Eis um interessante circuito de alerta ou alarme que além das aplicações sérias, na proteção de seu patrimônio, também pode ser usado em algumas experiências e brincadeiras interessantes. Trata-se de um aparelho que o avisa à distância uma tentativa de roubo ou violação, sem precisar de ligação alguma até o local em que o receptor fica instalado. O alcance é da ordem de 100 metros em condições favoráveis de operação.

Nota: Este circuito saiu na Eletrônica Total 4 de 1988

A utilização deste alarme ou alerta é simples: você o instala em qualquer lugar que deseja vigiar, proteger ou monitorar algum fenômeno ou passagem de pessoa, e quando ele for disparado, em função do que se deseja detectar, um sinal de rádio é enviado ao espaço, podendo ser captado em um rádio comum de FM ligado em determinada frequência livre. O rádio pode ficar a uma distância máxima de 100 metros (dependendo das condições operacionais), eliminando-se assim a necessidade de fios.

Ao ouvir o "apito" no rádio de FM você saberá que o alarme foi disparado, podendo então entrar em ação. Algumas sugestões simples de uso para este sistema podem servir de amostra para sua utilidade:

— Proteger um carro estacionado na rua, sem fios de ligação. Se alguém abrir suas portas o alarme será acionado e um sinal será emitido. Você poderá captar o sinal no seu rádio de cabeceira (rádio relógio), numa frequência livre da faixa de FM;

— Proteger a sede de seu clube de eletrônica. Se alguém entrar indevidamente o alarme será acionado, e você (além de amigos que residam nas proximidades) será avisado;

— Avisa se algum animal cair numa armadilha que você prepare, como por exemplo uma ratoeira.

 

COMO FUNCIONA

A ideia básica deste alarme é simples. Trata-se de um pequeno oscilador de áudio que é ligado a um emissor - de FM. O transmissor fica permanentemente "nó ar", de modo a facilitar a localização do sinal e ter certeza que o sistema está em operação. A presença do sinal de alta frequência ou portadora também é interessante numa vigia demorada, pois ele evita que o rádio fique chiando, quando se encontra fora de estação, por exemplo.

O oscilador de áudio só será ativado quando o sensor utilizado for disparado pelo intruso.

 


 

 

 

Uma sugestão de sensor simples é um fio fino que pode ser interrompido inadvertidamente pelo intruso. Outra possibilidade é um interruptor que será escondido e ativado pela abertura de uma porta ou fechamento de uma armadilha. Na figura 1 mostramos as duas possibilidades de sensores, onde os pontos A, B e C são referentes ao circuito da figura 2.

 


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A alimentação do alarme será feita com 4 pilhas médias (ou 6 para maior alcance). O uso de pilhas médias é recomendado para se obter maior autonomia, apesar do consumo de corrente ser relativamente baixo.

 

MONTAGEM

Para a montagem numa placa de circuito impresso damos o desenho na figura 3.

 


 

 

 

A bobina L1 consta de 3 ou 4 espiras de fio comum enroladas num lápis como referência. O diâmetro aproximado da bobina é de 1cm.

O trimer CV é do tipo plástico ou de porcelana e não é crítico, podendo ter valores máximos entre 10 e 40pF. Ele servirá para ajustar o transmissor numa frequência livre da faixa de. FM.

Os resistores são todos de 1/8 ou 1/4W com tolerância de 5% ou 10%. Os capacitores C3, C4 e C5 devem ser cerâmicos do tipo plate ou disco de boa qualidade. Os demais podem ser tanto cerâmicos como de poliéster.

O transistor Q1 é um unijunção 2N2646 e não admite equivalentes, enquanto que para Q2 temos como equivalentes o BF254 e o BF495. Para maior alcance, alimentando o circuito com 9V ou mesmo 12V, sugerimos a utilização do transistor 2N2218.

A antena consiste num pedaço de fio rígido de 25 a 50cm de comprimento. Uma antena telescópica também serve. Para alimentar o circuito a partir de 12V, com a bateria do carro, por exemplo, use o redutor mostrado na figura 4, onde o integrado usado é o 7806, não sendo necessário o emprego de radiador de calor dada a pequena corrente exigida pelo circuito.

 


 

 

 

PROVA E USO

Para provar o sistema de alerta sem fio você vai precisar de um rádio comum de FM sintonizado numa frequência livre em torno de 100MHz.

Coloque as pilhas no alarme e ajuste o trimer CV até que o sinal mais forte seja captado: Este sinal consiste numa espécie de "sopro" que tampa os ruídos de fundo (o chiado que ouvimos fora das estações).

Quando sintonizar um sinal, para saber se é o mais forte afaste o aparelho do receptor. Se ele sumir logo é porque você pegou um sinal espúrio e não o mais forte. Feito este ajuste, una os pontos A e B do alarme. Deve haver um forte apito no rádio.

Existem duas possibilidades de operação para o alarme: se você usar os terminais A e B o alarme será disparado quando eles forem unidos; neste caso, deve ser usado um interruptor de pressão para provocar este disparo (botão de campainha).

Nesta configuração pode ser aproveitada a ligação do interruptor da luz de cortesia dos automóveis, mantendo os pontos A e B interligados, conforme mostra a figura 5.

 


 

 

 

Usando os borres B e C o sistema será disparado pela interrupção dos fios que unem estes pontos. Neste caso deve ser colocado um fio curto adicional entre os pontos A e B. O sensor pode tanto ser um interruptor do tipo normalmente fechado como um fio fino. A interrupção do fio tino vai provocar o disparo do sistema.

Comprovado o funcionamento é só fazer a instalação. A antena deve ficar longe de objetos metálicos para que seja eficiente. No carro, coloque junto ao vidro.

Nota: Para modificar o tom de áudio emitido pode-se alterar o capacitor C1 ou então o resistor R1. O resistor R1 pode ser substituído por um trimpot de 100k em série com um resistor de 15k para se ter um ajuste do sinal de áudio. Valores mentires de C1 vão tornar ti som mais agudo.

Se tiver dificuldades em fazer o sinal mais forte cair na faixa de FM, altere o número de voltas da bobina L1 ou então a distância entre as espiras, afastando-as umas das outras e depois aproximando-as.