Este circuito foi retirado de um livro antigo nosso (dos anos 90) em que tratamos de antenas de TV. O circuito é indicado tanto para TV analógicas que já não opera mais, mas é atual pois pode ser usado com receptores de FM e mesmo de telecom nas faixas de VHF e UHF.

O projeto que apresentamos agora é mais complexo e tem maior ganho por utilizar dois transistores de RF em cascata. Este circuito também tem algumas sofisticações adicionais, como por exemplo poder amplificar sinais na faixa de VHF e de UHF e de ter a alimentação feita pelo próprio cabo de sinal.

Desta forma, conforme mostra a figura 1, é possível colocar a sua fonte de alimentação junto ao televisor e usar o mesmo cabo para levar a tensão DC ao circuito e para trazer da antena os sinais amplificados.

O circuito é do tipo aperiódico, ou seja, não é sintonizado numa frequência específica, e por isso não necessita de ajustes. No entanto, os filtros podem ser modificados no sentido de cortar sinais que eventualmente possam interferir nos canais recebidos, o que pode ocorrer, por exemplo, se o usuário morar perto de uma emissora de TV ou FM forte.

 

Figura 1
Figura 1

 

 

Também é importante ressaltar que todo booster só amplifica os sinais que recebe, e que, portanto, ele deve ser usado com uma antena que forneça as condições mínimas de recepção para que o circuito seja excitado.

Isso significa que o booster não vai funcionar em locais em que mesmo com antenas sensíveis os sinais sejam muito fracos. No entanto, ele será útil se a antena estiver longe do receptor e houver sinal suficientemente forte onde ela se encontrar para que o booster o amplifique.

Também é interessante observar que, se o leitor for radioamador, pode usar este circuito para ampliar sinais recebidos na faixa dos 2 metros, e alterando as bobinas pode usá-lo em frequências tão baixas como 20 MHz, o que abrange a faixa dos 11 e 10 metros.

 

O CIRCUITO

O circuito é formado por duas etapas em emissor comum com transistores de alto-ganho para RF que chegam à faixa de UHF, sendo por isso empregado em seletores de TV.

Na entrada temos um filtro passa altas que visa cortar os sinais de baixas frequências, abaixo dos 50 MHz, e que, portanto, não correspondem à faixa de TV.

Os sinais acima de 50 MHz são levados à base do primeiro transistor, onde sofrem uma primeira amplificação, aparecendo então no coletor deste componente.

L2 e R3 funcionam como carga de coletor, enquanto C4 transfere o sinal para a base do transistor da etapa seguinte. O sinal novamente é amplificado e aparece sobre L3, sendo transferido para a saída.

Na saída encontramos um filtro separador, que permite que o mesmo cabo seja usado para o sinal e para a alimentação.

O indutor L4 impede então que o sinal amplificado desvie para o setor de alimentação e siga em frente pelo cabo. Este mesmo choque de RF, entretanto, permite que a alimentação DC passe para o diodo D1 e daí para o circuito que alimenta. A polarização de base dos transistores é fornecida pelos resistores R1, R2, R5 e R6.

Os componentes do circuito, principalmente as bobinas, não são críticos, pois eles funcionam como simples choques de RF e não em circuitos sintonizados, o que facilita a montagem mesmo pelos leitores inexperientes.

No entanto, pela elevada frequência dos sinais que devem ser amplificados, especial atenção deve ser dada com as soldagens e com os componentes, principalmente os capacitores, que devem ser cerâmicos de boa qualidade.

Na fonte, que é bastante simples, encontramos a mesma configuração de filtro, que permite separar os sinais amplificados da tensão DC que vai alimentar o Booster.

 

MONTAGEM

O diagrama completo do aparelho é mostrado na figura 2.

 

Figura 2
Figura 2

 

 

A montagem numa placa de circuito impresso deve seguir o layout da figura 3, com atenção especial aos jumpers que ligam os conectores para os cabos de 75 ohms.

 

Figura 3
Figura 3

 

 

As bobinas L1, L2 e L3 são formadas por 4 espiras de fio 28 a 32 autossustentadas, com diâmetro de 0,5 cm, sem núcleo. A bobina L4 é enrolada num núcleo toroidal de 0,5 a 1 cm de diâmetro, ou num núcleo binocular de aproximadamente 0,5 cm, e consta de 4 espiras do mesmo fio das outras bobinas.

Os transistores vêm em invólucro SOT-37 para altas frequências, com a disposição de terminais mostrada no próprio diagrama, e devem ser soldados com cuidado do lado cobreado da placa de circuito impresso.

Podem ser usados outros transistores para UHF e até mesmo somente para VHF, caso o leitor não vá operar o aparelho com as frequências mais altas dos canais 14 a 83. Na utilização de outros transistores, entretanto, identifique corretamente seus terminais e escolha os tipos de baixo ruído.

Os capacitores obrigatoriamente devem ser cerâmicos de boa qualidade e todos os resistores são de 1/8W.

Os conectores de entrada e saída são fixados na própria placa de circuito impresso. Observe que a porca de fixação desses conectores também faz contato com o lado cobreado da placa, de modo a fornecer o fio terra do circuito. Uma boa limpeza no cobre antes de fixar o conector garante um contato perfeito, o que é muito importante para que o circuito funcione sem problemas.

O diodo D1 pode ser de qualquer tipo de uso geral, pois vai trabalhar apenas com corrente contínua.

A fonte de alimentação tem seu diagrama completo dado na figura 4.

 

Figura 4
Figura 4

 

 

Como o consumo do aparelho é extremamente baixo, qualquer transformador com uma corrente a partir de 50 mA pode ser usado. Indicamos 300 mA no diagrama por ser este tipo bastante fácil de encontrar no mercado especializado.

O choque XRF tanto pode ser um micro choque de 47 ou 100 uH como pode ser enrolado pelo montador num pequeno toroide de ferrite, ou mesmo num bastão comum de 0,5 cm. Este choque constará de 10 a 20 voltas de fio esmaltado a partir de 28.

Os capacitores deste circuito devem ser obrigatoriamente cerâmicos, exceto Cl, que é um eletrolítico para 35V de tensão de trabalho.

A disposição dos componentes numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 5.

 

Figura 5
Figura 5

 

 

Observe que os conectores são fixados da mesma forma que na placa do booster. Lembramos que, apesar deste setor operar basicamente com tensão contínua, entre os conectores, e, portanto, por C3, passa o sinal amplificado de alta frequência da antena para o televisor.

Na figura 6 mostramos o modo de se fazer a instalação do sistema.

 

Figura 6
Figura 6

 

 


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