As três temporizações deste alarme o tornam muito eficiente e com um desempenho comparável ao de muitos alarmes comerciais. Sua instalação é simples, sendo acionado pelos interruptores das portas ou ainda por sensores e interruptores no capô, porta-malas e onde quer que possa ocorrer uma violação.
(*) Este projeto faz parte do livro Projetos Práticos de Alarmes (esgotado) de Newton C. Braga
Sua operação pode ser analisada de uma maneira bastante simples:
a) Pressionando S1 temos aproximadamente 20 segundos para sair do carro.
b) Uma vez ativado de modo automático, se o veículo for invadido há um tempo de aproximadamente 10 segundos antes do disparo da buzina e inibição do sistema de ignição. Estes 10 segundos servem também para que o proprietário, entrando no veículo, desligue a alimentação do circuito por meio do interruptor oculto S2.
c) Uma vez disparado o alarme, a ignição é inibida e a buzina é acionada de modo intermitente de 3 a 6 minutos, conforme ajuste feito pelo montador.
d) Depois do tempo indicado, o alarme para e se a chave violada for novamente fechada e aberta ocorre novo disparo.
FUNCIONAMENTO
A análise do funcionamento pode ser feita a partir do diagrama completo do aparelho mostrado na figura 1.
Figura 1 - Diagrama completo do alarme.
São usados 4 circuitos integrados 555 nas configurações de monoestável e astável, além de 3 relés ativados no nível alto das saídas dos integrados correspondentes através de transistores drivers. O primeiro 555 (CI-1) opera como monoestável, desligando a alimentação do alarme por um tempo determinado por R2 e C1, quando S1 leva sua entrada (pino 2) momentaneamente ao nível baixo. No final da temporização a alimentação alarme é restabelecida. O usuário, pelo dimensionamento de C1 e R2 tem aproximadamente 20 segundos para sair e fechar do carro. Quando a alimentação é restabelecida o alarme fica pronto para entrar em ação. O circuito formado por R5 e C3 impede a aplicação brusca da tensão nos circuitos integrados 555 seguintes, o que poderia causar seu disparo imediato. O alarme é ativado quando qualquer uma das chaves sensoras ligadas ao ponto B levar o pino 2 do circuito integrado CI-2 via C4 ao nível baixo por um momento. A saída deste circuito integrado irá então ao nível alto por um tempo que é determinado por R8 e C5. Este tempo é o pré-disparo ou espera e dura aproximadamente 10 segundos. Evidentemente, podemos alterar este tempo simplesmente mudando o valor de R8. Quando a saída de CI-2 vai ao nível alto, nada acontece com o próximo monoestável (CI-3), pois neste tipo de circuito, o disparo ocorre quanto a entrada (pino 2) vai ao nível baixo. Assim, no final da temporização de CI-2, quando a saída volta ao nível baixo, é que temos o disparo circuito integrado CI-3.
Com o disparo, sua saída (pino 3) vai ao nível alto por um tempo determinado por R10 e C7, entre 3 e 6 minutos, aproximadamente. Neste intervalo de tempo, o relé K2 fecha seus contactos desligando a ignição do carro. Ao mesmo tempo é habilitado CI-4 que está na configuração de estável lento com frequência determinada por R13, R14 e C8. O relé ligado via Q3 à saída de CI-4, passará então a abrir e fechar seus contactos acionando a buzina de modo intermitente, pelo tempo total determinado por R10 e C7. No final deste intervalo, de 3 a 6 minutos, o sistema desliga e fica pronto para um novo acionamento. Este desligamento evita o desgaste da bateria em caso de um acionamento indevido ou acidental, quando o dono do veículo não pode intervir imediatamente.
Obsrvação: este circuito foi publicado numa época em que predominavam carros com ignição tradicional por platinado. No entanto, existe a possibilidade de utilização em carros modernos. Neste caso, o relé deve ser ligado de modo a controlar a alimentação do sistema de ignição eletrônica..
MONTAGEM
Na figura 2 temos a disposição dos componentes numa placa de circuito impresso.
Figura 2 - Placa de circuito impresso utilizada para a montagem do alarme.
Todo o conjunto deve ser encerrado numa caixa blindada para se evitar que umidade ou pó venham causar problemas de funcionamento. Os circuitos integrados, assim como os relés, para maior comodidade e segurança, podem ser instalados em soquetes. Os relés admitem equivalentes, mas lembramos que tanto K2 como K3 devem ter contactos de pelo menos 8A. Dependendo do tipo de relé usado podem ser necessárias alterações no desenho da placa de circuito impresso. Os transistores e diodos também admitem equivalentes. Para a conexão aos diversos pontos externos da instalação elétrica do carro, usamos terminais com parafusos indicados pelas letras de A até G.
Será interessante posicionar o circuito de modo que os pontos C e D fiquem os mais próximos possíveis do cabo que alimenta o sistema de ignição (bobina), já que ele deve ser interrompido. Este ponto é importante e deve ser protegido, pois em caso de falha do alarme, que provoque o fechamento de K2 sem retorno, basta curto-circuitar C com D para que o veículo volte a funcionar novamente. Uma chave pode ser prevista neste ponto, mas deve ficar muito bem escondida. Desligando o ponto E, a buzina será desativada em caso de um disparo por problemas de funcionamento, exigindo assim uma atuação do proprietário de emergência.
INSTALAÇÃO E USO
Na figura 3 temos o modo de se fazer a instalação do alarme no carro.
Figura 3
Nota: como explicamos esta conexão é para carros com ignição comum por platinado., Nos carros modernos a conexão deve ser feita de modo que o sistema corte sua alimentação em caso de disparo.
Observe que alguns fios que conduzem correntes mais intensas devem ser mais grossos. Em todos eles, o isolamento é importante para se evitar um curto-circuito perigoso na instalação do carro. O número de interruptores ligados ao ponto B não tem limite, dependendo apenas do número de locais que devem ser protegidos.
Sensores do tipo NA (normalmente abertos) como reed-switches, sensores de vibração, etc., podem ser usados. Uma vez instalado, o leitor pode verificar seu funcionamento.
Para usar, lembre-se que:
* Ao sair do veículo aperte o botão S1 e tranque-o antes de passar 10 segundos.
* Ao voltar, entre e feche as portas rapidamente, apertando em seguida S1 antes do disparo (o alarme continuará ativado nestas condições). Se quiser, desligue o alarme totalmente em S2.
* Em caso de disparo, aperte S1 ou desligue S2.
LISTA DE MATERIAL
Semicondutores:
CI-1 a CI-4 - 555 - circuitos integrados, timer
Q1 a Q3 - BC548 ou equivalentes - transistores NPN de uso geral
D1 a D5 - 1N4148 ou equivalentes - diodos de silício de uso geral
Resistores: (1/8W, 5%)
R1, R7, R9, R13, R14 - 47 k ohms
R2 - 220 k ohms
R3, R15 - 2,2 k ohms
R4, R5, R12 - 4,7 k ohms
R6 - 12 k ohms
R8 - 100 k ohms
R10 - 1 M ohms
R11 - 10 k ohms
Capacitores:
C1 - 47 uF à 100 uF/16V - eletrolítico
C2, C3, C9 - 1 000 uF/16V - eletrolítico
C4, C6 - 100 nF - poliéster ou cerâmico
C5 - 47 uF a 100 uF/16V - eletrolítico
C7 - 100 uF à 220 uF/16V - eletrolítico
C8 - 10 uF/16V - eletrolítico
Diversos:
K1 - MCHRC2 ou equivalente - relé de 12V x 2A
K2, K3 - G1RC2 ou equivalente - relé de 12V x 10A
F1 - 500 mA - fusível
S1 - Interruptor de pressão NA
S2 - Interruptor simples
Placa de circuito impresso, caixa para montagem, soquetes para os circuitos integrados e relés, ponte de terminais com parafusos, fios, solda, etc.