Nos automóveis existem relés de diversos tipos, os quais como qualquer componente estão sujeitos à falhas. Como testar estes componentes é algo que todo profissional precisa saber. Neste artigo ensinamos como testar relés utilizando o instrumento mais versátil com que pode contar o leitor para esta finalidade: o multímetro. Como testar componentes elétricos e eletrônicos do automóvel é o assunto de nossos livros “Instrumentação  – Multímetro” – volumes I e II.
O multímetro pode realizar basicamente dois tipos de provas em relés comuns de 12 V ou mesmo 6 V, do tipo encontrado em instalações elétricas de automóveis, motos e máquinas agrícolas. Os testes são:
- De continuidade
- De contacto
Existem diversos tipos de relés no circuito elétrico de um automóvel, exercendo as mais variadas funções. Basicamente estes relés são formados por uma bobina e um jogo de contactos. Podemos utilizar o multímetro diretamente na verificação do estado da bobina e dos contactos e até fazer uma prova dinâmica com a ajuda de uma fonte de 12 V ou uma bateria.

 


Relés comuns de uso automotivo da Germes (China).

 


Prova de Continuidade - Procedimento
a)Coloque o multímetro na escala mais baixa de resistências, OHMS x1 ou OHMS x10. Se for digital use as escalas de 200 ou 2000 ohms ou a função de continuidade.
b)Zere o multímetro se for analógico
c)Identifique os contactos da bobina do relé e faça a medida de sua resistência. A figura 1 mostra como fazer esta prova.

 


Figura 1 – Testando a continuidade da bobina de um relé automotivo (tipo redondo)

Interpretação:
Resistência baixa, variando entre alguns ohms até no máximo algumas dezenas de ohms - enrolamento bom
Resistência infinita - bobina aberta - ruim

 

Leitura = Condição
Muito baixa = Bom
Infinita = Aberta

Observações
a) Nesta prova não se consegue determinar se existem espiras em curto. Para isso temos a prova dinâmica.
b) Esta prova também permite fazer a identificação dos contactos do relé e dos terminais da bobina. Os contactos normalmente fechados devem apresentar uma resistência nula na medida e os da bobina uma resistência muito baixa. Na figura 2 temos o procedimento comparativo para a identificação dos terminais de um relé usando a escala mais baixa de resistências do multímetro.



Figura 2 – Testando e identificando os contatos NA e NF de um relé automotivo.

d)Veja que existem relés eletrônicos dotados de circuitos especiais de disparo para os quais os testes indicados não são válidos. O que ocorre com estes relés é que seu acionamento é feito por um circuito eletrônico para os quais não se têm acesso pois ficam dentro do invólucro vedado.



Prova de Contato - Procedimento
Com esta prova fazemos a identificação dos contatos NA e NF

a)Coloque o multímetro na escala mais baixa de resistências, OHMS x1 ou OHMS x10. Se for digital use as escalas de 200 ou 2000 ohms.
b)Zere o multímetro se for analógico
c)Identifique os terminais de contactos (por eliminação, identificando antes os terminais da bobina)
d)Meça a resistência entre eles de forma combinada.A figura23 mostra como esta prova deve ser feita.

 


Figura 3 – fazendo o teste de contatos de um relé.



Interpretação
Terminais entre os quais a resistência é nula - normalmente fechados ou NF
Terminais entre os quais a resistência é infinita - normalmente abertos ou NA.

 

Leitura = Identificação
Baixa = NF
Infinita = NA

Observação
Veja que temos dois terminais (duas leituras) em que temos resistência infinita e resistência nula. Para uma melhor identificação será necessário fazer o teste dinâmico que é mais preciso.

 

 

Teste dinâmico

Fase 1 - Procedimento
Este teste permite uma determinação melhor dos contatos.
a)Coloque o multímetro na escala mais baixa d eresist6encias, OHMS x1 ou OHMS x10. se for digital use as escalas de 200 ou 2000 ohms.
b)Zere o multímetro se for analógico
c)Ligue os terminais do multímetro nos contactos do relé usando garras conforme mostra a figura 4.

 

Figura 4 – Ligando os terminais do multímetro aos terminais dos contatos do .relé

 

d)Ative o relé pela aplicação de 12 V na sua bobina conforme mostra a figura 5.

 


Figura 5 – Aplicando 12 V num relé para testar seu funcionamento.

Deve ocorrer um pequeno estalido que indica a comutação. Para relés de alta corrente a prova deve ser feita rapidamente e a fonte usada deve ter pelo menos 2 A de capacidade de corrente.

 


Interpretação:
A resistência vai de zero a infinito na comutação - o relé está bom - passe à etapa seguinte.
A resistência não se altera - o relé não está comutando - problemas internos.

 

Fase 2 - Procedimento
Obtida a leitura infinita para o multímetro, procure a posição das garras em que se tenha leitura nula, conforme mostra a figura 6


Figura 6 – Procedimento de teste na Fase 2.


Interpretação
A posição comum da garra para a leitura nula e leitura infinita corresponde ao contacto C (comum)
A posição em que se tem a leitura nula com o relé desenergizado corresponde ao contacto NF (Normalmente Fechado)
A posição em que se tem a leitura nula com o relé energizado corresponde ao contacto NA (Normalmente Aberto).

Leitura = Condição
Comum = Comum
Baixa sem energizar = NF
Baixa energizado = NA


Observação
Podem existir relés com diversos conjuntos de contatos caso em que a identificação é feita por grupos, com o mesmo procedimento. Também é importante que o leitor saiba qual a disposição dos terminais do relé em teste, se bem que, com os procedimentos indicados é possível fazer sua identificação.