O melhor meio de proteger o carro nem sempre é um alarme que toca quando o ladrão já está no seu interior (na verdade, o Código Nacional de Trânsito considera falta média os alarmes barulhentos que disparam sem motivo e perturbam o sossego público). Um meio alternativo que deve ser analisado, é desestimular qualquer ação de um ladrão evitando que ele tente qualquer coisa, por verificar que o carro se encontra protegido. Um "engana ladrão" que fará com que os amigos do alheio se afastem de seu veículo procurando outro, menos protegido, é o que descrevemos neste artigo.

Mais vale prevenir do que remediar! Com esta frase resumimos a proposta de nosso projeto.

Descrevemos a montagem de um circuito que consiste simplesmente num pisca-pisca de LEDs mas colocado num local bastante visível, por exemplo instalado no painel do carro, e que possui dois elos de ligação com a direção e a alavanca de mudança de marchas.

Evidentemente, o circuito não acionará alarme ou qualquer dispositivo de proteção real, mas dará a impressão visual de que ele protege e muito bem o veículo!

Observando o carro antes de uma ação, o ladrão terá a nítida impressão que o elo feito com fios comuns enlaçando a direção e alavanca de marchas, consistem em proteções reais e certamente procurar outro carro para roubar.

Os elos são simples de instalar, já que podem ser encaixados por meio de plugues e quando isso é feito, o circuito é ativado imediatamente fazendo com que os LEDs pisquem alternadamente.

Na condição de espera, sem os elos (que podem ser retirados facilmente) o consumo é praticamente nulo e com os LEDs piscando o consumo é baixo, o que significa que ele pode ficar permanentemente ligado.

Veja que, para desativar o sistema basta retirar os elos, coisa que somente o proprietário do veículo sabe.

Para um intruso, tudo vai indicar que removendo este elo, o alarme vai disparar.

Uma caixa com botões e indicadores serve para confundir ainda mais o intruso.

É claro que o aparelho pode ser usado em lojas para simular a proteção de objetos valiosos ou mesmo em passagens para desestimular a entrada de intrusos.

 

Aspecto Didático:

O uso de dois transistores numa configuração astável tradicional e não utilizando componentes de gerações mais modernas como circuitos integrados tem uma finalidade didática.

De fato, os multivibradores fazem parte do currículo dos cursos técnicos e comumente os estudantes são "convidados" a fazer um projeto prático que utilize esta configuração e que possa ser implementado com facilidade.

Esta configuração é, portanto, uma boa oportunidade para colocar em práticas os conhecimentos sobre multivibradores dos cursos técnicos.

 

COMO FUNCIONA

O circuito funcionalmente consiste num multivibrador com dois transistores onde a freqüência é determinada pelos capacitores C1 e C2.

O montador pode experimentar capacitores de 1 µF a 22 µF, de modo a obter a freqüência que desejar para as piscadas.

Quando em funcionamento, os transistores conduzem alternadamente fazendo com que os LEDs ligados aos seus coletores pisquem.

Os resistores em série com os LEDs determinam a intensidade das suas piscadas e podem ser alterados, mas não muito para não elevar demais o consumo de energia do aparelho.

 

MONTAGEM

Na figura 1 temos o diagrama completo do "engana ladrão".

 

Diagrama completo do alarme psicológico.
Diagrama completo do alarme psicológico.

 

Como se trata de montagem simples e didática, podemos fazer uso de uma ponte de terminais, conforme mostra a figura 2.

 

Montagem do alarme psicológico em ponte de terminais.
Montagem do alarme psicológico em ponte de terminais.

 

É claro que os leitores dotados de recursos, podem fazer a montagem numa placa de circuito impresso.

Nesta montagem, o montador deve ter cuidado para não deixar os terminais dos componentes encostarem uns nos outros nos pontos em que eles se cruzam.

Também é muito importante observar as posições dos transistores e as polaridades dos LEDs e capacitores eletrolíticos.

Se qualquer componente for invertido o aparelho não vai funcionar.

Observe que a conexão dos elos de proteção é feita por meio de bornes.

Na figura 3 temos a disposição dos componentes numa placa de circuito impresso.

 

Disposição dos componentes numa placa de circuito impresso.
Disposição dos componentes numa placa de circuito impresso.

 

Evidentemente, uma montagem em placa de circuito impresso é muito mais segura e compacta permitindo o uso de uma caixa menor.

Nas duas versões, o alarme é ligado a qualquer ponto da fiação do carro que tenha tensão de 12 V da bateria disponível.

O ponto de terra é ligado ao chassi ou massa do carro em qualquer ponto.

Um ponto bastante acessível para ligação dos +12 V é o fio que alimenta o rádio do carro e que normalmente não é desligado quando a chave do contacto é retirada.

Para uma versão doméstica o circuito pode ser alimentado com 9 V de uma fonte ou ainda de 6 pilhas comuns.

No entanto, na versão com pilhas o circuito não deve ficar ligado permanentemente para não haver desgaste muito rápido da fonte de energia.

Os LEDs podem ser de qualquer cor e os transistores admitem equivalentes.

Os capacitores eletrolíticos devem ter uma tensão de trabalho de 16 V ou mais.

Para testar o aparelho ligue os elos de proteção e alimente o circuito com 12 V.

Os LEDs devem piscar alternadamente.

Se quiser modificar a freqüência das piscadas altere os valores dos capacitores C1 e C2.

Uma vez comprovado o funcionamento é só fazer a instalação definitiva do aparelho em local bem visível do painel do carro.

Algum tipo de indicação no painel identificando-o como um "alarme infalível" ajudará a desestimular as ações dos ladrões.

 

Semicondutores:

Q1, Q2, Q3 - BC548 ou equivalente - transistores NPN de uso geral

LED1, LED2 - LEDs vermelhos ou de outra cor, comuns

 

Resistores: (1/8W, 5%)

R1, R4, R5, R6 - 1 k ? - marrom, preto, vermelho

R2, R3 - 100 k ? - marrom, preto, amarelo

 

Capacitores:

C1, C2 - 4,7 µF/16V - eletrolíticos

C3 - 47 µF/16V - eletrolítico

 

Diversos:

J1, J2, J3, J4 - bornes comuns isolados

F1 - 250 a 500 mA - fusível

 

Placa de circuito impresso ou ponte de terminais, caixa para montagem, suporte para o fusível, elos com plugues para proteção (o tamanho do fio deve ser escolhido de tal forma a enlaçar a direção e o câmbio), fios, solda, etc.