A presença de objetos estranhos numa sala como microfones ocultos, cabos, objetos de metal, etc. é algo com que todo espião o investigador deve se preocupar. Também é importante ter meios de se detectar objetos de metal em pacotes, malas e outros locais pois eles podem indicar a presença de armas e objetos perigosos.

O simples detector de metais que descrevemos aqui tem um alcance da ordem de 10 a 15 cm, o que é suficiente para acusar a presença de objetos dentro de paredes, móveis e pacotes.

A principal vantagem deste circuito está no fato de que ele é extremamente simples, pois faz uso de um radio transistorizado comum como elemento indicador.

Um circuito mais elaborado será dado no projeto seguinte, observando-se a necessidade do leitor já ter para sua montagem maior experiência com circuitos, pois se trata de montagem mais crítica.

Assim, para os leitores com menos experiência em eletrônica, este é o projeto indicado.

Montado numa caixinha e preso a um rádio AM comum pequeno através de um elástico, esse circuito pode detectar a presença dos objetos pela mudança do sinal

reproduzido no alto-falante do radinho.

 

Como Funciona

Um circuito oscilador de rádio freqüência, ou seja, que gere sinais de rádio, normalmente emprega um circuito LC (Bobina-Capacitor) para determinar sua freqüência de operação.

Assim, num circuito Hartley, como o que usamos neste projeto, a frequência depende tanto da indutância da bobina como do ajuste do capacitor CV, conforme ilustrado na figura 1.

 

Figura 1 – Frequência do oscilador Hartley
Figura 1 – Frequência do oscilador Hartley

 

No entanto, a bobina apresenta uma indutância que depende de diversos fatores como, por exemplo, a presença de objetos em suas proximidades os quais possam alterar a concentração das linhas de força do campo magnético que ela gera.

Assim, a presença de objetos de metal nas proximidades de uma bobina, conforme mostra a figura 2, altera a indutância da bobina e com isso a freqüência do circuito oscilador em que ela está ligada.

 

  Figura 2 – Como um objeto de metal muda a frequência de um circuito
Figura 2 – Como um objeto de metal muda a frequência de um circuito

 

 

Basta então aproximar essa bobina de qualquer local que, se nele existir um objeto de metal que possa modificar seu campo magnético, para que a freqüência do oscilador mude.

Será justamente esse o princípio de funcionamento aproveitado no nosso detector de metais.

Teremos uma bobina que estará ligada num circuito que gera um sinal captado por um radinho colocado nas suas proximidades. Se essa bobina se aproximar de qualquer objeto de metal, a freqüência do oscilador muda e isso será detectado pelo radinho, pois o sinal sairá da freqüência sintonizada.

A sensibilidade do circuito depende de diversos fatores como da seletividade do radinho e do próprio tamanho da bobina.

Com as dimensões dadas para a bobina, até mesmo uma simples moeda colocada nas suas proximidades será o suficiente para termos uma mudança sensível da freqüência de operação do oscilador.

 

O circuito

O circuito consiste num oscilador Hartley em que a freqüência é ajustada para cair dentro da faixa de ondas médias. Através do ajuste de um capacitor variável procura-se uma freqüência livre na faixa.

O sinal consiste simplesmente na portadora de RF que, ao ser captada, simplesmente, cobre o chiado de fundo que normalmente existe quando o receptor está fora de estação.

Como o rádio fica junto ao oscilador, ele não precisa ser de grande potência. Apenas quatro pilhas são suficientes para alimentá-lo e proporcionar com isso os resultados esperados.

A realimentação que mantém o circuito oscilando é dada pela derivação da bobina e pelo capacitor C1 juntamente com R1.

 

Montagem

Na figura 3 temos o circuito completo do oscilador que é alimentado por pilhas comuns.

 

Figura 3 – Diagrama completo do oscilador detector de metais
Figura 3 – Diagrama completo do oscilador detector de metais

 

A placa de circuito impresso para essa montagem é mostrada na figura 4, se bem que outras técnicas de montagem possam ser adotadas, já que se trata de circuito bastante simples.

 

Figura 4 – Montagem simplificada usando uma ponte de terminais
Figura 4 – Montagem simplificada usando uma ponte de terminais

 

 

A bobina é formada por 20 + 20 espiras de fio 28 ou mais fino numa forma de plástico de 15 a 30 cm de diâmetro. Uma forma de torta de plástico serve perfeitamente para essa finalidade.

Na figura 5 mostramos como o leitor pode enrolar essa bobina na forma e sobre ela fixar a caixinha de plásticos com os demais componentes do circuito e o próprio rádio AM.

 

   Figura 5 – Prendendo a caixa do oscilador junto a um rádio AM
Figura 5 – Prendendo a caixa do oscilador junto a um rádio AM

 

Os capacitores devem ser cerâmicos e o transistor admitem equivalentes como o 2N2222, BF494, desde que a disposição dos terminais seja observada.

O capacitor variável pode ser obtido de qualquer rádio AM transistorizado fora de uso. Apenas tome cuidado para usar a seção de AM e não FM para obter maior faixa de variação de freqüências.

 

Prova e Uso

Para provar, basta ligar o circuito e o rádio AM sintonizado fora de estação.

Acione S1 e ajuste CV até captar o sinal do oscilador. Esse sinal será reconhecido facilmente, pois ele tampa o chiado de fundo, que ocorre quando o receptor está fora de estação.

Faça testes com objetos de metal, aproximando-os da bobina para verificar a sensibilidade do aparelho. A presença dos objetos faz com que o sinal sintonizado “escape” da sintonia.

Para usar, basta ligar o circuito, ajustar CV para que o sinal seja captado numa freqüência livre da faixa de AM, e aproximar a bobina do local em que se deseja pesquisar a presença de metais. A fuga do sinal indica a presença de metal.

 

Q1 – BC548 ou equivalente – transistor NPN de uso geral

CV – Capacitor variável de rádio AM

S1 – Interruptor simples

R1 – 22 k Ω x 1/8 W – resistor – vermelho, vermelho, laranja

C1 – 2,2 nF – capacitor cerâmico

C2 – 100 nF – capacitor cerâmico

B1 – 6 V – 4 pilhas pequenas

L1 – Ver texto

 

Diversos: rádio AM transistorizado, placa de circuito impresso, suporte de pilhas, caixa para montagem, fios, solda, etc.