Quando transistores de saída de amplificadores de áudio queimam ou quando o equipamento ”emudece". Se bem que a localização do problema seja quase que imediata, a maior dificuldade encontrada é a substituição já que muitas são as fábricas que usam códigos próprios para estes Componentes os quais impedem qualquer tipo de identificação de características e, Consequentemente a possibilidade de uso de equivalentes facilmente conseguidos no mercado local. Neste artigo damos algumas "dicas" para a substituição de tais componentes, com boa margem de segurança.
Obs. O artigo é de 1987.
A maioria dos amplificadores de áudio de equipamentos de som comerciais, tais como receivers, três-em-um etc., utiliza etapas d& potência em simetria complementar, como a configuração mostrada na figura 1.
Neste circuito, cada um dos transistores de saída amplifica metade do ciclo do sinal, de modo a haver sua reunião posterior no alto-falante com a reprodução do ciclo completo.
Assim, nos semi- ciclos positivos conduz um dos transistores e no semiciclo negativo conduz o outro transistor, conforme mostra a figura 2.
O transistor driver (excitador) polariza esta etapa de modo a haver uma distribuição do sinal (semiciclos) entre os transistores de forma- equitativa, para que, na amplificação, não ocorra a distorção.
Nos circuitos comuns, o ponto de repouso, ou seja, quando não há sinal amplificado, leva a saída a uma tensão igual à metade .da tensão de alimentação (figura 3).
Em funcionamento esta tensão oscilará para mais ou para menos, conforme a polaridade do sinal reproduzido, ou seja, a condução de um ou de outro transistor.
Estes transistores de saída são justamente os que trabalham em regime mais "pesado" num amplificador, devendo suportar toda a' corrente especificada para potência máxima.
Quanto maior for a potência do amplificador, maior será a corrente máxima suportada por estes transistores.
Em função da tensão fornecida pela fonte do amplificador e da corrente máxima que os transistores usados nesta etapa suportam', o técnico poderá facilmente avaliar sua potência sonora.
E, mais que isso, em caso de queima pode indicar equivalentes que certamente funcionarão tão bem como os originais.
A Substituição
Quando um dos transistores da etapa de saída queima (ou os dois), a tendência é também “levar" os resistores de emissor que “torrarão", devendo por isso ser substituídos.
É conveniente também verificar o eletrolítico em série com o alto-falante para ver se a queima não se deve a sua entrada em curto. (fig 4)
De posse do esquema, verifica-se então se o transistor queimado é o NPN ou o PNP e se é do tipo comum ou Darlington (figura 5).
Em princípio, podemos substituir o transistor queimado por um do mesmo tipo com corrente de coletor máxima (IC) igual ou maior.
A tensão máxima entre coletor e emissor do substituto (VCE- máx) deve ser igual ou maior que a do transistor substituído.
A polaridade do transistor é muito importante, pois não podemos substituir um PNP por um NPN, e a disposição dos terminais deve ser verificada
Devemos dar preferência a um transistor com a mesma disposição de terminais do original, pois normalmente isso facilitará sua colocação em função da necessidade de um contato com o dissipador.
Veia que estes transistores são montados em dissipadores tendo um isolador, conforme mostra a figura 6.
O isolador untado com pasta de silicone, isola 'a eletricidade' isto é, evita o contato elétrico da aleta (ligada ao coletor) com o radiador, mas não impede a passagem do calor.
A escolha do substituto pode ser feita facilmente a partir das sugestões que damos na tabela.
Equivalências
As equivalências serão dadas em função da potência do amplificador e da tensão da fonte.