Escrito por: Newton C. Braga

A utilização de campos magnéticos de diversos tipos como forma de terapia para muitas doenças é matéria controvertida, mas mesmo assim proliferam os dispositivos e artefatos que são oferecidos às pessoas interessadas a custos extremos. O que descrevemos neste artigo é uma alternativa barata e segura que está ao alcance de todo leitor que domine um pouco a eletrônica.

Palmilhas e travesseiros com imãs, aplicadores que geram campos magnéticos estáticos ou variáveis com frequências situadas entre poucos hertz a até alguns quilohertz, pulseiras com imãs e muitos outros, são dispositivos que encontramos nas lojas que trabalham com terapias alternativas.

Se bem que os efeitos benéficos de tais campos não tenham sido ainda comprovados pela ciência, também não há registro de que façam mal nas intensidades com que são usados nos diferentes casos.

Se o leitor deseja ter um aplicador para finalidades experimentais ou mesmo porque sentiu algum efeito benéfico com aplicação anterior (mesmo que seja psicológico), damos neste artigo um projeto simples e bastante eficiente.

Trata-se de um gerador de campos magnéticos em duas faixas de freqüências: entre 1 Hz e 20 Hz e entre 50 Hz e 1 000 Hz.

Alimentado por pilhas comuns, ele tem uma potência da ordem de 1 W e é totalmente à prova de choques.

São usados dois circuitos integrados de baixo custo e sua montagem não oferece dificuldades ao leitor.

 

Características:

Tensão de alimentação: 6 V

Corrente máxima: 300 mA (tip.)

Potência de saída: 1 W (tip.)

Faixas de freqüências: 1 Hz a 20 Hz e 50 Hz a 1 000 Hz

 

COMO FUNCIONA

Os sinais das freqüências que devem produzir os campos magnéticos são gerados por um oscilador com base numa das portas do circuito integrado 4093.

Neste circuito o capacitor conectado (C2 ou C3) determina a faixa de freqüências, enquanto que P1 faz seu ajuste fino.

O sinal gerado por este oscilador é retangular, sendo então aplicado a outras três portas do mesmo integrado que funcionam como buffers inversores.

Temos na saída desta porta um sinal de boa intensidade que excita via P1, um amplificador integrado do tipo TDA7052.

 

Na saída deste amplifica-dor, que com apenas 6 V, desenvolve-se uma potência de 1 W.

Este sinal é então levado a uma bobina de aplicação que pode ter os mais diversos formatos segundo a vontade do leitor.

 

MONTAGEM

Na figura 1 temos o diagrama completo do aplicador.

 

 

   Figura 1 – Diagrama do aplicador
Figura 1 – Diagrama do aplicador

 

 

A disposição dos componentes com base numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 2.

 

 

   Figura 2 – Placa de circuito impresso para a montagem
Figura 2 – Placa de circuito impresso para a montagem

 

 

Os resistores são de 1/8 W com 5% ou mais, e os capacitores são cerâmicos ou de poliéster, exceto C1 que é um eletrolítico de valor não critico, com tensão de trabalho a partir de 6 V.

P1 e P2 são potenciômetros comuns.

As pilhas são instaladas em suportes e S1 pode ser conjugada ao potenciômetro P2 de controle de intensidade.

S2 é uma chave de 1 pólo x 2 posições que serve para selecionar as faixas de operação do aparelho.

A bobina X1 é formada por pelo menos 150 voltas de fio 28 que pode ter um dos formatos mostrados na figura 3.

 

 

   Figura 3- Formatos para a bobina
Figura 3- Formatos para a bobina

 

 

O formato escolhido dependerá da aplicação desejada, por exemplo, para correr sobre a pele, para enfiar um dedo ou a mão etc.

 

PROVA E USO

Os campos magnéticos, em princípio não podem ser percebidos pelos nossos sentidos, de modo que precisamos de recursos especiais para fazer sua detecção.

Uma forma simples consiste em aproximar da bobina um rádio de ondas médias sintonizado fora de estação.

A bobina funciona como um “injetor de sinais" e o seu campo poderá ser ouvido no alto-falante.

O ajuste para o uso vai depender da aplicação que se tem em mente: com S2 fechada temos freqüências mais baixas e com ela aberta temos as freqüências

mais altas.

P1 ajusta a freqüência de cada faixa e P2 a intensidade do campo.

 

 

Semicondutores:

Cl1 - 40938 - circuito integrado CMOS

Cl2 - TDA7052 - circuito integrado amplificador

 

Resistores (1/8 W, 5%):

R1 - 47 k Ω

P1 - 1 M Ω - potenciômetro

P2 - 10 k Ω - potenciômetro

 

Capacitores:

C1 - 100 µF x 6 V - eletrolítico

C2 - 10 nF - cerâmico ou poliéster

C3 - 47 nF - cerâmico ou poliéster

C4 - 100 nF - cerâmico ou poliéster

 

Diversos:

B1 - 6 V - 4 pilhas pequenas ou médias

S1 - interruptor simples

S2 - interruptor simples ou chave de 1 pólo x 2 posições

X1 - Bobina aplicadora - ver texto

Placa de circuito impresso, suporte de pilhas, caixa para a montagem, botões para os potenciômetros, forma para bobina, fios, solda etc.