Escrito por: Newton C. Braga

Diversos tipos de alterações fisiológicas ocorrem quando uma pessoa se encontra num ponto próximo ao esgotamento, mesmo que ela não perceba isso. Uma dessas alterações e na resistência da pele devido à atividade das glândulas de suor e da própria mudança de comportamento das células próximas.

Uma maneira de se detectar este estado de stress ou mesmo de tensão consiste em se monitorar a resistência da pele, o que pode ser feito facilmente com a ajuda do aparelho que descrevemos.

Podemos dizer que se trata de um polígrafo bastante simples e sensível, que também serve como detector de mentiras e para acusar pontos de acupuntura se os eletrodos forem modificados.

Na figura 1 temos o modo como um polígrafo é usado para detectar variações da resistência da pele de uma pessoa.

 

Figura 1 – Detectando variações da resistência da pele
Figura 1 – Detectando variações da resistência da pele

 

Estas variações tanto podem indicar tensões emocionais associadas a uma mentira (detector de mentira) como podem ajudar na concentração ou ainda para medir o estado de tensão ou stress.

O circuito consiste basicamente numa sensível ponte de Wheatstone com um transistor comum e a indicação da resistência da pele sendo fornecida por um microamperímetro comum.

A alimentação pode ser feita com 4 pilhas pequenas ou ainda uma bateria de 9 V e seu consumo é muito baixo.

 

Como Funciona

Na figura 2 temos o diagrama completo do Medidor de Stress.

 

Figura 2 – Diagrama completo do aparelho
Figura 2 – Diagrama completo do aparelho

 

Um instrumento indicador, preferencialmente do tipo que contém o zero no centro da escala (como do projeto anterior) e' colocado numa ponte de Wheatstone de modo a monitorar seu equilíbrio.

Um dos ramos da ponte contém um transistor bipolar comum que serve como elemento amplificador para a corrente que circular pelos eletrodos de prova.

Estes eletrodos são seguros pela pessoa que deseja testar seu stress, de modo que uma corrente circule por sua pele e por seu corpo.

Essa corrente é da ordem de milionésimos de ampère, muito fraca, portanto, para causar qualquer dano ou sensação. A pessoa não sente absolutamente nada.

No entanto, a intensidade desta corrente vai depender da resistência da pele da pessoa e da maneira como ela segura os eletrodos, o que permite avaliar pelo sua valor o estado de stress. Para uma alimentação com pilhas, a corrente será da ordem de milionésimos de ampère, o que é insuficiente para causar qualquer choque ou sensação.

Uma pessoa tensa que tenha a mão mais suada que o normal, ou que esteja com problemas emocionais, tem uma resistência menor e a corrente indicada pelo instrumento é maior.

Uma pessoa com problemas de insegurança, por exemplo, não consegue manter firme a tensão nos eletrodos e a corrente indicada sofre variações que são observadas pelo movimento da agulha.

 

Montagem

A disposição dos componentes numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 3.

 

Figura 3 – placa para a montagem
Figura 3 – placa para a montagem

 

O transistor admite equivalente, já que qualquer NPN de uso geral pode ser usado. O instrumento M1 preferencialmente deve ser um microamperímetro de 50-0-50 µA com zero no centro da escala, mas os tipos de 200 µA ou próximo disso, que são encontrados com mais facilidade, também podem ser usados.

Os eletrodos são duas pilhas gastas com a tinta externa raspada, de modo a se tornarem condutoras quando seguras pelas mãos da pessoa testada.

Os resistores são de 1/3 W ou maiores e o interruptor S1 é do tipo comum. O potenciômetro tanto pode ser linear como log e será fixado no painel de modo que se tenha acesso por meio de um botão externo.

 

Prova e Uso

Ligue o aparelho e peça para alguém segurar os eletrodos firmemente. Ajuste então P1 para que o instrumento indique zero (meio da escala nos tipos de 200 µA). Em seguida peça para a pessoa se concentrar e observe o instrumento indicador.

Numa pessoa com bom controle emocional e livre do stress a agulha do instrumento deve permanecer estacionária por pelo menos 3 minutos. Se a pessoa tiver algum problema de stress ela não conseguirá manter o equilíbrio emocional e, portanto, a tensão nos eletrodos, o que será facilmente observado pelo movimento da agulha do instrumento, que vai sair do zero.

Na figura 4 ilustramos o modo de se usar o aparelho.

 

Figura 4 – Usando o aparelho
Figura 4 – Usando o aparelho

 

Peça para a pessoa se concentrar e segurar os eletrodos com uma tensão absolutamente constante.

Sempre que fizer o teste com alguém será preciso zerar o instrumento, tanto para adaptar as características da pessoa ao circuito como também para compensar o desgaste natural das pilhas ou bateria.

 

 

Semicondutores:

Q1 - BC548 ou equivalente transistor NPN de uso geral

 

Resistores: (1/3W, 5%)

R1, R2 - 10 k Ω - marrom, preto, laranja

R3, R4, R5 - 1 k Ω - marrom, preto, vermelho

P1 - 47 k Ω - potenciômetro

 

Diversos:

X1, X2 - eletrodos - ver texto

S1 - Interruptor simples

M1 - microamperímetro - ver texto

B1 - 6/9 V - 4 pilhas ou bateria