Este, sem dúvida é o projeto mais importante deste livro, dada a frequência muito grande de relatos de aparecimentos de OVNI relacionados com distúrbios de natureza magnética em aparelhos comuns, como sistemas elétricos de carros, televisores, relógios, etc.
Nota: este artigo foi escrito em 1993, fazendo parte de um livro publicado na época em que o autor descrevia projetos para os pesquisadores. O autor não adotava as ideias sobre origem ou mesmo tecnologias dos objetos fornecendo em seu livro apenas meios técnicos para a pesquisa. Os projetos descritos usam componentes que ainda são comuns, podendo ser montados com facilidade.
O que descrevemos é um ultra sensível detector de perturbações magnéticas que pode acusar uma descarga elétrica a distâncias de dezenas de quilômetros e até mesmo surtos de uma rede de energia de origem natural, artificial ou desconhecida.
Trata-se de um equipamento de grande utilidade para o pesquisador de campo, pois dispara um alarme quando qualquer perturbação magnética (que possa estar associada ao aparecimento de OVNI) atinge seu sensor.
O aparelho é alimentado por pilhas comuns e é muito sensível. O sensor pode ser conseguido com facilidade, o que torna a montagem da unidade bastante acessível e barata.
No uso normal o detector deve ser deixado ligado longe de linhas de transmissão de energia ou qualquer equipamento que possa causar o disparo errático do alarme, conforme mostra a figura 1.
Ao captar qualquer distúrbio de natureza magnética o aparelho emitirá um toque sonoro intermitente, semelhante a um bip-bip, o que serve para alertar o pesquisador de que naquele local pode existir algo estranho e que algum tipo de fenômeno ocorreu nas proximidades.
A passagem próxima de um OVNI é uma possibilidade que não deve ser descartada.
Como o consumo do aparelho é muito baixo, mesmo sendo alimentado por pilhas, ele pode ser mantido ligado por longos intervalos, monitorando eventos em locais suspeitos.
O consumo maior só ocorre durante os toques, mas mesmo assim, um jogo de pilhas em funcionamento ininterrupto deve durar vários dias.
Outra característica importante do detector é que ele não possui ajustes, o que facilita bastante seu uso.
Como Funciona
Começamos por mostrar aos leitores o diagrama completo do detector na figura 2.
O sensor consiste numa bobina que deve ter o maior número de espiras possível para se obter uma grande sensibilidade. Nossa sugestão é aproveitar uma bobina de transformador fora de uso, que pode ter mais de 10000 espiras no enrolamento primário, o que proporciona uma excelente sensibilidade.
Para aumentar ainda a mais esta sensibilidade vamos colocar no interior desta bobina um bastão de ferrite, conforme mostra a figura 3.
A finalidade deste bastão de ferrite é concentrar as linhas de força de um campo magnético que deva ser detectado.
Quando um campo magnético variável corta as espiras da bobina uma tensão é induzida, sendo amplificada por um amplificador operacional do tipo LM339. Este amplificador possui um ganho elevadíssimo, aumentando em milhares de vezes a tensão induzida, a ponto de comutar.
Com esta comutação, que leva sua saída a ter por um instante uma tensão positiva, o diodo D1 conduz e com isso o capacitor C1 carrega-se.
A carga do capacitor faz com que os dois osciladores formados pelas portas NAND de um circuito integrado 4093 disparem.
O primeiro oscilador gera um tom de áudio determinado em frequência pelos componentes R5 e C2, enquanto que o segundo oscilador gera pulsos de intermitência determinados por C3 e R6. Os leitores podem alterar estes componentes de modo a obterem tom e intermitência do sinal de alarme da forma desejada.
Tom e intermitência são combinados nas outras duas portas do circuito integrado, de modo a se obter um sinal que possa ser reproduzido por um transdutor. Este sinal, que consiste em bip-bips, é reproduzido no transdutor cerâmico X2.
Na figura 4 damos uma ideia de como o aparelho ficará depois de pronto.
Montagem
A disposição dos componentes numa placa de circuito impresso para esta montagem é dada na figura 5.
Será conveniente montar os circuitos integrados em soquetes, principalmente se o leitor for pouco experiente no trato desses componentes.
Os resistores são de 1/8 W e os capacitores eletrolíticos devem ter tensões de trabalho de pelo menos 6V, se esta for a tensão usada na alimentação. Se for usada bateria de 9 V a tensão de trabalho dos capacitores deve ser de pelo menos 12 V.
Os demais capacitores são cerâmicos ou de poliéster e o diodo é de uso geral, admitindo equivalentes.
O transdutor X2 pode ser qualquer um do tipo cerâmico de alta impedância, inclusive uma cápsula de microfone. Veja que transdutores de baixa impedância não podem ser usados nesta aplicação.
A bobina sensora X1 pode ser aproveitada de um transformador de alimentação com enrolamento primário de 110 V ou 220 V e qualquer secundário de 5 a 12 volts com correntes de 50 mA a 500 mA.
Desmontando este transformador, conforme mostra a figura 6, podemos retirar o carretel, e com isso fixar no seu interior o bastão de ferrite (use cola para esta finalidade).
Os terminais do enrolamento que devem ser usados são os de alta tensão que correspondem aos fios de capa plástica e não aos fios esmaltados.
Esta bobina deve ser fixada preferencialmente de modo que as pontas do bastão fiquem para fora da caixa, captando melhor os campos magnéticos.
Veja que é importante não usar transdutores magnéticos como um alto-falante neste tipo de circuito, pois dada sua sensibilidade ele pode provocar uma realimentação causando o disparo errático.
Prova e Uso
Para provar o aparelho basta ligar sua alimentação. Se houver o disparo errático e ele não parar, afaste-o de qualquer equipamento eletrônico ligado ou de linhas de fornecimento de energia. Se mesmo assim o disparo persistir, leve-o para longe de casa. Se o aparelho parar, então estará caracterizado um excesso de sensibilidade que pode ser diminuído pela redução de valor do R3.
Para testar o funcionamento, caso não ocorra o disparo nas condições indicadas, pegue um pequeno ímã e movimente-o rapidamente nas proximidades da bobina sensora. Deve haver o toque do alarme.
Aproximando o detector de aparelhos eletrônicos que operem com campos magnéticos intensos, como televisores, motores e outros, deve haver o disparo. Em alguns casos até a simples aproximação do aparelho de fios de uma instalação elétrica pode provocar o disparo.
Leve em conta tudo isso ao usar o aparelho. Ele deve ficar longe de dispositivos que possam causar um falso alarme, como por exemplo linhas de transmissão de energia, aparelhos eletrônicos, ímãs que possam ser movimentados inadvertidamente, etc.
O leitor também vai perceber que uma descarga atmosférica forte pode causar o disparo do aparelho, principalmente na condição de máxima sensibilidade.
Se o leitor desejar acrescentar um controle de sensibilidade pode substituir o resistor R3 por um potenciômetro de 10 M ohms em série com um resistor de 1 M ohms.
Para alterar a duração do toque do alarme, basta alterar o valor de C1 , que pode ter valores entre 1 uF e 100 uF.
Para usar, procure a posição da bobina (vertical ou horizontal) que resulte na melhor sensibilidade, sem que no entanto ocorra o disparo com fontes de interferência magnética que sejam identificadas.
O aparelho pode ser mantido ligado por longos intervalos.
Semicondutores
CI-1 - LM339 ou equivalente – comparador de tensão quádruplo
CI-2 - 40938 - circuito integrado C-MOS
D1 - 1N4148 - diodo de silício
Resistores (1/8 W, 5%)
R1 e R2 - 10 k ohms - (marrom, preto, laranja)
R3 - 22 M ohms ou 20 M ohms - (vermelho, vermelho, azul)
R4 - 100 k ohms - (marrom, preto, amarelo)
R5 - 47 k ohms - (amarelo, violeta, laranja)
R6 - 1 M ohms - (marrom, preto, verde)
Capacitores
C1 - 10 uF/6 V - eletrolítico
C2 - 47 nF - cerâmico ou poliéster
C3 – 1 uF/ 6 V - eletrolítico
C4 - 10 uF/6V - eletrolítico
Diversos
X1 - bobina sensora - ver texto
X2 - transdutor cerâmico - ver texto
S1 - interruptor simples
B1 – 6 V - 4 pilhas pequenas (ou bateria de 9 V)
Placa de circuito impresso, transformador para retirar a bobina do sensor, etc.
Revisado 2017