O que são

As válvulas são hoje em dia componentes raros, se bem que não as possamos considerar "fora de moda".  De fato, além de muitos colecionadores de aparelhos antigos estarem muito familiarizados com esses componentes, existem ainda os adeptos do som "puro" que ainda em nossos dias comprar equipamentos de som valvulados de custo altíssimo.

Veja também:

Fontes para aparelhos valvulados (V009)

Como fazer montagens com válvulas (V006)

Manuais de válvulas (downloads) (V003)

As válvulas - o que você precisa saber (V001)

De qualquer forma, pode perfeitamente ocorrer que o leitor tenha, um dia qualquer, de testar uma válvula comum e aí precisará saber como isso deve ser feito.

As válvulas são componentes ativos, ou seja, que geram ou amplificam sinais, sendo formadas por um tubo de vidro dentro do qual existe um certo número de elementos ou eletrodos, conforme a figura 1.

 

No tipo mais simples, a válvula diodo (a) temos um filamento que aquece um catodo que emite elétrons, os quais são captados pelo anodo. Desse modo, a corrente flum num único sentido.

Na válvula triodo, uma grade de controle é colocada entre o anodo e o catodo, de modo que uma tensão aplicada nesse elemento pode controlar o fluxo de elétrons. Se a tensão aplicada for um sinal, a corrente entre o anodo e o catodo variará conforme esse sinal, havendo portanto uma amplificação.

Existem ainda válvulas com duas grades (tetrodo) e com três grades (pentodo) conforme mostra a mesma figura.

 

O que devemos testar

a) Teste de Filamento

O teste mais simples e imediato é o que revela se uma válvula está o não queimada, ou seja, o teste de continuidade de filamento.

 

b) Teste de Emissão

A capacidade de emissão de elétrons do catodo de uma válvula diminui com o tempo e com isso sua capacidade de oscilar ou amplificar. Em outras palavras a válvula "enfraquece" com o tempo. Para testar a emissão é mais difícil pois deve ser usado um circuito especial.

 

Instrumentos Usados no Teste

* Multímetro

* Provador de continuidade

 

Para a prova de emissão existem provadores especiais, que já são raros, como o da figura 2.

 

Nele, a válvula é encaixada num soquete e as chaves de polarização dos diversos eletrodos são colocadas nas posições que correspondem ao seu tipo, conforme a pinagem. O provador simula então suas condições de operação, aquecendo o filamento e aplicando tensões nos seus eletrodos. O instrumento indicará então se ela está ou não em boas condições.

 

Que Válvulas podem Ser Provadas

Válvulas termiônicas comuns com tensões de filamento de 1,0 a 120 V.

 

Procedimento

A prova dada a seguir é de continuidade do filamento, revelando apenas se ela está "queimada".

 

a) Coloque o multímetro numa escala baixa de resistências e zere-o. Para o provador de continuidade, apenas coloque-o em condições de funcionar.

 

b) Identifique os terminais da válvula correspondentes aos filamentos. Observe pela figura que a contagem dos pinos é feita no sentido horário a partir do espaçamento maior ou marca.

 

c) Meça a continuidade do filamento

 

A figura 3 mostra como essa prova deve ser feita.

 

 

Interpretação da Prova

A resistência do filamento a frio é menor do que à quente. Mas mesmo assim, nunca são maiores do que algumas centenas de ohms. Assim, se na prova de continuidade, o resultado for uma baixa resistência é porque a válvula não se encontra queimada. O que pode ocorrer é que eventualmente ela esteja fraca. No entanto, se for lida uma resistência infinita ou extremamente alta é sinal de que a válvula se encontra queimada.

Observamos que para a realização dessa prova é preciso conhecer a pinagem da válvula. Para isso, o leitor deve possuir o diagrama do aparelho que ela se encontra ou ainda consultar um manual de válvulas. Normalmente digitando em programas de busca na Internet o tipo de válvula pode-se conseguir uma folha de dados com sua pinagem.

Também o leitor deve ficar atento para o caso de existirem válvulas com filamentos duplos operando com 6 ou 12 V conforme eles sejam ligados em série ou em paralelo.

 

Outras Provas

Duas provas adicionais podem ser realizadas nas válvulas para determinação do seu estado.

A mais simples, que pode ser realizada com o multímetro numa escala baixa de resistências ou com o provador de continuidade é a de curto-circuito entre elementos. Pode-se detectar, por exemplo, se existe um curto entre a grade e o catodo, conforme mostra a figura 4.

 

 

Para a prova de emissão deve-se montar o circuito da figura 5.

 

Ajustando-se o potenciômetro, a corrente de anodo deve aumentar. Se isso não ocorrer a válvula tem problemas. A tensão aplicada ao filamento depende da válvula, devendo o leitor possui um manual para consultar (para a pinagem).

Se possível também é conveniente descobrir as tensões normais de operação dessa válvula para a realização de um teste mais seguro.

 

Observações

Lembramos que o primeiro número das válvulas com nomenclatura americana indica a tensão de filamento. Por exemplo 6V6 = 6 V de filamento; 12AU7 = 12 V de filamento; 50C5 = 50 V de filamento.