Estamos em maio de 1976, dois meses do lançamento da série nova da Revista Saber Eletrônica no número 46, como continuidade da antiga Revista Eletrônica, descontinuada anteriormente. Com nova direção, e comigo (Newton C. Braga) na direção técnica, começamos uma nova era e uma das séries de artigos que talvez tenha sido a mais importante de todas, foi a do Curso de Eletrônica em instrução programada. É dele que falaremos neste artigo.

Não só pela inovação de termos pela primeira vez um curso de eletrônica fasciculado numa revista, mas por adotar a tecnologia da instrução programada, este circuito fez um sucesso extraordinário, se transformando depois em livros que até hoje, com atualizações publicamos com sucesso.

 

Figura 1 – A capa da edição 45
Figura 1 – A capa da edição 45

 

Na época lecionávamos eletrônica e trabalhávamos num projeto de criar uma máquina de eletrônica de ensinar usando o método da instrução programada (publicamos o artigo que trata dela em nosso site em Cibertest – Uma Máquina de Ensinar dos Anos 70 (ART3373))

Nessa época ainda trabalhávamos no Instituto Monitor, no curso de eletrônica a distância (EAD) com uma abordagem que hoje, mais do que nunca está em alta. Aplicamos de uma forma diferente em nossas lições e foi um sucesso.

A série durou mais de 2 anos e no final, quem respondesse ao questionário publicado, enviando para a redação receberia um certificado assinado por mim.

Foram milhares de certificados que tive de assinar, levando para casa os montes com centenas para devolvê-los no dia seguinte assinados para serem enviados pelo correio. Até hoje tenho as mãos doloridas de tanto assinar certificados.

Tenho encontrado com antigos leitores que até hoje tem esses certificados, agradecendo por terem aprendido pelo curso o básico que lhes introduziu no mundo da eletrônica.

Tenho ainda alguns desses certificados em branco comigo correspondentes a segunda série que fizemos.

 

Figura 2 – O certificado
Figura 2 – O certificado

 

Mas, a ideia de se usar a instrução programada numa revista esbarrou em vários problemas que tivemos de superar.

Por exemplo, a forma fascicular não é das mais apropriadas para se ter uma abordagem em que tenhamos um fluxograma com ramificações do tipo: volte ao início se não entendeu esse item, salte o item seguinte, pesquise sobre o tema x, avaliação etc.

O resultado foi algo que hoje, com os recursos de software e principalmente de inteligência artificial poderia ser implementado numa publicação virtual, mas nunca numa versão impressa.

Podemos dizer que foi uma estrutura simplificada que, no entanto, funcionou e até hoje vemos os resultados. Na figura 3

 

Figura 3 – Estrutura de uma lição
Figura 3 – Estrutura de uma lição

 

Hoje, já temos nossos cursos em plataformas digitais que estamos modificando constantemente para inserir novos conceitos e conhecimentos (veja em Nossos cursos à distância (EAD) (AP004)).

É claro que para poder dar um curso nos moldes indicados, de modo a tornar acessível a todos, tivemos de renunciar a algumas abordagens normais num curso presencial ou num curso técnico profissional.

Nosso curso, como é ainda nas versões correspondentes atualizadas, é quase que totalmente conceitual. Fazemos pouco uso da matemática na teoria, reduzindo os cálculos a um mínimo com o uso da matemática fundamenta, nos preocupando muito mais com os porquês do funcionamento de componentes e circuitos.

Deixamos claro que essa abordagem é uma iniciação e que os que desejarem ir além devem procurar o caminho por sua própria conta.

Foi mais um de nossos sucessos. O nosso Curso de Eletrônica em Instrução Programada marcou uma época. Vejam o vídeo VMA007.