A enorme quantidade de livros, vídeos, filmes e muito mais em que o tema se baseia em tecnologia e ciência faz crer que muitos dos que produzem esse material tenha pelo menos certo preparo ao criar um enredo. Mas, cada vez mais temos visto que não é bem isso o que ocorre. Veja neste artigo nossa opinião sobre o assunto.

Quem tem uma boa formação em tecnologia gosta de ver filmes como Jornada nas Estrelas em que o embasamento tecnológico e científico dos dispositivos que são usados na nave é perfeito. Nada que fuja as possibilidades de ocorrer no futuro ou que viole leis da física muito bem estabelecida. O mesmo ocorre quando lemos livros de Arthur Clarke ou de Isaac Asimov. Isso nos dá certo prazer em perceber que a produção teve uma assessoria consistente.

 


 

 

No entanto, quando vemos um filme em que o personagem encontra uma torradeira de pão e desmontando-a retira uma “válvula” para montar um transmissor, ou quando abre uma lata de goiabada e retira um chip que pode ser implantado no cérebro, a confiabilidade na produção cai e o prazer em ver a produção por alguém que tem algum conhecimento desaparece.

Isso tem ocorrido com cada vez maior frequência na TV, em sistemas de filme por assinatura, e mesmo em livros. A necessidade de se ter uma produção em massa, a escolha de um roteirista ou autor com bom conhecimento em dinâmica de cenas ou apresentação de coisas fantásticas mas sem nenhum preparo em tecnologia ou ciência pode estragar tudo.

É claro que se o público for igual, não há problema. Pode-se desenvolver um roteiro em cima de uma chocadeira de carrapatos marcianos ou de um chip alienígena fabricado com o DNA de amebas. Não vai ser notada a diferença.

Mas, acredito que para um público mais exigente, um pouco de consistência não faz mal. Até pode significar elogios para a produção vindos de uma elite que conhece algo mais do que fazer um bom roteiro.

Eu, pelo menos, costumo desligar meu televisor ou abandonar um livro quando veja algo que não tem consistência tecnológica. Acredito que muitos dos nossos leitores façam o mesmo.