Estamos constantemente preocupados com as catástrofes que ocorrem aqui na terra, quer seja por acidentes naturais como tsunamis, erupções vulcânicas, degelo de glaciares, furacões, enchentes que nos esquecemos de olhar para cima e analisar a possibilidade de ameaças que venham do céu. E elas não são poucas e nem raras.

Na internet vemos constantemente mensagens alarmistas que falam em meteoros e cometas se aproximando da terra, tsunamis, vulcões prestes a explodir e muita coisa que na maioria dos casos não tem nenhum fundamento.

Muitas dessas mensagens alarmistas vem de fontes que não têm conhecimento científico mínimo para escrever sobre o assunto. Um exemplo que podemos dar é de um “enorme meteoro que ameaçaria a terra” e o alerta da NASA falava de um meteoro de pouco mais de 5 metros de diâmetro que passaria a 20 000 000 de quilômetros daqui.

O fato é que muitos destes sites não são confiáveis se aproveitando também do desconhecimento que a maioria das pessoas tem sobre o assunto, coisas como a astronomia, a tecnologia e muito mais.

Mas, as ameaças que podem vir do céu existem e são reais desde que saibamos realmente o que elas significam e temos alguns exemplos.

Uma primeira ameaça é a do lixo espacial, detritos de foguetes, estações espaciais e satélites que ficando em órbita por algum tempo, chegando a anos, quando caem não avisam onde e não são pequenos a ponto de desprezarmos uma possibilidade de estragos. Há algumas semanas, por exemplo, restos de uma estação espacial entrou na atmosfera deixando um rastro de fogo, e uma bola azulada fotografada nos últimos dias nos céus de Minas Gerais (*) e mesmo São Paulo, parece indicar que algo não muito pequeno entrou na nossa atmosfera.

Se bem que muitos destes restos não sejam muito grandes, pesando no máximo algumas toneladas, não se deve desprezar o estrago que podem fazer caindo numa região povoada. A reentrada de um desses objetos se dá uma velocidade próxima de 28 000 quilômetros por hora! A NASA está estudando a possibilidade de destruir esses objetos usando raios LASER. Mas, não são esses pequenos objetos feitos pelos homens que consistem na ameaça maior.

Vagando no espaço em nosso sistema solar existem bilhões de rochas que vão desde alguns metros até mais de 300 quilômetros de diâmetro e que, de tempos em tempos, se aproximam da terra e até cruzam perigosamente sua órbita podendo cair em qualquer lugar. Estes meteoritos estão constantemente passando perto de nós e não se descarta a possibilidade de um deles cair aqui com um efeito destrutivo maior que muitas bombas atômicas.

No dia 11 de abril último passo a apenas 691 mil quilômetro da terra o asteroide 2016 FV12 de 27 metros de comprimento pesando 31 000 toneladas. A uma velocidade de 10 km por segundo, seu impacto causaria o mesmo efeito destrutivo de 19 bombas atômicas semelhantes a que caiu em Hiroshima e existem outros muito maiores! No site WWW.apolo11.com o leitor pode ter uma ideia do que nos ameaça!

Esse site informa sobre os asteroides que se aproximam da terra, dando informações como tamanho e a distância mínima de sua passagem próxima da terra.

Felizmente, dos bilhões de asteroides que vagam em nosso sistema, a maioria além de Netuno numa região denominada Nuvem de Oort e no Cinturão de Kuiper somente recebemos o impacto de um grandão a cada milhares de anos. Felizmente também hoje temos como vigiar o céu e tentar fazer alguma coisa se algum nos ameaçar.

Existem planos, por exemplo, de que se um grande vier em direção à terra, solta-se um foguete em sua direção e perto dele detona-se uma bomba atômica (a milhares de quilômetros da terra). O efeito da bomba pode mudar sua direção desviando-o de nosso planeta. Mas se for muito grande mesmo, aí não me pergunte o que fazer...

(*) A versão original deste artigo é de 2016, tendo saído na revista Novitá de Guarulhos, mas o assunto ainda é atual e ele foi atualizado em 2018.