O projeto experimental apresentado pode gerar sinais até uns 800 MHz, dependendo das bobinas e mesmo mais, com a troca do transistor. O circuito prevê a modulação dos sinais por um microfone, e o seu alcance pode chegar a algumas centenas de metros dependendo do receptor e do sistema de antenas.

O transmissor apresentado para operação em distâncias pequenas não necessita de antena, ou a antena pode ser muito pequena, da ordem de alguns centímetros, embutida na própria caixa que aloja o circuito.

A frequência depende da bobina e dos componentes usados, sendo ajustada num trimmer comum.

Dada a frequência elevada de operação, o circuito é crítico, exigindo que o layout da placa e a qualidade dos componentes sejam observados com atenção.

O circuito é bastante simples consistindo num oscilador em que a realimentação que mantém o transistor oscilando vem de um capacitor entre o coletor e o emissor.

Este capacitor deve ter um valor muito baixo, da ordem de 1 pF, o que dificulta sua obtenção no mercado.

Assim, esse componente pode ser construído com fio comum torcido, conforme mostra a figura 1.

 

   Figura 1 – A construção caseira de C3
Figura 1 – A construção caseira de C3

 

Temos diversos transistores comuns, usados em seletores de TV analógica para a faixa de µHF, que podem ser utilizados no projeto.

Alguns tipos com a pinagem são mostrados na figura 2.

 

    Figura 2 – Transistores recomendados
Figura 2 – Transistores recomendados

 

Os demais componentes exigem alguns cuidados, por exemplo, os capacitores que devem ser todos cerâmicos.

O sinal modulador é obtido de um microfone de eletreto de dois terminais conectado diretamente à base do transistor.

A bobina osciladora L1 tem apenas meia espira, no caso, obtida de uma trilha da própria placa de circuito impresso.

Em paralelo com ela é ligado o capacitor ajustável de sintonia que determina a frequência de operação.

O circuito pode ser alimentado por tensões de 3 a 6 V obtida de pilhas comuns.

 

Montagem

Na figura 3 temos o diagrama completo do pequeno transmissor de µHF.

 

   Figura 3 – Diagrama do micro-transmissor de µHF
Figura 3 – Diagrama do micro-transmissor de µHF

 

A pequena placa de circuito impresso, mostrada na figura 4, possibilita sua instalação numa caixa muito pequena.

Podem até ser prevista a utilização de pilhas AAA na sua alimentação.

 

   Figura 4 – Placa de circuito impresso
Figura 4 – Placa de circuito impresso

 

Para os trimmers existem diversas possibilidades, dando-se preferência aos tipos que operem em frequências elevadas.

Estes trimmers com base de porcelana podem ser de um dos dois tipos mostrados na figura 5.

 

   Figura 5 – Tipos de trimmers
Figura 5 – Tipos de trimmers

 

Veja que na posição em que as placas estão abertas, temos menor capacitância e então a frequência do sinal é maior.

Para experimentar o aparelho você precisará de um receptor de µHF.

Um televisor que sintonize os canais acima do 14 pode ser usado, pois no funcionamento do transmissor, o receptor captará seu som, ou então a interferência que ele causa, na forma de barras na tela ou simplesmente a torna se torna cinza.

A pequena antena pode ser ligada no meio da bobina osciladora.

Esta antena pode ser um pedaço de fio de 5 a 12 cm de comprimento.

Uma antena maior poderá instabilizar o circuito, afetando seu funcionamento.

 

Q1 – Transistor de µHF – ver texto

MIC – microfone de eletreto de dois terminais

CV – trimmer de 1-10 pF ou menor

L1 – Bobina impressa - ver texto

S1 – Interruptor simples – opcional

B1 – 3 ou 6 V – duas ou quatro pilhas

R1 – 2k2 x 1/8 W – resistor – vermelho, vermelho, vermelho

R2 – 4k7 x 1/8 W – resistor – amarelo, violeta, vermelho

R3 – 5k6 x 1/8 W – resistor – verde, azul, vermelho

R4 – 47 Ω x 1/8 W – resistor – amarelo, violeta, preto

C1 e C4 – 100 nF – capacitores cerâmicos

C2 – 2n2 – capacitor cerâmico

C3 – 1 pF – ver texto – capacitor caseiro

Diversos:

Placa de circuito impresso, caixa para montagem, suporte de pilhas, fios, solda, etc.