 µF podem ser experimentados.
Valores maiores vão resultar numa diminuição da freqüência das piscadas dos LEDs.
CI-1 - 4093 - circuito integrado CMOS
LED1, LED2 - LEDs vermelho e verde
C1, C2 - 470 nF - capacitores cerâmicos ou poliéster
R1, R2 - 100 k Ω x 1/8 W - resistores - marrom, preto, amarelo
R3 - 1 k Ω x 1/8 W - resistor - marrom, preto, vermelho
S1 - Interruptor simples
B1 - 6 V - 4 pilhas pequenas
X1, X2 - Eletrodos - ver texto
Diversos:
Placa de circuito impresso ou matriz de contactos, caixa para montagem, suporte de pilhas, fios, solda, etc.
Biofeedback sonoro
Neste circuito, o operador deve controlar o som emitido por um pequeno alto-falante a partir da pressão dos dedos num sensor.
O circuito é alimentado por pilhas e o som emitido por um pequeno alto-falante. Como o consumo é muito baixo, o circuito pode ser usado por longos intervalos de tempo.
O que temos nesse projeto é um oscilador com dois transistores complementares onde a freqüência é determinada basicamente por C1.
Esse componente pode ter seu valor alterado numa ampla faixa de valores conforme o efeito desejado.
Com capacitores grandes, por exemplo, podemos ter um efeito de metrônomo caso em que as pulsações do circuito pode ser alterado para sincronizar com as batidas do coração.
Um transistor de controle (Q1) determina tanto o ponto de disparo do oscilador como a freqüência, ajustada em P1, que é um controle de sensibilidade. Na figura 5 temos o circuito completo desse segundo biofeedback.
Na figura 6 temos uma sugestão de montagem em placa de circuito impresso.
O sensor consiste em duas chapinhas de metal que devem ser tocadas pelo operador ou ainda dois bastões de metal ou tubinhos de metal que devem ser seguros pelas mãos.
A pressão nos sensores vai determinar o tipo de som emitido, com a sensibilidade ajustada em P1. O conjunto cabe facilmente numa caixinha plástica cujas dimensões são basicamente determinadas pelo tamanho do alto-falante usado.
Q1, Q2 - BC548 - transistores NPN de uso geral
Q2 - BC558 - transistor PNP de uso geral
FTE - 4 ou 8 Ω - alto-falante de 5 a 10 cm
C1 - 47 nF - capacitor cerâmico ou poliéster
P1 - 100 k Ω x 1/8 W - potenciômetro lin ou log
B1 -3 ou 6 V - 2 ou 4 pilhas pequenas
R1, R4 - 10 k Ω x 1/8 W - resistores - marrom, preto, laranja
R2, R3 - 1 k Ω x 1/8 W - resistores - marrom, preto, vermelho
S1 - Interruptor simples
X1, X2 - Sensores - ver texto
Diversos:
Ponte de terminais, matriz de contactos ou placa de circuito impresso, suporte de pilhas, caixa para montagem, fios, solda, etc.
Obs.: os leitores interessados em mais detalhes sobre este tipo de equipamento e experimentos encontrarão outros artigos da seção de Eletrônica Paranormal.