A iluminação das grandes cidades, e também das médias, o forte tráfego aéreo, a própria iluminação das casas é um grande obstáculo para a observação do céu. Os astrônomos vivem reclamando das luzes noturnas que atrapalham sua visão do céu. No entanto, nesses dias de corona vírus em que diminui a nossa atividade e também a própria poluição que prejudica a visão do céu, podemos aproveitar e olhar um pouco para o infinito.
As luzes das grandes cidades e a poluição atrapalham a visão noturna dos astros mais fracos. De fato, em condições de poluição normal, numa cidade grande, não conseguimos ver umas poucas centenas ou mesmo dezenas de estrelas no céu, incluindo os planetas mais próximos.
No entanto, no céu limpo de outono e inverno, quando não temos poluição e nem nuvens, podemos ver muito mais.
Aqui em minha cidade, Guarulhos na grande São Paulo, quando mal conseguimos ver as estrelas mais brilhantes e planetas como Júpiter, Marte e Vênus, tivemos nesses dias de pandemia em abril de 2020 a possibilidade de ter uma visão que não tínhamos a muito tempo. Apenas em nossas viagens ao interior, num sítio que frequentemos, tive visão melhor do céu.
Até um amigo meu, assustado pela visão dos satélites Starlink de Elon Musk procurou se informar comigo o que seriam aquelas “luzes estranhas no céu”.
Se você mora num local em que não havia visibilidade boa do céu, é interessante aproveitar sua quarentena e observar o céu. Seja usando um simples binóculo, ou se você tiver a possibilidade, adquirir um pequeno telescópio.
Você vai se surpreender com o que poderá ver, e se mora numa cidade do interior, num sítio ou fazenda, é hora de buscar conhecer um pouco do infinito, visualizando constelações, agrupamentos de estrelas (aglomerados), nebulosas e até mesmo galáxias distantes.
Hora de se voltar para o infinito e entender como somos pequenos e pensar em como podemos ainda aprender muito sobre tudo que nos cerca nesse universo infinito.
E, para saber as localizações das estrelas e o nome dos astros que você está vendo, existem dezenas de aplicativos na internet.
Você vai se surpreender, por exemplo, em saber que aquela estrelinha amarelada da constelação de Órion, chamada Betelgeuse, que vemos com pequeno brilho, já teve brilho maior, e que está se contraindo para talvez ser destruída numa explosão gigantesca.
Essa estrela que é milhares de vezes maior que nosso sol e, portanto, milhões de vezes maior que a terra deve se tornar uma supernova, talvez se tornando por alguns dias o astro mais brilhante de nosso céu, depois do sol.
Apenas para lembrar, Betelgeuse é uma das quatro estrelas que formam o quadrado que envolve as Três Marias, que formam o cinturão de Órion.