Alimentado com bateria de 9 ou 12V este pequeno transmissor pode chegar a mais de 1km de alcance em condições favoráveis de emissão. A modulação pode ser feita tanto com um pequeno alto-falante usado como microfone, como por um microfone de eletreto. O circuito é bastante simples e usa apenas um transistor.

Nota: Este artigo foi publicado na revista Eletrônica Total 7 de 1989.

Transmissores potentes para a faixa de FM são sempre muito procurados para as mais diversas finalidades. Se bem que a operação como emissora clandestina, e que pode causar interferências nas emissões normais, seja proibida existem aplicações sérias em que esse equipamento tem grande utilidade. Em acampamentos, no ajuste de antenas, como intercomunicador de emergência, como microfone volante em campos de futebol ou festas, este simples aparelho pode ser de grande utilidade.

Um transistor do tipo 2N2218 de boa potência permite que se alcance uma potência da ordem de 150mW com alimentação de 12V, o que com uma antena telescópica pode resultar num excelente alcance.

Na figura 1 damos uma sugestão de caixa para montagem.

 


 

 

 

Observamos que, dado o consumo elevado de corrente do transmissor, as baterias usadas devem ser alcalinas. Uma opção mais econômica e de maior durabilidade é a utilização de 6 ou 8 pilhas comuns, mas a caixa deve ser redimensionada para isso.

 

COMO FUNCIONA

O oscilador de alta frequência que opera entre 88 e 108MHz tem por base um transistor 2N2218 de comutação, que oscila bem até a faixa de VHF, fornecendo uma boa potência.

A frequência de oscilação é determinada pela bobina L1 e pela variável ou trimer CV. Devemos ajustar CV para que o circuito opere numa frequência livre da faixa de FM, de modo a não causar' qualquer tipo de interferência nas emissões de rádios comerciais.

O sinal de alta frequência é levado à antena a partir do coletor pelo capacitor C4. Um problema que ocorre no acoplamento de um oscilador a uma antena é a instabilidade que a aproximação de objetos desta antena pode causar.

Quando aproximamos a mão da antena, por exemplo, isso representa uma capacitância que se soma à de CV, e tende a tirar da frequência o oscilador. Neste instante o sinal "foge" da sintonia, o que é um problema desagradável. Se bem que a operação do aparelho de forma imóvel, não balançando a antena ou aproximando dela qualquer coisa, seja uma solução, existe outra, que é mais conveniente.

Retirando o sinal de uma tomada da bobina em lugar do coletor, podemos encontrar uma posição que "case" a impedância do circuito com a impedância da antena, quando então temos a maior transferência de energia.

Experimentando a ligação da antena em tomadas, conforme mostra a figura 2, podemos encontrar uma posição em que o transmissor apresente a máxima estabilidade e rendimento, sem problemas de fuga de estação quando seguramos ou aproximamos nossa mão da antena.

 

A modulação que permite que o sinal leve sons como a sua voz, vem de um microfone que tanto pode ser de eletreto, como um pequeno alto-falante. Na figura 3 damos o modo de se ligar o de eletreto, que apresenta melhor qualidade de som e sensibilidade do que o pequeno alto-falante.

 


 

 

 

Ligado à base do transistor, o microfone influi ligeiramente na frequência do circuito, de modo a provocar variações com a presença de sons. Isso significa que ocorre uma modulação em frequência (FM) que é detectada no receptor.

O transistor deverá ser montado num radiador de calor, já que por trabalhar com boa potência tende a aquecer. Este radiador pode também ser do tipo de encaixe para o invólucro redondo em que ele se apresenta.

 

MONTAGEM

Na figura 4 damos o diagrama completo deste pequeno transmissor.

 


 

 

 

Podemos realizar a montagem em uma ponte de terminais, conforme mostra a figura 5, caso em que a caixa deve ser um pouco maior que a sugerida na introdução, dada a disposição mais espalhada dos componentes. Na figura 6 damos uma sugestão de montagem em placa de circuito impresso.

 


 

 

 

 


 

 

 

Esta versão é mais compacta, sendo também mais estável.

A bobina L1 consta de 4 ou 5 voltas de fio esmaltado 26AWG, ou mais grosso, em diâmetro de 1cm, sem núcleo: Tomadas na 29 ou espira podem ser previstas para ligação da antena. O trimmer é comum de 3-30pF, ou próximo disso, e todos os capacitores devem ser cerâmicos de boa qualidade.

Os resistores são de 1/4 ou 1/8W com qualquer tolerância, e para a modulação com pequeno alto-falante o transformador é do tipo saída para transistores, com impedância de primário de 200 ohms a 1000 ohms e secundário (ligado ao alto-falante) de 4 ou 8 ohms.

O alto-falante usado como microfone deve ser pequeno, de 5 a 10cm, para que possa ser facilmente instalado na caixa. Para uma versão com eletreto use o tipo de dois terminais.

 

AJUSTE E USO

Terminando a montagem é só conectar a bateria e ligar nas proximidades um receptor de FM sintonizado em ponto livre da faixa, em torno de 100MHz. Ajuste então CV para captar o sinal mais forte a uma distância de uns 5 ou 6 metros. Depois afaste-se o máximo possível para verificar se o sinal permanece. Se o sinal sumir é porque você sintonizou uma harmônica, ou seja, um sinal mais fraco de frequência múltipla.

Comprovado o funcionamento, tente melhorar a estabilidade ligando a antena em tomadas da bobina. Procure uma posição em que a movimentação da antena não cause a fuga do sinal.

Depois de verificado o funcionamento, é só usar o transmissor. Para o uso recomendamos sempre que o aparelho seja movimentado o mínimo possível e que a antena seja mantida em posição vertical.

 

A ENERGIA DO SOL

O Sol, segundo os cálculos dos astrofísicos, brilha há mais de 5 bilhões de anos e tem suprimento de energia para brilhar outro tanto. Mas, de onde vem essa energia? O que o Sol "queima" para conseguir emitir tanto calor, capaz de iluminar e aquecer a enorme superfície de toda a Terra, assim como os demais planetas?

Na verdade, o Sol não "queima" nenhum combustível, como estamos acostumados a ver. A energia que obtemos da queima de combustíveis como a madeira, o carvão, a gasolina ou o álcool, é uma energia de natureza química. As reações liberam luz e calor que podem eventualmente ser transformados em outras formas de energia.

No Sol o que ocorre é uma reação nuclear que tem um rendimento milhões de vezes maior do que uma reação química comum. Assim, se a queima "química" de um litro de combustível, da maneira comum, num carro por exemplo, nos fornece energia para levar um veículo de uns 600 quilos a 10 quilômetros de distância, a "queima" nuclear da mesma quantidade de combustível pode movimentar todos os veículos de uma cidade como São Paulo durante anos!

É o que acontece no Sol. Uma reação nuclear consome o hidrogênio de que ele, em sua maior parte, é feito, transformando-o em hélio. Nesta reação nuclear uma enorme quantidade de energia é liberada e enviada ao espaço.

Como o rendimento do processo é muito grande, calcula-se que o Sol precise "queimar" apenas alguns milhões de toneladas de hidrogênio por dia para fornecer todo o calor e luz que precisamos, e seu tamanho, maior ainda, um milhão e trezentas mil vezes maior que a Terra, explica-se porque ele está emitindo calor há muito tempo e poderá emitir ainda muito mais energia.